27 maio 2011

A informação para a ciência da informação

Copiado de Fottus

O conceito de informação para a ciência da informação: 
uma breve reflexão
Fernandez Kenji Inazawa*

É sabido que, ao longo da história da ciência da informação, uma das grandes discussões para o seu estabelecimento como ciência repousa, fundamentalmente, em discussões teórico-epistemológicas e em mudanças paradigmáticas. São várias as razões das dificuldades em se desenvolver um corte teórico para a ciência da informação; uma delas está relacionada à sua gênese, pois a ciência da informação nasceu da documentação e a biblioteconomia, duas disciplinas eminentemente técnicas, e não teóricas, voltadas para a coleta, organização, recuperação e disseminação da informação com o propósito de atender demandas reais de usuários. Dar um tratamento técnicos aos documentos era o foco, pois era através destes que se chegava à informação. Com o crescimento vertiginoso da informação científica e do uso das tecnologias o desafio ficou ainda maior, e outras variáveis surgiram para dificultar a organização e recuperação da informação. Mais esforços foram envidados na tentativa de desenvolver sistemas mais eficazes de recuperação, o que tornou os sistemas de indexação mais precisos, mais automatizados. Premida pela necessidade de se obter soluções práticas para a recuperação da informação (r.i.), a ciência da informação encontrava dificuldades óbvias para definir de maneira abstrata o conceito de informação, pois era quase inerente relacionar documento com informação. Na prática, se recuperava documentos para se ter informação, e se buscava informação através de documentos. Isto tudo tendo em vista a era anterior à internet. Até o presente, não se chegou, através do consenso entre pares, a um conceito universal de informação para a ciência da informação que fosse aplicável a todos os ramos de pesquisa da área.
* Bibliotecário, especialista em Gestão do Conhecimento e mestrando no PPGCINF-UnB


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Proposta de atividade


Discutir o conceito de informação apresentado por Kenji à luz dos pressupostos da Arquivologia. Será que a relação informação-documentos da Ciência da Informação pode ser automaticamente transposta para os documentos arquivo, constituídos para configurar prova em função de sua organicidade e autenticidade?

Trata-se de uma atividade individual optativa para os não-alunos. 

É obrigatória para os alunos de Diplomática e Tipologia Documental 1/2011, que deverão postar as respostas nos comments daqui, até às 18h59 mim do dia 03/04/2011.

64 comentários:

  1. Ainda meio tonto por causa da prova de ontem, aí vai meu ponto de vista...

    Como apresentado por Kenji ainda não existe um consenso a respeito do conceito de informação. Rafael Capurro ao buscar traçar uma análise teórico-espistemológica do termo, em “O Conceito de Informação” afirma que a Ciência da Informação é a disciplina que estuda a teoria e a praticada geração, processamento e disseminação da informação. Um dos conceitos que Capurro apresenta que dentro da Ciência da Informação, informação será considerada como aquilo que é informativo para determinada pessoa.
    Baseado nesse conceito podemos observar que o que é informativo para determinada pessoa, pode não ser para outras. Nesse aspecto dever-se-á haver uma consideração das necessidades que cada indivíduo possui e da bagagem teórica que cada um leva consigo, pois são aspectos importantes na interpretação do que vem a ser informativo. Aplicando esses conceitos a Arquivologia acredito que estariam mais voltados para os processos de recuperação da informação, para o atendimento das demandas dos usuários.
    Tanto Kenji como Capurro apresentam concepções mais voltadas para a o conteúdo dos documentos, para as noções, idéias e mensagens que neles podem estar contidas. Não acredito que a relação informação-documento da Ciência da Informação possa ser automaticamente transposta para os documentos de arquivo pelos seguintes motivos:
    1 – Para identificação do conteúdo do documento e para sua a disseminação para os usuários não são consideradas os elementos estruturais que o formam (objetos da análise Diplomática);
    2 – A organicidade nem sempre precisa ser levada em consideração nessa concepção, pois é facilmente identificável o conteúdo do documento de forma isolada sem a necessidade de haver uma contextualização maior, o que possibilitaria uma melhor interpretação das informações nele contidas. Um documento isolado embora identificável apresenta-se informativamente falando, de forma fragmentada, ou seja, é apenas uma parte de um contexto/ informação maior;
    3 – A Ciência da Informação busca entender a geração (como o documento é criado) e não por quem, por que, quando e a função para o qual está sendo desenvolvido. Busca entender o processamento da informação, e não o tramite do documento. E por fim busca disseminar a informação, não identificando, porém se o documento é ou não autêntico. Desse modo, percebe-se que a Tipologia esperada pela Arquivística e uma Análise Diplomática não são consideradas.
    4 – Observo ainda que ao focar na disseminação da informação e na forma como esta será recuperada, o foco da Ciência da Informação será a elaboração de instrumentos que possibilitem uma indexação e uma recuperação mais efetiva. Um documento de arquivo, porém, terá a disseminação apenas como uma consequência que depende de seu caráter informacional. O que quero dizer é que um documento de arquivo não nasce para atender as demandas de um usuário e sim para o cumprimento de uma atividade, para o desenvolvimento de uma função que depende diretamente dele. A disseminação, dessa forma, seria apenas uma possibilidade, já que nem todos os documentos passam pelas sete funções Arquivísticas definidas por Rousseau e Couture, podem ser eliminados antes. Observo que o Acesso pode ocorrer a qualquer momento, a disseminação não.

    Inspirado pelo filme apresentado ontem (Deu a Louca na Chapeuzinho) aproveito uma frase do fim do filme para complementar minha resposta, dizia o seguinte (não lembro a personagem que disse):
    “Se uma árvore cai na floresta, você terá três versões para a história: a sua, a minha e a da árvore”
    O mesmo acredito que ocorra com os documentos. Você deve sempre buscar enxergar a história partindo de seu produtor, daquele que a posteriori receber o documento e a história partindo do documento em si, através de seu trâmite e do contexto em que se insere. E esses são aspectos que esses conceitos da Ciência da Informação não amparam por completo.

    Por: Márcio Lima

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  2. "Capurro identifica a existência, na CI, de três grandes formas de se compreender a informação: como algo físico, como algo associado a uma dimensão cognitiva e, enfim, como fenômeno de natureza intersubjetiva, social." (ARAÚJO, 2010). Esses conceitos de informação, de maneira geral, podem ajudar e ajudam a arquivologia a se direcionar como ciência, entretanto não são suficientes quanto a ontologia da mesma. As necessidades da arquivologia não são suplidas diante da análise informação-documento explicitada Fernandez. Documento arquivístico não possui como existência primeira recuperação da informação como essa proposta nos remete.

    Como exposto por Jardim e Fonseca em 2004 a arquivologia deve se centrar cada vez mais no usuário da informação, já que essa é a razão de ser dos arquivos. O que não quer dizer que a relação automática da informação-documento seja aqui cabível.

    O conceito de informação na minha perspectiva não é o objeto de estudo da arquivologia e nem algo tão repleto de subjetivo. A importante, nesse aspecto, quanto a tomada de decisão da/o arquivista é ter a diferenciação entre, informação orgânica registrada (objeto de estudo da ciência) e documento e as limitações e possibilidades existentes em ambas.

    ARAÚJO, Carlos. O conceito de informação na ciência da informação. Acesso em: 28.05.2011. Disponível em: < http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/6951/4808>.

    FONSECA, Maria; JARDIM, José. Estudos de usuário em arquivos: em busca de um estado da arte. Acesso em: 28.05.2011. disponível em: .

    Por: Israel Gomes

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  3. De acordo com Armando Malheiro da Silva, “O termo informação tem sido usado de modo impreciso e sem especificidade quanto ao seu significado. Embora tenham surgido, ao longo do tempo, várias definições de informação, é de notar a sua insuficiência do ponto de vista epistemológico. A generalidade das pessoas, quando emprega a palavra informação na linguagem corrente, quer com isso significar um fato, uma notícia, ou qualquer dado do conhecimento. O termo evoca, ao mesmo tempo, o ato de recolher e de dar esclarecimentos.[...]”
    Na minha concepção, devido ao mau entendimento por parte das pessoas quanto ao real significado de informação faz com que não se compreenda o que é informação ou não, dificultando assim o refinamento e a qualidade da mesma.
    Principalmente com a era digital que favoreceu a disseminação da informação em vários meios tecnológicos sem que às vezes tenham um conteúdo de qualidade, o que não quer dizer que não seja baseado em algum documento de arquivo, porém quem quer que o tenha tirado, nesses casos, apenas não soube retirar do documento a real informação.
    Malheiro afirma “o sentido original do termo informação exprime, sobre tudo, a idéia de pôr ao corrente. No entanto, devido ao seu uso polissémico no discurso cotidiano subentende-se que a informação é, por um lado, algo de que as pessoas necessitam – uma coisa útil – e, por outro, o resultado de uma ação sobre essa coisa útil.”
    Nesse contexto, não vejo nenhum problema na relação informação-documentos da Ciência da Informação ser transposta para a Arquivologia, no entanto isso talvez não possa ser feito automaticamente devido à necessidade de um entendimento mais específico, visto que dentro da Ciência da Informação existem várias ciências.
    Além disso, o autor defende a idéia de que, no discurso corrente, muitas vezes informação e conhecimento se equivalem, não havendo mesmo consenso entre especialistas, sobre onde termina aquele e começa este. Portanto, ao necessitar de uma fonte de pesquisa seja ela com a Arquivologia interligada a Ciência da Informação ou não, o importante é que se saiba como obter a informação para um conhecimento.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. “CI se preocupa com a geração, coleta, organização, interpretação, armazenamento, recuperação, disseminação, transformação e uso da informação, com ênfase particular na aplicação de tecnologias modernas nestas áreas” (CAPURRO,2007,p.186).

    Com a informação gerenciada o acesso ao conhecimento é possibilitado. A arquivologia inserida no campo da CI compartilha o objeto informação, entretanto, com atribuições um tanto distintas. Com o surgimento desta, a arquivologia deixou de ser um acúmulo de técnicas que serviam para o auxílio aos estudos historiográficos para constituir uma disciplina, possibilitando a construção de conhecimentos científicos. Assim, a arquivologia também pôde oferecer à CI o seu acúmulo de procedimentos para a otimização dos instrumentos de representação da informação voltados à recuperação da informação.

    Embora ambos os campos científicos incorporem muitos pontos em comum voltados ao gerenciamento da informação para o acesso ao conhecimento, existe uma divergência no que tange ao foco de cada campo. Enquanto a arquivologia destina-se essencialmente ao conhecimento da natureza dos arquivos e das teorias, métodos e técnicas a serem observados na sua constituição, organização, desenvolvimento e utilização, a CI preocupa-se em aprimorar e entender os processos destinados ao acesso à informação.

    Como já argumentado pelo Márcio, a organicidade nem sempre é levada em consideração pela CI, haja vista que a identificação do conteúdo para os fins desta é realizada apenas para atender as exigências de uma linguagem especializada voltada para facilitar os procedimentos de recuperação.

    Um exemplo prático dessa questão encontra-se na concepção das bases de dados. O principal objetivo delas encontra-se em facilitar a recuperação de dados que fornecerão subsídios para o acesso físico. Do pondo de vista da CI, esse instrumento é um dos produtos desse campo científico, haja vista que o papel da CI é aprimorar o acesso com a aplicação de tecnologias modernas. Para serem objetos de estudo da Arquivologia, as bases de dados deveriam não apenas subsidiar a recuperação, mas preservar na íntegra todos os registros de inclusão e alteração de dados, para que os metadados além de realizarem a identificação individual de cada documento, pudessem estabelecer a relação com os demais documentos de uma mesma série documental.

    Na minha opinião, a relação informação-documentos da Ciência da Informação não pode ser automaticamente transposta para os documentos arquivo, pois as necessidades da arquivologia não são supridas diante dessa concepção. No entanto, nada impede que as duas ciências se complementem para realizar um trabalho em conjunto a favor do acesso à informação.

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  6. Acredito que a relação informação-documento da Ciência da Informação não pode ser automaticamente transposta para os documentos de arquivo, pois as áreas da ciência da informação possuem semelhanças mas cada uma possui também outras funções peculiares e atividades distintas entre si.

    Bellotto, em Arquivos Permanentes, esclarece que os centros de informações (que ela considera como arquivos, bibliotecas e museus) não devem ser confundidos nem quanto à documentação que guardam, nem quanto ao trabalho técnico que desenvolvem a fim de organizar seus acervos e de transferir e disseminar informação. Portanto, apesar de existir uma semelhança entre essas três unidades de informação quanto aos seus objetivos finais, que é atender às demandas de informações dos seus usuários, a mediação entre as informações contidas nos documentos e os usuários se dá por meio de instrumentos distintos.

    Considerando o que a questão pede que, documentos de arquivo são constituídos para configurar prova em função de sua organicidade e autenticidade, me faz lembrar que esses documentos são assim considerados quando inseridos num contexto administrativo e organizacional e isso me faz associar a idéia de que a principal característica da informação, nesse cenário, é que ela deve ser resultado do cumprimento da missão da organização. Sendo assim, a organicidade dessa informação vai mostrar o contexto de existência e de criação dos documentos, bem como, as inter-relações de uma organização e conseqüentemente, a concepção de autenticidade para documentos produzidos para esse fim vai se encaixar com a proposta de André Porto:

    [os arquivos] "são criados como verossímeis e confiáveis para quem deles necessita para agir. São mantidos com garantias apropriadas para ação futura e para informação". E são preservados por seus produtores - ou sucessores - como registro das atividades passadas. LOPEZ, André Porto Ancona. Princípios Arquivísticos e Documentos Digitais. Arquivo Rio Claro,n. 2, 2004.

    Ou seja, no âmbito da arquivística a informação que nos interessa é aquela orgânica registrada de caráter arquivístico, que gera documentos produzidos e recebidos pela organização no exercício das suas funções. Uma informação que comprova as decisões e ações passadas e que pode ser utilizada com o objetivo de decidir e agir futuramente, com a garantia de ser confiável e verossímil.

    Obs: Informação “orgânica registrada” é aquela registrada em suporte material e que reflete as atividades da organização.

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  7. Inazawa e Marques et.al se baseam na relação do volume de informação para relacionar a Ciência da Informação com a Arquivologia. Para Inazawa a ciência da informação "...nasceu da documentação e a biblioteconomia, duas disciplinas eminentemente técnicas, e não teóricas, voltadas para a coleta, organização, recuperação e disseminação da informação com o propósito de atender demandas reais de usuários". Para Marques et.al o "boom" da informação se deu à partir da segunda grande guerra o levou a ciência da informação a "...desenvolver estudos e técnicas para o efetivo tratamento, organização e disponibilização de informações. Na perspectiva dessas preocupações, algumas disciplinas que lidam com a informação se entrecruzam com a CI". Esse cruzamento inclui a disciplina Arquivisitca a Biblioteconomia e a Ciência da Informação, ainda mais se levar em consideração que as fronteiras da Arquivologia segundo Jardim "...não é um território homegêneo". Ainda por Jardim, embora não delimitando um espaço de tempo específico, afirma que nos "últimos tempos houve ampliação da diversidade da área referindo-se a diversidade de interpretações sobre área, possibilitando o inter-relacionamento entre a Arquivologia e a Ciência da Informação.

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  8. A Ciência da Informação nasce com o fim da Segunda Guerra Mundial e ganha força com a explosão documental e com ela trouxe o dilema sobre o conceito de Informação. Como bem exposto nos comments acima e como afirma Fernandez Kenji Inazawa, ainda é bastante difícil chegar a um consenso sobre um conceito de informação que seja aplicado ao mesmo tempo para todas as disciplinas que englobam a Ciência da Informação. Essa dificuldade se explica justamente na questão que informação é o que é informativo para cada pessoa e sendo assim, cada pessoa ou cada linha de pensamento vai considerar algo como sendo informação somente se isso lhe for necessário, o que vai depender da importância, das expectativas e dos conhecimentos já adquiridos por determinado grupo-alvo. Ou seja, considerar algo como informação é uma atividade subjetiva, é individual.

    O objetivo da Arquivologia juntamente com a C.I. é atender a demanda de acesso pelas informações. Aplicando isso para o contexto dos arquivos, devemos pensar nas necessidades da instituição e dos usuários para elaborar instrumentos de pesquisa capazes de garantir a recuperação da informação e assim proporcionar seu acesso. Porém, não é objetivo da C.I. se preocupar diretamente com os motivo de criação e as funções administrativas que possuem, ou seja, com seu trâmite. Tentar garantir a autenticidade aos documentos também não é de responsabilidade da C.I., e não é uma tarefa nova, mas sim uns dos grandes problemas que enfrentamos hoje.

    Um documento arquivístico autêntico é aquele que é o que diz ser, e que é livre de adulterações. Enquanto a confiabilidade está relacionada ao momento da produção, a autenticidade está ligada à transmissão do documento e à sua preservação e custódia. Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto, apresenta o mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção. Assim, um documento não completamente confiável, mas transmitido e preservado sem adulteração ou qualquer outro tipo de corrupção, é autêntico. A arquivologia deve procurar meios que garantam a não adulteração e confiabilidade das informações passadas pelos documentos justamente por serem fonte de prova, que atestam a realização de alguma atividade.

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  9. Vanessa Caliman deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A informação para a ciência da informação":

    A Ciência da Informação nasce com o fim da Segunda Guerra Mundial e ganha força com a explosão documental e com ela trouxe o dilema sobre o conceito de Informação. Como bem exposto nos comments acima e como afirma Fernandez Kenji Inazawa, ainda é bastante difícil chegar a um consenso sobre um conceito de informação que seja aplicado ao mesmo tempo para todas as disciplinas que englobam a Ciência da Informação. Essa dificuldade se explica justamente na questão que informação é o que é informativo para cada pessoa e sendo assim, cada pessoa ou cada linha de pensamento vai considerar algo como sendo informação somente se isso lhe for necessário, o que vai depender da importância, das expectativas e dos conhecimentos já adquiridos por determinado grupo-alvo. Ou seja, considerar algo como informação é uma atividade subjetiva, é individual.

    O objetivo da Arquivologia juntamente com a C.I. é atender a demanda de acesso pelas informações. Aplicando isso para o contexto dos arquivos, devemos pensar nas necessidades da instituição e dos usuários para elaborar instrumentos de pesquisa capazes de garantir a recuperação da informação e assim proporcionar seu acesso. Porém, não é objetivo da C.I. se preocupar diretamente com os motivo de criação e as funções administrativas que possuem, ou seja, com seu trâmite. Tentar garantir a autenticidade aos documentos também não é de responsabilidade da C.I., e não é uma tarefa nova, mas sim uns dos grandes problemas que enfrentamos hoje.


    Um documento arquivístico autêntico é aquele que é o que diz ser, e que é livre de adulterações. Enquanto a confiabilidade está relacionada ao momento da produção, a autenticidade está ligada à transmissão do documento e à sua preservação e custódia. Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto, apresenta o mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção. Assim, um documento não completamente confiável, mas transmitido e preservado sem adulteração ou qualquer outro tipo de corrupção, é autêntico. A arquivologia deve procurar meios que garantam a não adulteração e confiabilidade das informações passadas pelos documentos justamente por serem fonte de prova, que atestam a realização de alguma atividade.



    Postado por Vanessa Caliman no blog Diplomática e Tipologia Documental - UnB em 31/05/2011 00:31:00

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  10. A Ciência da Informação originou-se com a necessidade de gerir a enorme produção documental surgida lago após a Segunda Guerra Mundial, porém a definição do seu conceito começou a delinear-se a partir do séc. XX sendo a “disciplina que investiga as propriedades e o comportamento da informação ,as forças que governam seu fluxo, e os meios de processá-la para otimizar sua acessibilidade e uso”(MARQUES, Angélica Alves da Cunha. Relações teórico-epistemolólgicas entre a Arquivística e a Ciência da Informação na perspectiva social).Porém, apesar de ter-se um direcionamento sobre o conceito de CI, não há, como apresentado por Kenji, um consenso sobre a definição de informação num sentido mais restrito que CI.Para CAPURRO, a informação é aquilo que tem valor informacional para determinada pessoa, ou seja, a informação só é considerada como tal a partir do memento em que atende as necessidades do usuário.Diante dessa afirmação acredito que ,na arquivologia, a informação está ligada ao processo de recuperação da informação, já que este processo tem como principal objeto de estudo, justamente, a informação.
    Acredito que a relação informação-documentos da ciência da informação não pode ser automaticamente transposto para documentos de arquivo porque a ciência da informação estabelece na arquivologia uma ligação entre o processo de recuperação da informação, porém, não considera a função do documento, o trâmite, nem mesmo questões quanto à veracidade e organicidade, fatores esses que devem ser considerados, indiscutivelmente, na arquivística

    Vanessa Wenzel dos Santos(09/0014651)

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  11. Como exposto por Kenji, ainda não existe um conceito univeral da informação para a Ciência da Informação. A dificuldade em se definir esse conceito vem da ligação entre documento e informação . Assim, a Ciência da Informação tem como foco de seus estudos a elaboração de instrumentos de busca e recuperação da infornação, não interessando o produtor arquivísticodo documento, sua função, trâmite ou autenticidade.
    Já a informação considerada pela arquivística é aquela que reflete a função orgânica do documento no decorrer de suas atividades no âmbito do produtor arquivístico, buscando para tanto conhecer a natureza dos arquivos de modo a desenvolver técnicas de tratamento baseadas nos princípios de organicidade e autenticidade.
    Diante disso, acredito que a relação infornação-documento da Ciência da Informação não pode ser transposta para os documentos de arquivo pois o foco das pesquisas se distinguem de acordo com o conceito de informação que se toma por base.

    por: Diones da Costa Pereira

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  12. Após a leitura do fragmento escrito por Fernandez Kenji Inazawa, e inserindo essas idéias e definições no âmbito arquivístico, podemos concluir que existem algumas vertentes incomuns entre Ciência da Informação e a Arquivologia, as duas estão interligadas por alguns pontos incomuns e essa inter-relação é inevitável dentro de um contexto informacional em que vivemos. Contudo, cada área da Ciência da Informação possui peculiaridades, características e funções individualizadas, tornando inviável a transposição automática das relações informações-documento  da visão da Ciência da Informação para os documentos de arquivo.
    A Ciência da Informação busca entender como o documento é criado, levando em conta o processamento da informação, sua disseminação, coleta, armazenamento e uso de tecnologias na área. Após a segunda Guerra Mundial, surgiu à necessidade de gerir a enorme produção documental oriunda da Guerra, e a Ciência da Informação desenvolveu estudos que tem o foco no tratamento da informação, bem como sua organização e disponibilização. Segundo Kenji, ainda não existe um consenso sobre o conceito de informação em um sentido mais restrito e específico da Ciência da Informação.
    A arquivologia se preocupa com fatores, muitas vezes irrelevantes para a Ciência da Informação, como o produtor do documento, a função do documento no arquivo, o produtor arquivístico (quem recebe o documento), o trâmite da documentação, a organicidade, o contexto em que os documentos estão submetidos, a autenticidade e veracidade dos documentos. Os documentos de arquivo são meios de prova, ou seja, são comprovantes de uma ação e estão relacionadas aos outros documentos resultantes das atividades do mesmo produtor. A Arquivologia procura conhecer a natureza do documento, o contexto de criação e do criador e a razão de sua guarda, bem como definir a classificação, avaliação e a descrição. Para Duranti, o que caracteriza um documento de arquivo é a imparcialidade, autenticidade, naturalidade, inter-relacionamento e unicidade.
    A arquivologia se preocupa com o vínculo entre a atividade e o documento, levando em conta que os arquivos refletem a estrutura, as funções e as atividades da entidade em suas relações internas e externas. É preciso averiguar as particularidades como produtoras, destinatário, legislação, trâmite, ordenação para proceder a avaliação dos documentos, considerando a circunstância de criação, o procedimento de como e para que foi criado e de qual série faz parte. A ciência da informação não entra nessas especificidades, tornando inviável a transposição automática de informação- documento da Ciência da informação para os documentos de arquivo. As duas áreas devem se complementar para a efetivação e padronização do ramo informacional.
    Por: Gustavo Vasconcelos
     

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  13. Gustavo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A informação para a ciência da informação":

    Após a leitura do fragmento escrito por Fernandez Kenji Inazawa, e inserindo essas idéias e definições no âmbito arquivístico, podemos concluir que existem algumas vertentes incomuns entre Ciência da Informação e a Arquivologia, as duas estão interligadas por alguns pontos incomuns e essa inter-relação é inevitável dentro de um contexto informacional em que vivemos. Contudo, cada área da Ciência da Informação possui peculiaridades, características e funções individualizadas, tornando inviável a transposição automática das relações informações-documento da visão da Ciência da Informação para os documentos de arquivo.
    A Ciência da Informação busca entender como o documento é criado, levando em conta o processamento da informação, sua disseminação, coleta, armazenamento e uso de tecnologias na área. Após a segunda Guerra Mundial, surgiu à necessidade de gerir a enorme produção documental oriunda da Guerra, e a Ciência da Informação desenvolveu estudos que tem o foco no tratamento da informação, bem como sua organização e disponibilização. Segundo Kenji, ainda não existe um consenso sobre o conceito de informação em um sentido mais restrito e específico da Ciência da Informação.
    A arquivologia se preocupa com fatores, muitas vezes irrelevantes para a Ciência da Informação, como o produtor do documento, a função do documento no arquivo, o produtor arquivístico (quem recebe o documento), o trâmite da documentação, a organicidade, o contexto em que os documentos estão submetidos, a autenticidade e veracidade dos documentos. Os documentos de arquivo são meios de prova, ou seja, são comprovantes de uma ação e estão relacionadas aos outros documentos resultantes das atividades do mesmo produtor. A Arquivologia procura conhecer a natureza do documento, o contexto de criação e do criador e a razão de sua guarda, bem como definir a classificação, avaliação e a descrição. Para Duranti, o que caracteriza um documento de arquivo é a imparcialidade, autenticidade, naturalidade, inter-relacionamento e unicidade.
    A arquivologia se preocupa com o vínculo entre a atividade e o documento, levando em conta que os arquivos refletem a estrutura, as funções e as atividades da entidade em suas relações internas e externas. É preciso averiguar as particularidades como produtoras, destinatário, legislação, trâmite, ordenação para proceder a avaliação dos documentos, considerando a circunstância de criação, o procedimento de como e para que foi criado e de qual série faz parte. A ciência da informação não entra nessas especificidades, tornando inviável a transposição automática de informação- documento da Ciência da informação para os documentos de arquivo. As duas áreas devem se complementar para a efetivação e padronização do ramo informacional.

    Por: Gustavo Vasconcelos

    Postado por Gustavo Vasconcelos no blog Diplomática e Tipologia Documental - UnB em 02/06/2011 às 14:46.

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  14. A reflexão de Inazawa visa discutir o conceito de informação para a ciência da informação. Vejo que no decorrer de seu discurso ele busca um conceito pronto de informação que se aplique a todas as áreas da ciência da informação. Essa busca é sem fim, na minha opinião, pois o foco do estudo da Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia (cito apenas as três) é diferente (ver Digerindo 05: o que são documentos para as áreas da ciência da informação do blog PALADARQ) e, consequentemente, não é possível criar uma definição de informação para essas três áreas que não seja artificial e genérica demais para seu utilizada.

    Outro ponto que deve ser levado em consideração (agora com foco na Arquivologia) é que a informação do documento depende do contexto no qual ele está inserido, isso se deve ao caráter orgânico da informação arquivística, por isso ele pode adquirir sentidos diferentes em arquivos distintos. Isso difere os documentos de arquivo dos itens museológicos e de biblioteca que não dependem de um contexto para fazerem sentido. Mais um argumento para diferenciar essas três matérias e o tipo de acumulação de cada uma: os documentos de arquivo não são acumulados intencionalmente. Eles são fruto das atividades de uma instituição no decorrer de suas atividades. Por outro lado os itens de biblioteca e museu são intencionalmente agrupados por terem caráter de coleção.

    Pelos motivos expostos levanto a hipótese de que não há como se criar um único conceito de informação que abranja todas as áreas da ciência da informação.

    Caroline Sodré 09/0022530

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  15. Este comentário foi removido pelo autor.

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  16. A arquivologia não foge inteiramente às premissas da Ciência da Informação como todo, pois é parte integrante desta. O trabalho da CI está voltado ao conteúdo dos documentos, porém, a arquivologia relaciona-se com outros fatores que contemplam a vida documental além da informação.

    De acordo com Heloísa Bellotto, em seu livro Arquivos Permanentes, as áreas da ciência da informação (Arquivologia, Museologia e Biblioteconomia), direcionam seus trabalhos em sentidos diferenciados, atuando com base em aspectos particulares de cada uma.

    Para nós arquivistas, a informação sobre a qual nos debruçamos, deve remeter às atividades administrativas desenvolvidas por uma instituição ou por uma pessoa. Nossos conhecimentos devem ir além da informação, trabalhamos para assegurar ainda, questões como a autenticidade dos documentos de arquivo, dentre outras. Analisamos questões referentes às instituições e às atividades desenvolvidas por elas, para proporcionar um enquadramento dos documentos, identificando também seu trâmite. Certamente, estamos na busca constante pelo aperfeiçoamento dos métodos de pesquisa e disponibilização da informação, diminuindo ao máximo os riscos Direcionando os trabalho sob a perspectiva da importância de que se mantenha/estabeleça a organicidade dos documentos para que a informação não se perca em meio a outras tantas, sabendo do caráter único dos documentos de arquivo.

    O conceito de informação, como proposto pelo próprio Fernandez Kenji Inazawa, ainda é controverso e apresenta inúmeras barreiras à formação de um consenso. Uma dessas barreiras poderia ser a perspectiva diferenciada por cada área da Ciência da Informação a cerca da “informação”, privilegiando pontos de vista diferenciados.


    Nayara Alves de Lima - 09/0030125

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  17. A dificuldade em definir o conceito de informação para a Ciência da Informação (CI) apresentada por Kenji pode ser constatada a partir da análise do objeto de estudo de cada uma de suas subáreas. Tomando como exemplo duas destas subáreas da CI – Arquivologia e Biblioteconomia –, é possível perceber que, apesar de ambas tratarem a informação com o objetivo de permitir sua posterior recuperação de acordo com as demandas do usuário, a informação tratada pela Arquivologia tem como principal característica a organicidade, situação não observada no contexto da Biblioteconomia ou no contexto do restante da CI. Deste modo, não é possível aplicar automaticamente a relação informação-documentos da CI aos documentos de arquivo, pois além de ser necessário “adaptar” o conceito de informação àquele que é trabalhado em Arquivologia, deverão ser considerados os princípios que norteiam as atividades da área, bem como as qualidades que caracterizam o documento arquivístico, de modo a garantir a observância de suas particularidades e caracteres que o determinam como único e autêntico no contexto no qual está inserido.

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  18. De acordo com Capurro, na CI, a informação é o que é informativo para uma determinada pessoa. E o que é informativo depende das necessidades interpretrativas e habilidades do indivíduo (compartilhadas com membros de uma mesma comunidade de discurso). Para WERSIG,Gernot e NEVELING,Ulrich na CI a informação–independentemente da sua definição–tem que englobar processos sociais.
    Assim como o termo informação é trabalhado por esses autores, os documentos de arquivo também são frutos desses processos, entretanto eles são dotados de organicidade, refletem as atividades a que se vinculam expressando os atos dos seus produtores no exercício de suas funções, e a razão de sua origem ou a função pelo qual são produzidos é o que determina a sua condição.
    Portanto acho que não é possível a relação informação-documentos da Ciência da Informação ser automaticamente adaptada para os documentos arquivo, visto que a informação para a CI tende mais para a comunicação do conhecimento, enquanto que os documentos de arquivo, apesar de também terem um foco informativo, são mais para fins comprobatórios, históricos, que requerem a presunção de autencicidade e lagalidade, algo que a informção da CI, pelo ao menos a príncipio não necessita de imediato, já que o objetivo é informar aquilo que se precisa sabe

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  19. Sempre que escuto falar de Ciência da Informação ela está muito mais vinculada à Biblioteconomia do que à Arquivologia. Mas acho que no conceito apresentado por Kenji fica mais evidente a relação da CI com a Arquivologia, uma vez que ele enfatiza a relação informação/documentação, mas não específica qual tipo de documento, então porque não os documentos de arquivos? Os documentos arquivísticos são preservados como prova de alguma atividade, por motivos legais e históricos, mas em todos eles encontra-se uma informação que vai servir a algum destes propósitos. Guardadas as devidas proporções e detalhes de cada teoria acho que a busca por um paralelo entre CI e Arquivologia só tem a enriquecer as duas áreas. A dificuldade em definir o conceito de informação para a CI acredito que seja devido à multiplicidade de documentos que ela pode abranger (livros, documentos arquivísticos, etc.). O Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística define Ciência da Informação como a “disciplina que estuda a teoria e a prática da geração, processamento e disseminação da informação.” Por que não relacioná-la com os instrumentos de pesquisa desenvolvidos em um arquivo, com as necessidades dos usuários? É uma tema que conheço pouco, mas acho que essa aproximação entre as duas teorias é viável e enriquecedora. É preciso, no entanto, ter cuidado com a relação documentação/informação na hora de aplicar aos documentos arquivísticos. Uma das características mais importantes dos documentos de arquivo é a organicidade, portanto essa relação deve ser feita levando em consideração a informação e a série documental, pois fora de seu contexto o documento arquivístico é de difícil compreensão.

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  20. Felipe Soares Rocha disse...

    Contexto da ciência da informação na Arquivologia

    A arquivologia é uma disciplina que se consolida a partir da Revolução Francesa, tendo como paradigmas patrimonialistas a teoria das três idades, o princípio da proveniência e o conceito de fundo. Na pós-modernidade surge então outro paradigma, que insere a arquivologia, em sua concepção, como uma disciplina aplicada no âmbito transdisciplinar da Ciência da Informação, juntamente com Biblioteconomia/Documentação e os Sistemas Tecnológicos de Informação.

    Pensadores como Armando B. Malheiro da Silva acreditam que a arquivologia seja estrutura orgânica coerente, em correspondência com as funções e com a atividade das entidades produtoras, como forma de garantir a identidade e a autenticidade dos documentos; valor como testemunho e como instrumento de informação. Sugerem a recuperação e aproximação das disciplinas ligadas à informação-documentação no campo da Ciência da Informação, para em fim anular ações de inflexibilidade dentro da mesma coisa, ou seja, inseridas na informação humana e social.

    Os Arquivistas formados no paradigma patrimonialista e historicista se negam a serem incluídos no campo da Ciência da Informação e, por outro lado, muitos teóricos não consideram que a Ciência da Informação seja assim concebida, e acreditam que seja um contributo que merece reflexões e atenção.
    Pensando nas peculiaridades de cada ciência, acredito na não incorporação da Arquivologia no âmbito da Ciência da Informação ligada à informação documentação, justamente por não poder generalizar os métodos práticos, teóricos bem como as técnicas de manipular a informação, aplicadas a arquivologia, biblioteconomia e outras ciências do ramo da informação. Porém se considerar o que o dicionário de terminologia arquivística escreve, pode sim considerar tal incorporação. O dicionário diz que ciência da informação é uma disciplina que estuda a teoria e a prática da geração, processamento e disseminação da informação.

    Generalizando as ciências aqui estudadas, todas têm o foco na busca da informação, portanto de uma forma até um pouco forçada considera-se a arquivologia como ciência da informação e também fruto do estudo entre a informação-documentação, que neste caso poderá ser variável, pois respeitará cada peculiaridade das disciplinas.

    Felipe Soares

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  21. Yasmin Larisse disse...

    A meu ver essa relação informação-documento da Ciência da Informação não pode ser utilizada quando falamos de documentos de arquivo. Isso porque apesar das áreas da Ciência da informação serem parecidas em certos aspectos cada uma desempenha funções específicas, ou seja, a área fim de atuação de cada uma delas é diferente. Apesar da Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia pregarem por alguns princípios em comum, como por exemplo, o acesso, recuperação e disseminação da informação, elas são áreas que possuem aspectos diferentes e, portanto, não podem ter um conceito unificado do que seja a informação. É estranho pensar em um conceito universal do que seja informação, na verdade é ainda mais estranho pensar que UM conceito poderia se aplicar a todas as áreas da Ciência da Informação. É como elaborar um único Código de Classificação e esperar que ele se aplique em diversos órgãos. Nós aprendemos a pensar com nossas mentes diplomaticamente treinadas que as especificidades devem sempre ser estudadas e levadas em consideração, então pensando nisso como é que poderia se aplicar um conceito único para informação se ela depende de usuário, contexto, acesso... enfim, como encontrar um conceito único para uma coisa que é tão ampla? Seria possível?! A informação no âmbito da Arquivologia considera fatores que a Biblioteconomia, por exemplo, não considera, como a organicidade. A informação arquivística depende da organicidade, ou seja, refletir nos conjuntos documentais de um órgão a sua estrutura organizacional. Já a informação para a biblioteconomia não depende deste fator. Muito menos a Museologia.

    Yasmin Larisse
    09/0015240

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  22. Então, o que eu mais me impressionei na postagem com a combinação de "informação + suporte".
    Suporte até temos uma razoável definição.
    Mas informação? Acho que tudo é informação. Mas esse não é o ponto. Devido a organicidade, a informação é relativa à entidade, e a quem produziu o documento. Não se limitando nela portanto, já que a informação pode se submeter ao governo (documentos previdenciários, por exemplo). Deste modo, a informação deve ser observada do ponto de vista da organização e da função que ela deve cumprir nesta organização.
    Outro ponto de destaque, é quando Kenji fala que a disciplina surgiu eminentemente técnica. Isso é uma marca até hoje, principalmente na arquivologia. Temos disciplinas como Projeto e plamejamento, mas não temos monografia, onde poderíamos ampliar a discussão no meio arquivístico.
    Concluindo, pegar um conceito pronto e aplicá-lo diretamente nos documentos de arquivo é muito difícil. E o pior, ainda não existe tão conceito "universal". E mais do que isso, a informação de um documento é mais do que ele apresenta a priori, a informação se relaciona o contexto e com outras informações. Mas também é a informação se ela não se relacionar diretamente com outras informações. Assim como ela não deixará de ser informação porque não foi produzida nas atividades da organização. Ela é informação, mas talvez desnecessária para aquela fundo em particular.
    Na minha melhor tentativa, informação poderia, basicamente, ser o conjunto: Emissor + Mensagem + Receptor.

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  23. Enviado por e-mail por Thanner Breno Machado em 03/06/2011, às 9:15.


    A Arquivologia era uma disciplina técnica, ligada à pratica de guardar, preservar e organizar os registros do conhecimento humano. No século XIX é que inicia-se a consolidação como disciplina científica, atrelando-se a Ciência da Informação. Neste artigo são citados vários autores, como Capurro, Jardim, Silva e outros, que conceituam a relação da Arquivologia e a Ciência da Informação.

    Varias definições abordam o que é hoje a Arquivologia em relação conjunta com a Ciência da Informação e o que mudou em relação ao passado. A discussão sobre o impacto das tecnologias da informação e comunicação acabou por deslocar a ciência da informação, que até então era voltada para a custódia, para um “paradigma pós-custodial”. (SILVA, 2006).

    Thomassem (1996) quando afirma que “entre as mudanças provocadas pelos avanços tecnológicos, a mais estimulante é que a Arquivologia deixou de ser uma ciência auxiliar da história para converter-se em uma disciplina autônoma no campo das ciências da informação” (citado por JARDIM, 1998, p. 3).

    Estas afirmações, de tantos autores importantes para o mundo arquivístico, nos fazem analisar que a Ciência da Informação chegou para mudar o conceito documento arquivo. A inserção deste conceito fez com que a área começasse a ter um embasamento teórico, saindo apenas do mundo de organizar, guardar e preservar. Ao meu ver, esse novo parâmetro da Arquivologia fez com que os conceitos de autenticidade e organicidade fosse mais trabalhado e ajustado a realidade atual. É aí que vem a importância da ciência da informação no contexto geral, pois é ela que vai proporcionar embasamento teórico que aliado as práticas vão permitir um maior acesso a informação.

    Fonte: http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/1795/1365

    Thanner Machado

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  24. Kenji mostra a dificuldade que se estende de tempos antigos até os atuais sobre a definição do campo de estudo da Ciência da Informação. Sabemos que, apesar de a informação ser o ponto principal das áreas da CI, essa ainda não pode ser definida de maneira consensual, já que cada uma dessas áreas se destina a tratar de um tipo diferente de informação.
    Tendo a Arquivologia um foco na recuperação da informação contida em documentos originados no decorrer de atividades, devido à organicidade, esses documentos podem adquirir diferentes sentidos, em diferentes situações. Tal característica diferencia o objeto de estudo da Arquivologia das demais áreas da CI, além de que, como já vimos em sala de aula, para o Arquivo, o documento deve ser analisado de acordo com a função que o originou, levando em consideração todo esse contexto.
    Portanto, pude observar que, para a Arquivologia, o conceito tem de ser mais específico, adaptado, e por isso, a relação informação-documentos da Ciência da Informação não pode ser automaticamente transposta para os documentos de arquivo.

    Sandney Cristiano Costa – 09/0013832

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  25. A relação informação-documentos feita pelo Kenji, de que “recuperava documentos para se ter informação”, e se “buscava informação através de documentos” relacionado ao conceito documento arquivistico sendo informação orgânica registrada, tem certa conincidências e outras divergencias. Um ponto que gostaria de destacar é como a Ciência da informação, tendo como fundamento que uma ciência se estabeleça sob bases tanto teóricas que tenham seus objetivos , metodos e principios. Porem esta ciência atualmente tem a dificuldade de delimitar o campo que englobe cada uma das ciencias que se encontrem no grande campo que ciência da Informação. Isso deriva da causa de tantos tipos informacionais e inumeros sistemas, tanto a explosão de docuemntos como sua necessidade de utilizá-las. A principal dificuldade vem em estabelecer as cîências que englobe o campo "Ciência da Infomação, as relações mútuas que tem com a informação no campo mais geral, tanto como a informação mais especifica que delimita cada ciência estabelecida pela biblioteconomia, arquivologia e museologia. Tais ciências são relativamente novas, apesar de sempre estarem na humanidade, Ter a noção de c~iência e estabelecer seus limites denota tanto de necessidade, trabalho intelectual e relação com a sociedade.
    Ao analisar tanto biblioteconomia, arquivologia e muselogia epistemologicamente, encontraremos relações e por vezes elas tratadas juntamente, mas atualmente com a crescente numero de informações, como tambem a necessidade de utiliza-las aparecem novos metodos e formas de trata-las.

    No conceito de Autenticidade discordo um pouco com o Kenji, que a autenticidade vai alem da informação contida, e por vezes passa a relação dos sinais e da forma que a está disposto a especie tanto como a função exercida pela atividade produtora. A informação por vezes em si, não é retratada demasiamente na diplomatica. E quando passamos as outras generos documentais começa a ficar ate mais perceptivel. A atuação de um documento imagético tanto para a atividade orgânica, por vezes não importa a informação nela registrada, e sim sua função e o seu produtor para determinada instiuição.

    Postado por: Carina Pradera

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  26. Nem sempre informação-documento na ciência da informação remete diretamente a documentos arquivístico, isto porque a ciência informação abrange além da Arquivística, a biblioteconomia e a museologia. Todas essas três áreas têm discutido o conceito de informação, mas esta conceituação é muito subjetiva já que em cada área ela toma proporções diferentes. Historicamente a ciência da informação nasce com a explosão documental que aconteceu logo após o término da segunda guerra mundial, e a partir disto começa a estudar a informação desde sua gênese, seu armazenamento, recuperação, difusão e seu uso. Na opinião de Capurro e Hjorland, a informação é um conceito subjetivo, porém não em um sentido individual, uma vez que os indivíduos se organizam em situações sociais concretas e desempenham diferentes funções na divisão do trabalho na sociedade. "Não é possível para os sistemas de informação mapear todos os possíveis valores da informação" (Capurro & Hjorland, 2007, p.192).
    Para a Lingüística Documentária, o conceito de informação se realiza em processo, ou seja, é uma construção (Lara, 1999). Tal idéia impede conceber a atividade documentária considerando apenas as características dos documentos. Smit (2003) sugere que, mais do que falar em documento de bibliotecas, de arquivos, de museus etc., deve-se privilegiar sua função informativa.
    Em minha opinião, a arquivologia contribui para a ciência a informação no seu âmbito de dar acessibilidade aos documentos, elaborando técnicas e instrumentos para a recuperação de documentos orgânicos. Sempre trabalhando para garantir a autenticidade dos mesmos.

    Por: Fabiola Alves Teixeira

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  27. Mesmo a informação sendo o ponto principal da Ciência da Informação, como já foi dito por Kenji, é muito difícil conseguir esclarecer o conceito dela para a Ciência da Informação visto que tal definição pode mudar de acordo com uma das áreas mais especificas deste campo, já que cada uma delas trata a informação de um foco diferente, tendo a Arquivologia o objetivo de dar acesso a informação contida em documentos respeitando sempre sua organicidade de acordo com quem seja o produtor do documento, deixando de lado aquele objetivo simplista de apenas guardar e conservar. Creio que não se pode simplesmente achar um conceito definido e tentar aplicá-lo, já que são contextos muito diferentes entre si, pois o que pode ser de grande relevância para um fundo, pode não ter grande valor para um segundo, tendo uma análise diferente de acordo com a área da CI que faz seu estudo.
    Portanto, acho que a relação documento-informação da Ciência da Informação não pode ser simplesmente transposta para os documentos de arquivo, visto que temos respeitar as particularidades e os métodos utilizados em cada uma das áreas.

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  28. “A informação é uma noção nuclear, mas problemática. Daí, toda a sua ambigüidade: não se pode dizer quase nada sobre ela, mas não se pode passar sem ela”
    Na aproximação ao conceito, há de se verificar o contexto da própria ciência da informação, bem como da documentação e da biblioteconomia. São áreas que, em seu decurso, vêm lidando também de perto com a informação.
    A relação informação-documentos, na ciência da informação, constitui uma abrangência bem maior do que nos documentos de arquivo, então penso que não podemos, automaticamente, transportá-la da ciência da informação para os documentos de arquivo.Briet uniu, entidades ainda então separadas em virtude do suporte físico: o arquivo, a biblioteca e o museu. Uniu-as pelo conceito de documento, mas temos que nos ater ao fato de que cada uma dessas áreas tratam da informação de forma peculiar e específica. Os documentos de arquivo e as informações provenientes deles têm um tratamento diferenciado, pois num arquivo as relações administrativas orgânicas se refletem nos conjuntos documentais, a organicidade é pré-requisito indispensável , sendo a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, funções e atividades da entidade produtora/acumuladora em suas relações internas e externas, ou seja, há um “controle” do processo de produção da informação no documento arquivístico, tanto da informação, quanto do trâmite.

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  29. Enviado por e-mail por Raiane Marra em 03/06/2011, às 18:18.


    Conceituar não é uma tarefa fácil. Aristóteles, o filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo, já buscava elaborar um significado para o que seria os “conceitos”. É possível observar que a visão aristotélica apresenta “conceito” como o que é universal e necessário. Conceituar informação também é uma tarefa difícil. É possível extrair informação de quase tudo, senão tudo, ao nosso redor. Acredito que a relação informação-documentos da Ciência da Informação pode ser transposta para os documentos de arquivo. Porém, com alterações que visem garantir a organicidade e autenticidade dos documentos.

    Para Deschâtelet, o objeto da Ciência da Informação é mais a transferência da informação de uma fonte para um usuário do que a informação em si mesma. Dessa forma, o estudo da aquisição de conhecimentos seria o foco dessa área.

    José Maria Jardim (em Transparência e opacidade do Estado no Brasil: usos e desusos da informação governamental), por sua vez, enfatiza as especificidades dos arquivos ao considerá-los não só como conjuntos documentais produzidos pela administração burocrática, mas também como instituições inseridas no aparelho burocrático: “os arquivos - sejam como conjuntos documentais ou como agências do aparelho de Estado - constituem um mecanismo de legitimação do estado e simultaneamente agências do poder simbólico”.

    Para concluir, acrescento que os arquivos possuem especificidades que devem ser observadas e que o próprio contexto de produção documental já é um item que diferencia a Arquivologia das demais áreas do conhecimento.



    Raiane Marra Assunção. 09/0012780

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  30. Enviado por e-mail por Janaina Galvão em 03/06/2011, às 18:20.

    Acredito que a que a relação informação-documentos da Ciência da Informação pode ser transposta para os documentos arquivo,talvez não automaticamente,mas como profissionais da informação podemos com facilidade relacioná-los.Justifico na afirmação de Pinheiro (1997: 1):

    “Durante 20 anos de estudo de ciência da informação nossa percepção é de que a ciência da informação tem seu estatuto científico,como ciência social,que é,portanto,interdisciplinar por natureza (......).”

    Nesse sentido concordo plenamente com a professora Maria Odila Fosceca,que fala sobre a predominante omissão da arquivologia como disciplina que pode identificar elementos comuns com a ciência da informação. E segundo a autora, ” Essa omissão é mútua,pois a arquivologia não tem considerado a CI com área-fim.De fato ao contrário do que ocorre com a CI,a questão da interdisciplinaridade é bastante periférica nas reflexões arquivísticas”.

    Em seu livro “Arquivologia e ciência da informação” reflete que a falta da percepção das relações interdisciplinares é instigante, na medida em que as relações parecem óbvias,quando se identifica a informação como elemento central do conjunto de objetos de que ambas se preocupam. Afirmando que a informação não tem sido considerada como objeto privilegiado da arquivologia,aparecendo na literatura clássica da área como conseqüência do documento de arquivo.Na mesma posição de Kenji quando fala que “ na prática, se recuperava documentos para se ter informação, e se buscava informação através de documentos.

    Kenji deixa claro a dificuldade de se conceituar informação em nossos tempos.De acordo com esse desafio atual para nós arquivistas deixo a frase:

    “A informação é uma noção nuclear,mas problemática.Daí,toda a sua ambigüidade :não se pode dizer quase nada sobre ela,mas não se pode passar sem ela.”

    Edgar Morin

    Janaina Galvão 09/0007841

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  31. Permito-me a discordar um pouco de algumas opiniões sobre informação e documento aqui registradas. Em primeiro lugar, há sim um consenso do que é informação, claro que, não unificado em todas as áreas, sob o ponto de vista da Ciência da Informação, principalmente onde ela surge como uma apropriação ou adaptação de uma moda norteamericana. Entre os genecistas informação é código genético, para os bibliotecários informação é livro e documento- não-livro, para o matemático informação é número. Para os cientistas da informação informação é algo que se revela útil à medida que quem profere o discurso assim convém julgar ser ou não ser. Por exemplo, nos cursos de pós-graduação em Ciência da Informação, temos visto de tudo, qualquer coisa é objeto dessa área para esses programas, o resultado é uma frágil interdisciplinaridade tentando dar berço a idéias muitas vezes estupefatas e distanciadas do sentido social que as humanidades tem como emergência. Nos últimos tempos, a informação em uma abordagem social tem ganhado força e expressão, e se refere a tudo aquilo que se pode usar socialmente, em suas relações e embates sociais, para que de algum modo faça sentido para a coletividade e para a vida do próprio indivíduo. Sob o ponto de vista organizacional, informação é tudo que é capaz de ser usado estrategicamente, cooptado inteligentemente e gerido de forma a produzir efeito de desenvolvimento organizacional (institucional) atingindo de alguma forma a sociedade em geral. Em relação a Ciência da Informação, tenho a dizer que ela é ou em algum momento foi natimorta ou nem nunca chegou a existir... faz sentido para aqueles que compartilham dela como se fosse uma ciência ou uma grande área onde tudo o que envolve informação pode ser por ela (por sua organização institucional) absorvido como um objeto material, energia ou sentido, ora a melhor definição de informação é que informação é informação. Nesse cenário, falando epistemologicamente, o problema não está em o que é informação, e sim, o que é Ciência da Informação, pois a buca conceitual sobre informação é o que, de fato, sustenta a existência dessa disciplina, meramente acadêmica. Bibliotecas, Arquivos, centros de documentação, laboratórios, governo, organizações em geral, sociedade e pessoas não dependem dela para usar a informação, ao contrário do que se passa em relação aos objetos (certos) da Medicina. Por isso dizer que Ciência da Informação é uma ciência é apenas compactuar com a criação de sentidos, prefiro dizer que ciência da informação é uma área com interesses científicos. Já que estou nesse mesmo barco, prefiro Le Coadic, TD Wilson e Peter Burke do que os 'Rafaeis Capurros' da vida que sustenta a organização limitada da CI brasileira. Importação ideológica tem limite, é tempo de renovar o quadro de cientistas da informação. IBICT para quê? Se foi ele lá no IBBD que começou tudo? Para que ainda serve? Eduardo.

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  32. O conceito de informação difere em determinadas áreas de conhecimento cujos objetivos e objetos de estudos são distintos. Dentro da Ciência da Informação não é diferente, não há um consenso entre os cursos que a compõe, biblioteconomia, arquivologia e museologia. Porém, isso não é um problema, o importante é haver um consenso sobre o que pode ser considerado informação dentro da arquivologia.
    Acredito que as definições de informação e informação-documentação convergem para um mesmo olhar dentro da arquivologia, que generalizando pode ser definido por uma informação em um suporte, independente de sua forma. Porém, não acredito que essa relação possa ser transposta para a relação documento-arquivo; para ser considerado um documento de arquivo o documento deve ser o resultado da atividade de uma instituição/pessoa, possuindo uma relação orgânica entre os demais documentos, este documento deve obedecer a critérios pré determinados em sua estrutura e em sua constituição que analisem sua veracidade.
    A ciência da informação é uma área que sofre constantes mudanças em resultado da evolução constante das tecnologias e é o trabalho do arquivista adaptar os conceitos arquivísticos a essas novas realidades que estão e continuarão surgindo.

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  33. Nesse semestre peguei aula de análise da informação e o primeiro conteúdo abordado era sobre essa temática, a CI com a Arquivologia... Muitos defenderam que a Arquivologia deveria ser uma ciência independente, mas desde que eu escuto falar sobre Ciência da Informação sempre enxerguei esse paralelo entre as duas disciplinas. A CI se preocupa basicamente com a informação/documento, mas não específica qual tipo de documento.
    Então por que não incluir os documentos de arquivo nessa abordagem? Acho de fato enriquecedor para as duas áreas. É claro que é preciso ter cuidado quanto a abordagem de informação/documentação na hora de se aplicar a documentos de arquivo. Nós da Arquivologia prezamos pela organicidade dos documentos e sem um contexto, é praticamente impossível compreende-lo. Então o que podemos pensar para que isso seja estruturado em nossa cabeça é a Arquivologia e a Ciência da Informação sendo “irmãs” com algumas similaridades, mas com objeto de estudo diferente.

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  34. A Ciência da Informação é uma área interdisciplinar e abrangente do conhecimento, serve-se dela várias disciplinas como a matemática, a filosofia, a lingüística, a museologia, a biblioteconomia e igualmente a arquivologia. Esta última, atualmente, experimenta um crescente desempenho científico, pois não se restringe a atividades técnicas em arquivos, mas se debruça na construção de um arcabouço teórico-epistemológico através de pesquisas e estudos de casos que orientam a prática nos arquivos, principalmente com usos de tecnologias que automatizam algumas atividades, tornando-as mais precisas aos usuários.
    Como mencionou Capurro (2007), informação vem a ser aquilo que é informativo para uma determinada pessoa, levando-se em consideração as necessidades interpretativas e habilidades que cada indivíduo possui dentro de um determinado contexto. É real o que disse Kenji, de fato, não existe um conceito universal de informação no campo da CI, não há consenso entre os autores, o que acredito que, por um lado, pode ser positivo, pois há uma gama de possibilidades conceituais para o mesmo termo, cada disciplina que estabelece fronteira com CI, pode usar os conceitos que lhe sejam mais aplicáveis. Contudo, por outro lado, essa diversidade é negativa para o fortalecimento da CI como ciência.
    Acredito que a relação informação-documento da CI não pode ser transposta automaticamente para a arquivologia, pois esta não tem como objeto de estudo todos os documentos ou toda e qualquer tipo de informação, mas sim a informação orgânica registrada, ou seja, os documentos de arquivo, que nascem com o propósito de estabelecer prova a uma determina ação/situação/acontecimento, tendo em vista sua autenticidade, confiabilidade e contexto.

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  35. Ao meu ponto de vista tenho que concordar que não tenha se chegado a uma definição concreta do termo informação. Entretanto, não vejo falta de consenso entre os autores que procuram conceituá-la, pois toda área cientifica terá seu objeto epistemológico, não que isso venha a significar uma dissonância interdisciplinar à afirmar a não existência de consenso entre os conceitos. Como descrito em uma postagem à cima, compartilho do mesmo ponto de vista, em que cada área cientifica definirá o que é para si informação. Para os matemáticos informação é número; para a CI é toda a informação registrada em um suporte (documento), que se possa utilizar; para a arquivística é o documento oriundo da informação registrada, provindo da ação de uma entidade pública ou privada, de pessoa física ou jurídica. Sendo assim, seria mais plausível conceituar de modo a universalizar o termo como o conjunto de dados úteis a pessoa?
    Contudo, considero incerto relacionar diretamente a informação-documento entre a CI e os documentos de arquivo de modo a configurar uma constituição de prova em função da organicidade e autenticidade. Pois os dados do conhecimento registrado - o registro da atividade humana - simplifica o que vem a ser objeto da CI. Porém o mesmo não sucede aos documentos de arquivo, por não caracterizar funções de organicidade e autenticidade, tal que não seguem uma ordem original paralelamente a uma proveniência.

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  36. Concordo em parte com Kenji, pelo fato de sim, a Ciência da Informação encontra dificuldades para "definir de maneira abstrata o conceito de informação" (KENJI), mas discordo no que diz respeito ao consenso universal de informação, pois "a informação é um conhecimento inscrito (gravado) sob a forma escrita (impressa ou numérica), oral ou audiovisual." (LE CODIAC), logo se destaca que é possível ter um consenso, levando em conta que "o conceito de informação tem um caráter muito amplo, levando a necessidade de delimitar o contexto em que se aplica" (SOUSA), a diferença está nas diversas formas de informação, portanto tudo é informação, mas nem tudo é informação arquivística, aquela registrada em documentos, afinal esta é estruturalmente distinta das outras, além de ser o resultado do comprimento de uma missão de determinada instituição, variando o suporte (papel, fita magnética, microfilme, etc), estes que devem ser organizados de forma orgânica.
    Tálamo diz em seu texto "Informação: Organização e Comunicação", que a falta de consenso, não se estende na prática, prova de que, como foi dito anteriormente, é possível ter um consenso ainda que pequeno, em relação ao conceito de informação, outro ponto relevante é o fato da sistematização da informação, que é citada tanto por Sousa quanto por Tálamo, que torna questionável a autenticidade do documento, e a organicidade acaba por se perder, por causa da falta de conhecimento arquivístico por parte dos gestores da Informação sistematizada.

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  37. Acredito que o conceito de informação dificilmente conseguirá um dia ser universal. Cada campo que estude o conceito de informação encontrará quesitos que considera importante e que outras possam ignorar. Essa dificuldade por parte da Ciência da Informação em definir o conceito vem justamente de sua origem interdisciplinar, sendo que cada campo traz suas contribuições e indagações, gerando mais perguntas e menos consenso.

    Pelo exposto por Kenji, não podemos transpor a informação-documento para os documentos de arquivo. Pelo que foi dito, recuperação da informação (ri) para a Ciência da Informação fundamenta-se em ter o documento que contém determinada informação, ou seja, basta ter o documento que um indivíduo tenha solicitado para cumprir seu objeto. Nesse quesito, a Ciência da Informação mostra seu parentesco com a Biblioteconomia, no desenvolvimento de sistemas de indexação cada vez mais precisos, conforme em "Análise da Informação". Porém, a Arquivologia busca muito mais. Ela busca compreender a gênese documental, a estrutura formal e os contextos dos documentos inseridos em um arquivo. Ao estudarmos Arquivologia ficamos cientes que não basta apenas recuperar determinado documento, devemos estar aptos a dizer como o documento se orginou, a razão pela qual se originou e o como ele está relacionado com os outros. Por exemplo, recuperar determinado ofício pode ser insuficiente se não soubermos o contexto deste ofício. Sendo assim, acredito que essa transposição não seja possível.

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  38. Partindo do pressuposto de conceito de Ciência da Informação – CI oferecido pelo dicionário de terminologia arquivista: “Disciplina que estuda a teoria e a prática da geração, processamento e disseminação da informação.” Conceituação vaga, mas que nos remete a algumas palavras chaves da área (teoria e Prática, geração, processamento e disseminação da informação. Outra conceituação bastante usual, ciência que estuda a informação desde a sua gênese até o processo de transformação de dados em conhecimento. Nem sempre é fácil criar conceitos ainda mais em campo tão complexo e dinâmico como a ciência da informação, como afirmou CAPURRO in: “conceito de informação", o consenso nunca usual. Mas os conceitos apresentados anteriormente servem como ponto de partida.
    Embora, não abordado os desdobramentos da ciência da informação associados com as tecnologias da informação (mudanças estratégicas na comunicação, no desenvolvimento do capital, nas relações humanas, na organização do trabalho, no cotidiano etc) tais parâmetros servem para estas transformações.
    Conceituações bastante vagas, todavia, começam a ilustrar e definir o real sentido área de conhecimento. A partir deles, pode ser determinado que a CI vincula pratica e teoria no processo de elaboração, desenvolvimento, processamento e disseminação da informação, apontados por Kenji.
    A CI pode ser vista em diversos suportes e em diversos lugares. Diante da assertiva: museus, arquivos, bibliotecas, centro de documentações compõe alguns dos lugares onde abordam a informação. No entanto, cada uma dessas áreas possui objetivos distintos: geram, lidam, armazenam, disponibilizam, comunicam, transferem, conservam, usam a informação de acordo com suas necessidades. Por exemplo, o museu tem viés educativo, a biblioteca prioriza a disseminação da informação pelos livros, o arquivo prioriza a preservação da informação no seu contexto (organicidade).
    A arquivologia como área do conhecimento humano está contida dentro da Ciência da informação. Afirmação não unanime, afinal, alguns teóricos defendem a arquivologia como área independente. Talvez, a afirmação pela independência seja por maior autonomia e/ou identidade da disciplina diante das demais.
    Como não poderia ser diferente, a arquivologia possui metodologia e fundamentações próprias ao lidar com informação. Portanto a relação documento-informação se distingue da apresentada pela CI. Dentre suas especificações podemos citar seus pilares como organicidade, ordem original, proveniência, unicidade, respeito aos fundos e outros. Os documentos de arquivo precisam ser vistos inseridos dentro do seu contexto, primeiro para servirem como valor de prova (valor primário: administrativo, jurídico, contábil e etc) e posteriormente valor informativo (valor Secundário: histórico pela informação contida no documento).
    O certo, tanto a CI, quanto a arquivologia não são áreas isoladas, precisam dialogar.

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  39. O conceito de informação apresentado pelo autor relaciona o documento com a informação, de modo que não se pode separar um do outro, logo a informação não existe sem o documento. De acordo com o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, documento é uma unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato, e o conceito de Arquivo é um conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades, independentemente da natureza do suporte. Logo unindo um conceito ao outro, o arquivo é um documento que possui uma informação registrada de forma orgânica, dessa forma percebo que não há como separar um conceito do outro e realmente existe essa dificuldade citada pelo autor, de definir o conceito de informação de maneira abstrata até mesmo no âmbito da Arquivística.

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  40. Kenji em seu texto nos dá a impressão de que o a informação pode ser apenas adquirida e está intrínseca ao documento. A informação pode vir de várias fontes e ser construída de diversas maneiras, por isso essa relação informação-documento da Ciência da Informação não pode ser totalmente aplicada a Arquivologia. O documento é, de acordo com o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, uma unidade de registro de informações, qualquer seja o suporte ou o formato. O conceito de informação dificilmente será universalizado por todos os campos de estudo, pois cada área tem sua especialidade e peculiaridade. A arquivologia tratará a informação de uma forma, já a biblioteconomia a tratará de outra, assim como a Museologia. A informação pode ser interpretada de várias formas diferentes e também adquirida. Segundo Capurro, a informação vem a ser aquilo que é informativo para uma determinada pessoa, ou seja, a relação documento-informação se mostra totalmente dependente da capacidade interpretativa e intelectual do usuário. Transpor os conceitos e universalizar suas definições e usos será uma tarefa difícil e sempre debatida. Quanto a função da organicidade e autenticidade é complicado afirmar algo apenas conhecendo a informação do documento, devemos além de conhecer a informação, conhecer o contexto de criação do documento para analisar sua funções e sua estrutura a fim de averiguar sua organicidade junto a instituição produtora e sua autenticidade.

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  41. Érika Martins:
    De acordo com Kenji Inazawa, no referido post acima “até o presente não se chegou, através do consenso entre pares, a um conceito universal de informação para a ciência da informação que fosse aplicável a todos os ramos de pesquisa da área”, creio que isto se deve ao fato da polissemia do termo informação. Este termo vem sendo apropriado por diversas ciências, das mais antigas as mais contemporâneas e estas utilizam seu conceito de informação dentro de seu próprio contexto e com relação a fenômenos específicos (CAPURRO, 2003). Informação passa a ser aquilo que é informativo. Contudo, dentro do contexto arquivistico, o caráter de necessidade está inerente à noção de informação. Capurro (2003) reforça que uma das definições mais freqüentemente usadas para Ciência da Informação é que ela se “ocupa com a geração, coleta, organização, interpretação, armazenamento, recuperação, disseminação, transformação e uso da informação, com ênfase particular, na aplicação de tecnologias modernas nestas áreas”. Todos esses métodos se aplicam a gestão arquivísticas, contudo aplicados ao contexto de organicidade de uma instituição. O foco da arquivística é aplicar estes procedimentos aos documentos que são produzidos como resultado de uma necessidade da instituição, ou seja, aqueles documentos que atendam de forma imediata as necessidades administrativas. Visando gerenciá-los de forma que a recuperação da informação possa ser efetiva, diante dos outros valores que estes documentos possam vir a ter.

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  42. “A Ciência da Informação encontrava dificuldades óbvias para definir de maneira abstrata o conceito de informação, pois era quase inerente relacionar documento com informação. Na prática, se recuperava documentos para se ter informação, e se buscava informação através de documentos” (Kenji). Definir Ciência da Informação me parece mais complexo do que definir Informação. A Informação está em todo lugar, encontramos em objetos, conversas, está ao nosso lado no dia a dia. A informação não é um privilégio de museus, bibliotecas e centros de documentação / arquivos, ela está contida nas ciências exatas, biológicas, sociais, humanas...

    Reunir estes três lugares, arquivo, museu e biblioteca, numa ciência parece ser acertado na medida em que os três se preocupam com a forma como a informação, de todo o tipo, é registrada, gravada, preservada, transmitida, revelada, e atuam neste sentido. Mas mesmo as três disciplinas “irmãs” entram em conflito e divergem em muitos aspectos, o que não torna, de maneira alguma, dispensável o diálogo entre elas, pelo contrário, é proveitoso e acrescenta novos horizontes, fortalecendo-as mutuamente.

    É justamente pelos pontos de conflito e pela divergência em seus objetos que penso que a relação informação-documentos da Ciência da Informação apresentada por Kenji não possa ser automaticamente transposta para os documentos arquivo. Nosso objeto é a Informação Orgânica Registrada, interessa-nos além do documento, e além da informação. A palavra chave para se compreender este objeto é Organicidade: a partir do momento que buscamos compreender quem é o produtor do documento, a função deste documento, para que foi criado, seu trâmite, seu contexto geral. Duranti não poderia ter sido mais feliz ao citar as características dos documentos de arquivo: imparcialidade, autenticidade, naturalidade, interrelacionamento e unicidade. Verificando estas características, podemos separar nosso objeto de estudo das demais ciências “irmãs” e delimitar nosso campo de atuação, independente do tipo de informação contida em tais documentos.

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  43. Aluna: Rachel Evangelista Rodrigues 09/0129121

    No nosso dia-a-dia a palavra informação adquiri diversos sentidos, podendo ser equiparada a conhecimento ou comunicação. Dentro da Ciência da Informação, o seu conceito não é definido, como se refere Kenji, pois possui abordagens diferentes por diversos autores. Entre minhas leituras, considero cabível a definição feita por SILVA (1999) em que ele considera informação como “susceptível de ser movimentada, transferida, manipulada e consumida”.
    Reconhecida sua importância, ao longo do tempo, a informação ganhou especificidade, tornando-se objeto de estudo das Ciências da Informação. Essa disciplina teve origem nos Estados Unidos e se propagou para outros países e tem como característica marcante sua interdisciplinaridade. Muitas vezes não se sabe definir o grau de relação existente entre essa disciplina e outras. No caso da Arquivística e da Ciência da Informação, como JARDIM e FONSECA (1995) classificam, a relação existente é pluridisciplinar, pois as duas são igualmente importantes e, apesar de suas diferenças, em certos pontos se identificam. E, portanto, a relação informação-documento da Ciência da Informação não pode ser automaticamente transposta para os documentos de arquivo.
    O interesse da Arquivologia não é qualquer informação, mas a informação orgânica registrada. Diferente das Ciências da informação que buscam algo mais amplo, a Arquivologia tem como objeto de estudo a informação que está fixada em um suporte e que seja resultado da realização da missão de uma instituição. Essas informações arquivísticas não são autosuficientes, pois existe um inter-relacionamento desde o momento em que são criadas ou recebidas e no decorrer das transações. Esse inter-relacionamento juntamente com a imparcialidade, autenticidade, naturalidade e unicidade são as características dos registros documentais arquivísticos.

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  44. No seu texto - Perspectivas em Ciência da Informação - Rafael Capurro define que a Ciência da Informação “se preocupa com a geração, coleta, organização, interpretação, armazenamento, recuperação, disseminação, transformação e uso da informação, com ênfase particular na aplicação de tecnologias modernas nestas áreas” (CAPURRO,2007,p.186)¹. Partindo deste ponto conseguimos encontrar os traços entre os objetivos da Ciência da informação e o comportamento de disciplinas como a Biblioteconomia e a Arquivologia.
    Maria Izabel Arruda em seu artigo - Biblioteconomia ou Ciência da Informação ? - acrescenta que a “Ciência da Informação dedica-se às questões científicas e à prática profissional voltadas para os problemas da efetiva comunicação do conhecimento e de seus registros entre os seres humanos, no contexto social, institucional ou individual do uso e das necessidades de informação”(ARRUDA,2009,p.1)².
    Já na Arquivologia, teóricos como Rousseau e Couture (2003, p. 14)³ considera “funções arquivísticas” todas as intervenções “que permitem gerir eficazmente e com eficiência” os arquivos ou informações registradas de uma instituição/organização, desde a criação do documento arquivístico até sua comunicação e preservação. Segundo Marques e Rodrigues (2005)⁴, o a palavra “intervenção” não nos deve enganar: não se trata de simples técnicas, mas de atividades que requerem uma formação sólida e o conhecimento profundo da especificidade da informação arquivística. Marques e Rodrigues traduziram de Couture as atividades Arquivísticas da seguinte forma:

    CRIAÇÃO/PRODUÇÃO: Atividades relacionadas à implementação das condições necessárias para assegurar a qualidade, a validade, a credibilidade e a perenidade da informação produzida pelas administrações.
    AVALIAÇÃO: Ato de julgar os valores dos documentos de arquivo (valores primário e secundário) e de decidir sobre os períodos de tempo durante os quais esses valores se aplicam a tais documentos num contexto que leva em conta os laços essenciais entre a organização/instituição (ou a pessoa) envolvida e os documentos que ela gera no âmbito de suas atividades.
    INCORPORAÇÃO: Conjunto de medidas visando ao recolhimento e/ou aquisição de fundos arquivísticos.
    CLASSIFICAÇÃO: Identificação e organização intelectual dos documentos de um fundo.
    DESCRIÇÃO: Representação precisa de uma unidade de descrição e de seus componentes.
    DIFUSÃO: Ação de dar a conhecer, de valorizar, de transmitir ou de tornar acessível as informações contidas nos documentos de arquivo aos usuários conhecidos ou potenciais.
    PRESERVAÇÃO: Medidas de conservação com vistas a preservar os documentos.

    A relação do conceito de informação da Ciência da Informação, mesmo que não consensual, não pode ser automaticamente transposta para o conceito de documentos orgânicos registrados da Arquivologia, pois as necessidades da arquivologia não são supridas diante dessa concepção. No entanto, nada impede que as duas ciências se complementem para realizar a atrefa de gerenciamento, tratamento e acesso à informação.

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  45. Lais Mainieri 09/00275159 de dez. de 2011, 04:24:00

    Apesar de considerar que a análise da informação, tendo em visa o campo temático, está mais diretamente ligada a biblioteconomia que a arquivologia, o que mais me chama atenção e me convence a relacionar e considerar ambas “ciências” objeto de estudo complementar a Ciência da Informação, é a necessidade e demanda atual da recuperação eficaz e eficiente do que esta contido no documento, da informação basicamente. Penso no tratamento de todo processo, ciclo documental oferecido pela arquivologia e todo o tratamento intelectual preciso oferecido pela CI. Unindo principalmente os instrumentos e especializações práticas desenvolvidas na primeira, visando à recuperação, com conceitos e significações das informações documentais de descrição e identificação da informação, desenvolvida e estudada na CI, idealizo duas ciências não apenas relacionadas, mas intensamente complementares, atuando atingindo o objetivo de ambas através da ferramenta e ciclo, por exemplo desenvolvido pela arquivologia, garantindo o atendimento ao usuário tão almejado e estudado, e também entregando ao mesmo de uma forma objetiva e eficaz a informação por requerida, objeto de estudo CI..
    Neste semestre tive a oportunidade de fazer a disciplina Analise da Informação, e uma das experiências de significativa importância acadêmica a minha formação foi estudar essa disciplina no ponto de vista da Arquivologia, podendo através dela refletir e aprimorar uma idéia pluralidade e interdisciplinaridade que as ciências devem reagir com uma troca de princípios e praticas, não apenas com algumas contribuições, mas ciências que necessitem uma das outras para evoluir, aprimorar e especializar.

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  46. A Ciência da Informação engloba diversas ciências, inclusive a Arquivologia,mas a forma de atuação é diferenciada.Os documentos de arquivos tem a função de prova, sendo a sua criação e tramitação fundamentais para a identificação da informação. Um documento sem contexto, pode facilmente ser classificado em diversas categorias de pensamento, gerando uma subjetividade que não interessa ao trabalho do arquivista.No âmbito da Biblioteconomia o conceito de informação da CI funciona muito bem, já que o próprio documento biblioteconômico carrega a informação e o seu contexto.Enfim, os conceitos devem ser aplicados de acordo com a função de casa área, mas isso deve trabalhar junto com a interdisciplinariedade, buscando obter trocas de experiências com as diversas áreas da CI.

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  47. Falar de conceitos de informação e documento já é bem complicado, relacionar os dois então...
    Não é sempre que podemos associar informação/documento à um documento arquivístico, isso porque a ciencia da informação se estende além da arquivologia, ultrapassando os limites que na verdade são bem difíceis de serem delimitados por causa dessa abrangência toda. A conceituação de informação é muito ampla porque cada área da CI tem o a sua visão do termo.
    Na área da biblioteconomia temos na literatura específica Maria Izabel Arruda, que diz que a ciencia da informação dedica-se a prática profissional e problemas da efetiva comunicação do conhecimento.
    Na arquivologia, esse conceito muda um pouco, podemos destacar Rafael Capurro que diz que a CI é a disciplina que estuda a teoria e a prática da geração, processamento e disseminação da informação. Pode-se citar também Thomassem que diz que a CI era uma disciplina auxiliar da História e passou a ser , após as mudanças tecnológicas, uma disciplina autônoma.
    Na minha opinião, a informação pode ser tudo que nos denota uma referência, ou seja, se vemos algo e imaginamos o que pode ser, ali está a informação.
    Mas o conceito mais aceito em arquivologia diz que um documento de arquivo tem que ser uma informação registrada em um suporte. Logo, a relação entre informação e documento fica um tanto quanto abalada porque nem sempre a informação está, segundo Belloto, em um centro de documentação como arquivos e bibliotecas, mas pode estar registradas em outros suportes mais pitorescos como nas pinturas rupestres. O conceito de informação-documento não pode ser automaticamente transposto para os documentos de arquivo porque tem que se avaliar ainda se há informação a partir da análise da informação. E se essa informação é de um documento arquivístico.
    Na área da biblioteconomia temos na literatura Maria Izabel Arruda que diz que a ciencia da informação dedica-se a prática profissional e problemas da efetiva comunicação do conhecimento.
    Na arquivologia, esse conceito muda um pouco, podemos destacar Rafael Capurro que diz que a CI é a disciplina que estuda a teoria e a prática da geração e processamento e disseminação da informação. Pode-se citar também Thomassem que diz que a CI era uma disciplina auxiliar da História e passou a ser , após as mudanças tecnológicas, uma disciplina autônoma.
    Na minha opinião, a informação pode ser tudo que nos denota uma referência, ou seja, se vemos algo e imaginamos o que pode ser, ali está a informação.
    Mas o conceito mais aceito em arquivologia diz que um documento de arquivo tem que ser uma informação registrada em um suporte. Logo, a relação entre informação e documento fica um tanto quando abalada porque nem sempre a informação está, segundo Belloto, centro de documentação

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  48. Não Existe um consenso quanto ao conceito de informação. “A informação é definida como uma medida da incerteza – não como aquilo que é informado, mas como aquilo que se poderia informar” (ARAÚJO, 2009).
    Silva et. al. (1999) aborda que o sentido original do termo exprime, sobretudo, a ideia de por ao corrente. No entanto subtende-se que informação é, por um lado, algo que necessitamos e, por outro, o resultado de uma ação sobre essa coisa útil.
    A informação parecerá uma espécie de "substância", suscetível de ser movimentada, transferida, manipulada e "consumida", muitas vezes com vista à satisfação de uma necessidade psicológica. Assim sendo, essa substância deverá ter existência material e consequentemente, terá de ser depositada sobre um suporte.
    Nesta acepção, e porque é sinônimo de dados do conhecimento registrado, tem sido designada por informação documental.
    Kenji não chega a uma definição objetiva de informação, assim como os autores citados anteriormente, mas faz sua relação com os documentos e fala sobre o surgimento da Ciência da Informação a partir da Biblioteconomia e da Documentação e da evolução dessas duas últimas, cuja Arquivologia teve sua trajetória semelhante, a fim de justificar essa relação.
    Devido à falta de consenso para o conceito de informação creio que essa relação de informação-documento pode ser transposta para documentos de arquivo sim, desde que respeitando os limites do seu objeto de estudo para não desconfigurar suas funções, pois para a CI informação está para todos os documentos e para a Arquivologia está para os documentos orgânicos.
    Essa relação ele faz para documentos antes da era da internet, desconsiderando que as informações obtidas por meio dessa tecnologia também estão registradas em suporte, não convencional, mas convergindo para o conceito de documento, que é informação registrada em suporte.
    ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Correntes teóricas da ciência da informação. Ci. Inf., Brasília, v. 38, n. 3, p.192-204, set./dez., 2009. Disponível em: . Acesso em: 07 dez. 2011.
    SILVA, Armando Malheiro et. al. Arquivística. Teoria e prática de uma ciência da informação. Porto: Afrontamento, 1999. P. 23-27 (capitulo 1).

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  49. Este comentário foi removido pelo autor.

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  50. Buscar um conceito universal para o termo informação, considerando que ele incide sobre diversas disciplinas distintas, produziria uma generalidade que pouco se adequaria a necessidade de qualquer uma dessas disciplinas, pois desprezaria suas especificidades. Mesmo conceitos menos abrangentes, no âmbito de uma mesma disciplina, não abarcam unanimidade entre seus estudiosos.

    Conforme esclarecem Araujo, Marques e Vanz (2011, p. 87) “a Ciência da Informação não deve apenas fornecer teorias, conceitos e métodos às três áreas [Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia]; deve, sim, ser capaz de acolher as especificidades delas, o conhecimento acumulado no âmbito teórico e prático de cada uma, e ser capaz de se transformar e se enriquecer a partir desse acolhimento”.

    Desse modo, não entendo ser viável a aplicação de modo automático da relação informação/documento da Ciência da Informação para a Arquivologia, já que a relação na primeira, por ser mais plural e ampla, não abrangeria as necessárias particularidades inerentes à segunda.

    ARAUJO, C. A. A. ; MARQUES, Angelica Alves da Cunha ; VANZ, S. A. S. . Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia integradas na Ciência da Informação: as experiências da UFMG, da UnB e da UFRGS. PontodeAcesso (UFBA), v. 5, p. 85-108, 2011.

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  51. Alguns autores tentam posicionar a Arquivologia abaixo da Ciência da Informação como subordinação. Apesar do campo científico da Ciência da Informação ser mais abrangente isso não implica em ter um objeto de estudo mais complexo ou hierarquicamente superior. A arquivologia tem muito a contribuir com o campo de Ciência da Informação e isso também não implica em subordinação. As duas áreas devem apoiar-se uma na outra e explorar um mundo de possibilidades com a junção de suas pesquisas e contribuições para o mundo científico.
    A arquivologia tem muito a contribuir com suas pesquisas em organizações, levantando informações sobre atividades e funções, e com pessoas, apoiando e pesquisando memória social e privada. Outros campos também compartilham os interesses de estudo com a arquivologia como a administração e a história.
    Quando Fernandez Kenji Inazawa afirma que a documentação e a biblioteconomia são duas disciplinas eminentemente técnicas, e não teóricas, voltadas para a coleta, organização, recuperação e disseminação da informação com o propósito de atender demandas reais de usuários, ele não está errado porém equivocado. Só a arquivologia abrange tudo isso e muitas outras atividades além de ser teórica. A análise diplomática e tipológica de um documento recupera uma quantidade de informação, orgânica é claro, muito superior do que se estivéssemos apenas utilizando o documento para obter a informação, ou seja, utilizando-o com meio apenas.

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  52. O texto discute a falta de identidade da Ciência da Informação resultante da interdisciplinariedade de tal ciência. Tanto é que a Ciência da Informação nasceu da documentação e da biblioteconomia. Além disso, há uma dificuldade em se ter um conceito universal de informação.
    A maioria dos autores considera a informação como seu objeto. Já a Arquivologia, considera os arquivos como sendo seu objeto.
    Ciência da Informação: Informação relativa ao conhecimento científico e tecnológico. A informação é para atender uma variedade de usuários. Trabalho com os Sistemas de Informação cada vez mais sofisticados para a recuperação da informação.
    Arquivologia: Aborda todas as informações contidas nos registros organicamente produzidos. A princípio, o documento é criado para atender fins administrativos seguidos de todas as características essenciais que um arquivo deve ter. A informação não é uma das preferências da Arquivologia, é apenas uma conseqüência dos documentos produzidos e acumulados ao longo do tempo.
    Não acho que a relação informação-documento da Ciência da Informação possa ser automaticamente transposta para os documentos de arquivo, pois a Ciência da Informação não se preocupa essencialmente com a estrutura do documento seguido dos sinais de validação. Sendo assim, não leva tanto em consideração os aspectos da autenticidade como na Arquivologia. E quanto a Organicidade, a Ciência da Informação não se preocupa com o contexto e nem com o trâmite do documento e sim no processamento da informação aos mais variados assuntos.

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  53. Não há um consenso homogêneo e menos ainda uma unanimidade entre os estudiosos e teóricos das áreas componentes da Ciência da Informação, notadamente quanto à questão da conceituação, competências e atribuições técnico-científicas de cada uma das distintas áreas em questão, de forma que fica dificultada uma análise frente à indagação acerca da possível transposição da relação informação-documentos da Ciência da Informação para os documentos de arquivo, constituídos para configurar prova em função de sua organicidade e autenticidade. Fato é que os documentos de arquivo são os mais adequados para fazer prova, à vista da função de organicidade e autenticidade, inclusive frente aos documentos contemplados no âmbito da Biblioteconomia, haja vista que estes últimos estão voltados ao caráter de multiplicidade, em razão do foco centrado na disseminação da informação, tendo a informação veiculada com o propósito de disseminação, inclusive independentemente da vinculação à organicidade, diferentemente da documentação de arquivo. Assim, por conta das peculiaridades inerentes e necessárias aos documentos de arquivo, tenho o entendimento de que a relação informação-documentos da Ciência da Informação não pode ser automaticamente transposta para os documentos arquivo.

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  54. Como é dito por kenji, ainda é bastante difícil chegar a um consenso sobre um conceito de informação que seja aplicado, ao mesmo tempo, para todas as disciplinas que englobam a Ciência da Informação. Mas ao longo do texto ele enfatiza a relação informação/documentação, mas não especifica que tipo de documento. Então, buscando entender essa relação deparei-me com uma importante reflexão para a formação do conceito de informação arquivística produzido por um grupo de pesquisa do Canadá, o Groupe Intedisciplinaire de Recherche em Archivistique:

    “Ao final de uma evolução transformadora de sua missão e definição, a arquivologia parece, hoje,como uma disciplina cuja razão de ser situa-se no seio da gestão da informação¹, recurso vital das organizações. Todos os membros da organização têm necessidade de informação para cumprir suas funções respectivas. As informações necessárias serão buscadas no interior ou no exterior da organização. Estas informações podem ver verbais ou registradas num suporte como por exemplo, o papel, a fita magnética, o disco, ótico ou o microfilme. Podem ser orgânicas, quer dizer, elaboradas, expedidas, ou recebidas no quadro das funções do organismo, ou não orgânicas, quer dizer, produzidas fora do quadro das funções do organismo. As informações registradas orgânicas nascem no arquivo do organismo.”

    Analisando essa reflexão e tendo em vista que o foco da Arquivologia é a recuperação da informação contida em documentos gerados no decorrer de atividade, além de que devido à organicidade ela pode ter diferentes sentidos e situações, acredito que essa característica diferencie o objeto de estudo da Arquivologia das demais áreas da Ciência da informação, portanto a relação informação/documentação não pode ser automaticamente transporta para essa ciência.
    ¹ (grifo meu)

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  55. A Ciência da Informação é voltada para a informação em si tomando-a como objeto de estudo, livre de um contexto técnico para a sua obtenção, ou seja, não sendo necessário o documento propriamente dito para o acesso a mesma. Assim, a arquivologia neste contexto não poderia adotar automaticamente a relação informação-documentos da CI, pois possui um foco maior do que somente o objeto informação, considerando outros aspectos relacionados aos documentos orgânicos e seu contexto.

    A arquivologia possui como objetivo, segundo Belloto¹, o acesso a informação voltado em um primeiro momento a usuários restritos que a utilizaram para o processo decisório e para o funcionamento das atividades do seu ente produtor/acumulador. O documento que chegar a fase permanente com valor informativo/probatório/histórico, mesmo voltado a pesquisa e conhecimento para o usuário em geral, não teria a mesma facilidade de acesso a informação encontrada nas novas tecnologias que não possuem necessariamente uma entidade custodiadora no caso os Arquivos Públicos, Centros de Documentação etc. que estaria intermediando o acesso entre a informação e o usuário.

    Além do que, a arquivologia está mais voltada para ao conhecimento da natureza dos arquivos e das teorias, métodos e técnicas a serem observados na sua constituição, organização, desenvolvimento e utilização, a CI preocupa-se mais em aprimorar e entender os processos voltados ao acesso à informação.

    A arquivologia poderia auxiliar a CI no que tange aos procedimentos ligados a busca e recuperação da informação e seu acesso por meio de instrumentos utilizados como a indexação. A CI dessa forma não pode ser transportada diretamente para os documentos de arquivo, já que não considera em seu processo a organicidade dos documentos, pois leva mais em consideração a informação em todas as suas formas, podendo ser encontradas ou não em documentos arquivísticos e consequentemente a autenticidade é relevante, mas não determinante no que tange a informação em si.




    ¹ BELLOTO, HELOÍSA LIBERALLI. Arquivos Permanentes. Tratamento Documental. 4ª Edição, editora FGV.

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  56. MARCOS ADRIANO DOS SANTOS 09/0029062


    Bem com relação a definição, podemos dizer que as definições são conceitos planejados para desempenhar um papel, da melhor maneira possível. Diferentes concepções de termos fundamentais são mais ou menos úteis, dependendo das diferentes perspectivas. Estas perspectivas incluem características como novidade e relevância, ou seja, refere-se ao processo de transformação daquilo que é novo em algo produtivo, ou seja, em conhecimento. No entanto, esta informação/conhecimento dependerá muito do ultimo quesito que é a relevância, pois o que pode ser informação nas ciências naturais, pode não ter relevância nas ciências humanas. A epistemologia da palavra é algo muito complexo, pois como podemos perceber dentro deste debate, em alguns discursos como o do autor em questão que, informação e conhecimento se equivalem.
    Compartilho da idéia de Luciano Floridi (2002), que propõe a criação de uma área de pesquisa que se denominaria Filosofia da Informação. Tal área abordaria discussões teóricas e filosóficas relativas à informação e à CI.
    As pesquisas aplicadas da área ficariam a par da Arquivologia que tem como base a gestão da informação orgânica registrada, da Museologia e da Biblioteconomia, e também comportaria outras áreas do conhecimento e disciplinas aplicadas ao estudo da informação já que isto é um debate multidisciplinar.
    Floridi argumenta que as diversas áreas de pesquisa iriam se alimentar mutuamente, evitando a confusão e profusão de conceitos e abordagens que existem hoje, bem como organizando e orientando os trabalhos práticos e filosóficos.
    Já com relação a questão da relação informação-documento não pode ser transportada de forma automática, vejo sim que há uma relação em se buscar os documentos como fonte, no entanto, ainda que o objetivo seja o de atender as demandas dos usuário dos centros de informação, cada área possui peculiaridades em seus procedimentos técnicos quanto a gestão da informação, ou seja, cada área da CI terá percepções divergentes quanto a organicidade e na forma de reconhecer a autenticidade da informação.

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  57. Arquivística e a CI tem em comum o mesmo objeto, segundo o qual, é informação registrada embora de forma distinta (MARQUES, 2008,p.10).
    A Ciência da Informação tem como objeto a transferência da informação e é constituída por disciplinas como Arquivologia, Biblioteconomia, a Comunicação, a Museologia e outras, ela estuda a interdisciplinaridade entre essas áreas da informação. A Arquivologia tem como objeto a informação orgânica registrada e está ligada aos seus princípios, teorias e praticas utilizadas para o tratamento, a recuperação e a disseminação da informação, auxiliando nos estudos científico para a CI e preocupa-se com os usuários.
    Uma diferenciação existente na forma de tratamento do documento de arquivo e a informação-documento é que a primeira consite numa avaliação respeitando os seus princípios e procedimentos diversos que são essenciais para o entendimento dos arquivos num conjunto documental diferentemente da CI que geralmente não há interesse sobre a organicidade e alguns outros procedimentos utilizados pela Arquivologia.

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  58. Nilsa Paulo de Azevedo9 de dez. de 2011, 19:43:00

    Após ter lido vários autores que falam sobre a Informação, percebi que a informação pode ter várias formas de interpretação, para alguns aquilo que eu acho que é informação pode não ter a mesma conotação.
    Porém percebo que se o documento é recolhido de maneira orgânica a informação que se encontra no contexto é documento de arquivo Inazawa e Marques et.al baseiam – se na relação do volume de informação para relacionar a Ciência da Informação com a Arquivologia. Para Inazawa a ciência da informação "nasceu da documentação e a biblioteconomia, duas disciplinas eminentemente técnicas, e não teóricas voltadas para a coleta, organização, recuperação e disseminação da informação com o propósito de atender demandas reais de usuários". Para Marques et.al o "boom" da informação se deu à partir da segunda grande guerra o levou a ciência da informação a "...desenvolver estudos e técnicas para o efetivo tratamento, organização e disponibilização de informações. Na perspectiva dessas preocupações, algumas disciplinas que lidam com a informação se entrecruzam com a CI". Esse cruzamento inclui a disciplina Arquivistica a Biblioteconomia e a Ciência da Informação, ainda mais se levar em consideração que as fronteiras da Arquivologia segundo Jardim "não é um território homogêneo". Ainda por Jardim, embora não delimitando um espaço de tempo específico, afirma que nos "últimos tempos houve ampliação da diversidade da área referindo-se a diversidade de interpretações sobre área, possibilitando o inter-relacionamento entre a Arquivologia

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  59. Deve-se lembrar que o conceito de informação é muito amplo.
    No âmbito da Ciência da Informação encontramos a informação sendo considerada como qualquer coisa de importância na resposta a uma questão. Ou seja, qualquer coisa pode ser informação.

    Porém essa relação informação-documento da Ciência da Informação não corresponde por completo à realidade arquivistica. É enfatizado que o campo da arquivologia se resume aos documentos que possuem organicidade, portanto, mesmo que o documento responda à pergunta do usuário, se ele não fizer parte do fundo da entidade, neste contexto, ele não vai ser considerado como informação arquivística.

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  60. Keyciane Santos Araújo9 de dez. de 2011, 21:16:00

    A Ciência da Informação engloba atualmente três disciplinas: arquivologia, museologia e biblioteconomia. Ambas tratam do tratamento e da disseminação da informação, mas é claro que cada uma possui o seu objeto de estudo e forma de processamento do conteúdo desse objeto.

    Na arquivística, a informação contida no documento não pode ser analisada de forma isolada. Isso advém de uma das características dos documentos de arquivo, o inter-relacionamento dos documentos. Essa característica destaca que o conteúdo precisa ser contextualizado para que o documento faça sentido. Desse modo, a informação só pela informação não tem todo sentido para se entender as características de um documento.

    Acredito comprova a organicidade é o contexto em que atesta o propósito da criação de um documento, a sua permanência dentro daquela instituição ou família. É dentro também da contextualização que se insere a autenticidade. Um registro documental possui uma função, uma intencionalidade para que exista, a partir disso é preciso que o mesmo se torne crível, que seja autêntico.

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  61. Bruno Souza - 09/01080519 de dez. de 2011, 21:19:00

    A ciência da informação e a arquivologia tem o mesmo objeto de estudo, a informação registrada em um suporte, mas CI não leva em consideração a organicidade da informação. A CI tem como objeto a transferência da informação agregada com a interdisciplinariedade.
    CI permite o acesso ao conhecimento e o acesso a informação. A arquivologia estuda métodos de compartilhamento, acesso e guarda dos documentos e a CI se preocupa somente com aprimorar as ferramentas de acesso a esta informação e não leva em conta a organicidade. De Acordo com Rousseau e Coure (1998) existem sete funções arquivística como: produção, avaliação, aquisição, conservação/preservação, classificação, descrição e difusão. Estas funções portando vem cuidando da documentação desde sua gênese até sua difusão e estabelece o respeito ao fundo, diferente dos bibliotecários e documentalistas. É neste sentido que as atividades arquivística tem estreita função com as proposta da CI.
    A CI não se preocupa com a organicidade da informação. Na arquivologia nem toda informação documentada é um documento de arquivo isso ocorre pelo fato de haverem necessidades diplomáticas nos documentos. A arquivologia estuda o contexto de criação da documentação para poder estabelecer um linha lógica de criação e utiliza ferramentes que a CI não abrange como exemplo: unicidade, teoria das três idades, etc..

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  62. Primeiramente é importante que se contextualize a produção documental. Os documentos,são produzidos em função da necessidade da instituição e no exercício da função, contudo, a maioria dos documentos tem relações entre si. A informação contida nos suportes,são fontes administrativas que, no respectivo momento de produção é de fácil acesso, discernimento e identificação. Contudo, com o decorrer do tempo, aquela informação já se torna de difícil constatação se não estiver juntamente com seus documentos relacionados.
    No meu entendimento, os documentos deveriam ser guardados também de acordo com seus aspectos de produção, não somente pela proveniência e organicidade, mas é necessário que se estabeleça coesão entre os documentos. Não só por assunto, tema ou conteúdo específico, mas também pela abrangência do mesmo. No mundo arquivístico real, muitas vezes não se é possível ordenar e classificar os documentos de forma correta pois, muitas vezes se torna difícil a constatação de qual o conteúdo específico, a informação contida naquela unidade física. Muitas vezes, um único documento traz consigo diferentes informações, dados, averiguações; a relação entre informação e documento se torna fragilizada, já que muitas vezes nos é condicionado a perceber unicamente a “mensagem central” e as “mensagens secundárias” tornam-se, muitas vezes, no momento, supérfluas e de difícil entendimento. Posteriormente, se as “informações secundárias” forem tão importantes e triviais quanto à “principal” acarretará na dificuldade da recuperação. Algo natural pois, como se conseguiria recuperar uma informação que não se sabe como ela foi classificada, em qual série, fundo ou espécie ela está?
    Alguns aspectos “mecânicos” e pragmáticos estão arraigados na origem bibliotecária da arquivologia, mas é injusto culpar somente a objetividade desta área da informação, já que também faz parte da atual doutrina arquivística estabalecer meios e formas específicas à metodologia adotada. É difícil a sistematização e padronização da área arquivística, já que a informação é variável e até mesmo mutável. Para que haja a recuperação efetiva de toda e qualquer seria necessário haver mais de uma forma de classificar o documento; mais de uma classificação ou registro. Contudo, isso seria inviável, já que poderia confundir e tornar o processo de recuperação mais longo e complexo.
    A relação não pode ser automaticamente tranposta, deve-se analisar o contexto e as diferenças existentes, não só a teórica, mas também a prática. Os itens documentais de um arquivo não são escolhidos previamente para serem acumulados, eles se acumulam à medida que são produzidos. Mas uma boa Cumulatividade, aquela que promove a perfeita organicidade do arquivo, se realiza quando os documentos são organizados de acordo com o desenvolvimento das ações; quando o fluxo de acumulação acompanha o fluxo das ações que criam os documentos. Isso dificilmente se realiza perfeitamente sem que haja uma ação orientada para esse fim. O que orientará essa ação será o chamado Plano de Classificação que se constitui na principal atividade da gestão de documentos de uso corrente.
    Organicidade - Se um arquivo é formado por um conjunto de documentos que se originam de ações articuladas em prol da missão de uma entidade, tem-se que ele resulta em um todo orgânico cujas partes são inter-relacionadas de modo a fornecer o sentido do conjunto.
    A autenticidade legal: documentos que suportam uma prova sobre si mesma, devido a intervenção durante ou depois de sua criação, de uma autoridade pública que garanta sua genuinidade. Também está ligada ao processo de criação, manutenção e custodia; os documentos são produto de rotinas processuais que visam ao cumprimento de determinada função, ou consecução de alguma atividade, e são autênticos quando criados e conservados de acordo com procedimentos regulares que podem ser comprovados, a partir de rotinas estabelecidas

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  63. Um dos problemas expostos por Kenji a respeito da CI é que ela nasceu através da posterior teorização sobre procedimentos meramente técnicos, surgidos com a necessidade de coleta, organização e acesso às informações cridas. O “boom” informacional, somado aos avanços tecnológicos, só agravou o problema, fazendo-se urgente uma reflexão mais filosófica a respeito do que constitui a Ciência da Informação como área e como a informação pode ser definida.

    Partindo desses pressupostos, a Ciência da Informação, em termos gerais, divide com a Arquivologia não apenas seu objeto de estudo, mas também a preocupação com acesso à informação contida nos documentos. Porém, há algumas especificidades únicas a área arquivística que não são levadas em conta quando pensamos nessa relação informação-documento de maneira mais geral. Entre elas podemos destacar a proveniência, a autenticidade e a função original do documento de arquivo.

    O conceito de proveniência do arquivo e suas funções originais levam em conta a organicidade inerente ao documento arquivístico, em outras palavras, todo documento de arquivo é criado com uma função clara, durante o exercício das atividades de um órgão ou pessoa física. Portanto, sob o aspecto da CI, o contexto de criação do documento não é o mais importante e sim a informação contida, porém a particularidade dos documentos de arquivos exige que eles sejam analisados em seu conjunto, com as relações entre eles e a missão do seu criador, ou seja, é uma informação que só tem valor (e sentido) se corretamente analisada e interpretada. Somado a isso ainda temos a questão da autenticidade, que, apesar de não ser um problema único dos documentos de arquivo, adquire características próprias nesse âmbito. Documentos administrativos usualmente fazem uso de uma forma padrão (espécie) para produção de documentos de caráter único, porém em série. Muito anterior a preocupação da recuperação de informação desse tipo de documento, está aquela com relação a autenticidade, pois o valor de guarda de um documento assim está intrinsecamente associado a seu valor de prova.

    A partir dessas reflexões, podemos afirmar que se faz necessário sim pensar na relação informação-documento no âmbito arquivístico, porém uma transposição automática do conceito usado na Ciência da Informação seria insensata.

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  64. De acordo com Bellotto (2002) existem 4 princípios arquivísticos sem os quais a análise tipológica não pode ser feita corretamente, são eles: o da proveniência, da unicidade, da organicidade e da indivisibilidade. Esses princípios dão sustentação para tudo aquilo que a arquivologia busca através de seus estudos como ciência da informação. No entanto, como em toda ciência, a conceituação dos principais termos utilizados é necessária para o bom entendimento daquela área de estudo quanto aos seus objetivos e metodologia.
    Na arquivologia os documentos de arquivo são aqueles que correspondem a um conjunto informacional decorrente do funcionamento de uma entidade pública ou privada no exercício de suas funções. O valor primário dos documentos se refere ao objetivo de sua produção, na qual serviram à dimensão jurídica e/ou administrativa. Posteriormente esses documentos passam a ter um valor secundário que equivale ao de um testemunho, pois tem cunho mais amplo que o restrito ditado jurídico e administrativo contido no teor documental.
    Considerando as características dos documentos de arquivos é possível imaginar os tipos de informações geralmente contidas nos mesmos. Portanto, a informação, nesse âmbito, pode ser definida como todo aquele dado posto a disposição para consulta por parte de pessoas autorizadas com o intuito de obter conhecimento – que pode ser caracterizado como prova – acerca de determinada instituição ou pessoa.
    Os documentos da ciência da informação, no entanto, são considerados mais extensos já que a ciência da informação abrange em si não somente a arquivologia, mas a biblioteconomia e a museologia também. Essas duas outras áreas de estudo tem como principais objetos de análise os livros e as peças de grande valor histórico, respectivamente. Apesar dessa diferenciações, podemos verificar que os objetos de estudo das três áreas podem se misturar e, inclusive, o fazem muitas vezes.
    Com isso, acredito que a relação informação-documento de ciência da informação nem sempre pode ser aplicada da mesma forma ao documentos de arquivo. Isso ocorre porque, apesar de existirem similaridades, o valor primário desses objetos (principalmente no caso de livros e documentos de uma instituição) não são os mesmos, ou seja, o motivo de sua produção não é o mesmo (o livro em geral é produzido com o objetivo de divulgar informações a quem se interessar, enquanto que os documentos de arquivos podem ter caráter sigiloso, ou apenas de correspondência entre um número pequeno de pessoas).

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