¡No pasarán!

Este ano cumpriu-se 80 anos do célebre poema do Nobel mexicano Octávio Paz, que serviu como inspiração à resistência de várias gerações em inúmeras ocasiões. Na última sexta-feira as atividades didáticas das disciplina de DTD tiveram que ser abruptamente encerradas por um grupo de arruaceiros fascistas, que sob hipócritas gritos em defesa do direito de expressão se apossaram do ICC-Norte aterrorizando toda a classe com palavras de ordem conservadoras e megafones, nos quais diziam estarem prontos para irem até o fim. A turma de da disciplina mal teve tempo de recolher o material e se dirigir a um ponto distante, enquanto os gritos e provocações continuaram. Nosso direito de ocupar um espaço comum da universidade foi usurpado, comprometendo a aula e, por consequência, o aprendizado, impedindo que a universidade pública cumprisse com seu objetivo. Os poucos seguranças do minhocão não puderam fazer nada além do que chamar a segurança do campus. Esta tardou em aparecer e, ao perceber a grande possibilidade de conflito, esperou reforços e acionou a PM. Os baderneiros, ao perceberem que poderiam ter complicações, rapidamente se dissiparam no meio do estacionamento, pouco antes de a PM chegar. 

Espero que com o vídeo abaixo seja possível a correta identificação dos infratores pelas autoridades competentes, assim como esclarecer os motivos da figura central, com megafone, estar com uma camiseta dizendo "Polícia Federal / orgulho nacional", bem como a finalidade do bastão do arruaceiro ao seu lado (pelo vídeo pode-se ver claramente que ele não apresenta nenhuma dificuldade para caminhar). Fica ainda a dúvida sobre o volume por baixo da camisa do personagem destacado na foto 2.

A atividade optativa individual consiste em protestar contra esse abuso, divulgando esse post o mais possível em nas redes sociais e indicando nos comments a url da divulgação. 

Como bem disse Eduardo Alves da Costa: 

[...]
Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
[...]