Destaque um documento presente no filme trabalhado pelo seu grupo, cuja compreensão do contexto arquivistico esteja relacionada à frase observada pela apresentação do filme Missing: "o essencial é invisível aos olhos" (A. Saint-Exupèry).
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Prazo: 26/09/2025 18:00hs
No livro O Pequeno Príncipe, o que tem em comum documental é o caderno do aviador,com seus desenhos e anotações que são testemunho documental e pessoal.
ResponderExcluirNo filme ainda estou aqui, o documento do recibo (ou registro de retirada) do carro de Rubens Paiva, recuperado por sua esposa, Eunice Paiva, representa, no contexto arquivístico, um vestígio burocrático do terror de Estado, e não apenas uma prova de posse material. O recibo é o elemento visível – um pedaço de papel, um registro administrativo de uma transação ou devolução. Entretanto, o essencial invisível que ele arquiva é o início da luta pela memória e pela verdade de Eunice Paiva e de sua família. Em termos arquivísticos, o valor desse documento transcende sua função original de comprovante (função primária). Ele se transforma em uma prova testemunhal e histórica (função secundária) do arbitrário do Estado – a interrupção violenta de uma vida e a subsequente burocracia da ausência. (grupo: Darlene, Marina, Marcelo, Larisse e Zilmar).
ResponderExcluirAo longo do filme A Negação, podemos identificar dois documentos cruciais do ponto de vista arquivístico, diplomático e tipológico: os diários de David Irving e seu livro. No primeiro documento – os diários –, temos um item que pertence a dois fundos: o do próprio Irving e o da Defesa. Para David, a função principal de seus registros era documentar suas visões sobre o Holocausto, condizente com sua atividade como escritor. Já para a defesa, a função era servir como prova do negacionismo por ele praticado.
ResponderExcluirPor outro lado, os livros de Irving pertencem a três fundos: o dele próprio, o da defesa e, por fim, o da editora. Suas funções são, respectivamente: organizar suas ideias, contestar sua deturpação e garantir a guarda e publicação das obras.
Ao relacionarmos a frase de O Pequeno Príncipe – “o essencial é invisível aos olhos”, podemos analisar a trama por outro ângulo. Irving, como manipulador, negacionista, antissemita e racista, buscava amenizar e favorecer Hitler por meio de sua perspectiva, ao mesmo tempo que atacava a vivência das vítimas. Dessa forma, a verdadeira batalha não se resume a uma ou duas histórias individuais, mas à massa documental incontestável. Esse conjunto de provas históricas é o “essencial” que não é percebido à primeira vista, mas que constitui a base factual da História. Assim, o momento de conexão com a frase “o essencial é invisível aos olhos” está justamente no conflito sobre onde reside a verdadeira prova.
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ResponderExcluirO significado e a função de um documento de arquivo muitas vezes vão além do que está visível no próprio documento. Para compreender o valor arquivístico, é necessário entender o contexto de produção, o uso e as relações que não estão explícitas no objeto em si. Um simples recibo que comprova a devolução de um carro, quando visto isoladamente, parece ter apenas a função de provar essa transação. No entanto, seu valor essencial e invisível surge do contexto: ele se torna uma prova crucial ligada a um desaparecimento e tortura, algo que não está escrito no papel. No arquivo pessoal da esposa, ele serve como prova da materialidade e de que ela ''não está louca", e no poder judiciário, inicia um processo legal. Resumindo, para entender o real significado e a função arquivística dos documentos, é preciso olhar para o resto, que é o contexto, a intenção do produtor, e as atividades as quais eles estão ligados. Buscar o essencial que não é imediatamente visível. (Larice, Zilmar, Marcelo, Darlene e Marina).
ResponderExcluirA frase "o essencial é invisível aos olhos", do livro O Pequeno Príncipe, relaciona-se com o documentário Menino 23, que mostrou as camadas mais profundas de uma história de racismo e eugenia que por muitos anos permaneceu oculta na história do Brasil.
ResponderExcluirA narrativa social e histórica escondeu as violências e as marcas permanentes que só podem ser compreendidas ao se olhar para a essência do que aconteceu. A invisibilidade do essencial se manifesta no documentário de várias maneiras:
A história invisível: A trama central do documentário, que revela a escravidão de meninos negros em uma fazenda de uma família nazista no interior de São Paulo, não estava nos livros de História. A história oficial e visível ignorou essa atrocidade por décadas, e apenas a investigação do historiador Sidney Aguilar Filho, movida pela curiosidade sobre tijolos com suásticas, trouxe o essencial à tona.
O trauma invisível: As vítimas, como Aloísio Silva, o Menino 23, sofreram um trauma profundo que marcou suas vidas de forma irreversível. Apenas com a investigação e a oportunidade de testemunhar, o essencial do que eles viveram pôde ser revelado e compreendido. A violência física e psicológica que sofreram foi invisível para a sociedade, mas foi sentida intensamente por eles.
A desumanização invisível: Os meninos foram despojados de suas identidades, perdendo seus nomes e sendo transformados em números. Esse processo de desumanização os tornou invisíveis, sem valor ou dignidade aos olhos de seus exploradores. O documentário resgata a humanidade desses meninos, tornando visível a dignidade que lhes foi negada.
O racismo estrutural invisível: O documentário expõe como o projeto eugenista e as crenças nazistas encontraram terreno fértil nas elites brasileiras, evidenciando um racismo estrutural e uma negação da supremacia branca que ainda marcam o país. Essa estrutura de poder, embora invisível para muitos, tem consequências devastadoras que se estendem até hoje, afetando o corpo social e perpetuando desigualdades.
Resumindo, O Menino 23 faz um convite a olhar além do óbvio, usando a frase "o essencial é invisível aos olhos" para nos lembrar de que as verdades mais cruéis e importantes muitas vezes se escondem sob a superfície da história e nos força a enxergar com o coração e a confrontar o que foi sistematicamente invisibilizado na sociedade brasileira.
O conteúdo do documentário está diretamente relacionado com a disciplina de Diplomática, pois a partir tijolos com a suástica, começa uma investigação que envolve a análise de documentos de arquivo e depoimentos de sobreviventes. A Diplomática classifica os documentos por sua natureza. No caso deste documentário, foi possível distinguir os seguintes tipos: Documentos escritos(registro do orfanato), documentos materiais(tijolos marcados com a suástica) e os testemunhos orais dos sobreviventes, que são as fontes primárias de informação. Examinando sua autenticidade, consideraria o contexto da produção da entrevista(quem a conduziu, quando foi gravada) e a consistência do relato com outras evidências. A Diplomática fornece a metodologia para análise aprofundada das fontes do documentário, validando a investigação histórica ao comprovar a autenticidade e a fidedignidade dos documentos. (Sandra, Cergio, Douglas, Ivaneide e Karina)
Grupo 06: A frase de Antoine de Saint-Exupéry, em O Pequeno Príncipe — “O essencial é invisível aos olhos” — pode ser compreendida, no âmbito da diplomática e em diálogo com o filme Missing (1982), como uma referência ao olhar para o contexto. O pesquisador não encontrará apenas no documento, em sua materialidade e informações explícitas, os elementos necessários para uma determinada projeção analítica. No caso dos diários de Charlie Horman, o essencial estava inscrito no contexto histórico da repressão chilena, que o identificava como opositor da ditadura de Pinochet e, por isso, visava à sua eliminação. A análise do contexto da intervenção norte-americana, das evidências de suas atividades em território chileno e da participação de seus agentes constitui aquilo que transcende as páginas do diário, conferindo-lhe sua principal característica de prova: a revelação da atuação do Estado norte-americano e de seu serviço secreto na repressão.
ResponderExcluirAssim, reforça-se a compreensão de que a diplomática tradicional não pode ser aplicada de forma estrita em situações de genocídios e regimes autoritários. Nessas experiências-limite, impõe-se um novo olhar sobre os documentos, frequentemente produzidos em condições de informalidade, em que o essencial se manifesta não apenas no suporte, mas sobretudo no contexto de sua produção e uso.