24 agosto 2010

Balanço do 1º dia do XVI CBA

Hoje o dia foi dedicado aos cursos e ao seminário sobre arquivos eletrônicos, eventos que antecederam à abertura oficial do Congresso.

O grande destaque, em minha opinião, veio dos Arquivos Nacionais da Austrália,  cujo programa de preservação digital foi apresentado por Michael Carden que desenvolveu software específico para a preservação digital: o Xena (pronuncia-se "zina"). A idéia é uma multiferramenta de conversão de formato de arquivos: entra-se com qualquer arquivo, o Xena reconhece o formato e faz a conversão para um formato equivalente, em open access, previamente escolhido pela instituição para a preservação de longo prazo. Baixei e instalei o software mas não obtive sucesso em seu funcionamento. Quem quiser tentar o site é: http://xena.sourceforge.net/ Se conseguir, peço que deixe as dicas aqui neste blog.

Na cerimônia de abertura, bem concorrida, as renomadas professoras da UNESP-Marília, Telma Campanha e Leandra Bizzelo destacaram-se na plateia. 

Entre um café e outro rencontrei ex-alunos de diplomática da UnB e alunos da pós-graduação que se queixaram, com razão, dos altos custos de participação no evento e a ausência de um apoio efetivo da UnB, que ainda não deliberou sobre a sobre o pedido de auxílio por eles feito ao Decanato de Pesquisa e Pós-graduação. Flávia Helena, autora da polêmica dissertação sobre o curso de arquivologia da UnB (ver postagens de 30/abr, 05/mai (a), 05/mai (b) e 07/mai) prometeu (né Flávia?) apresentar um dossiê das despesas que um simples mortal posgraduando tem em um evento desse tipo para um exercício de análise diplomática e tipológica.

A conversa mais interessante do dia, até o momento foi com Elizer Pires da Silva, mestre, doutorando, professor da Unirio e arquivista do Arquivo Nacional. Ele teve negado seu pedido de afastamento para cursar o doutorado em Memória Social na UFRJ, sob a alegação de incompatibilidade entre a ocupação do servidor e a capacitação proposta. Um arquivista capacitar-se com doutorado é incompatível com a profissão? Aguardem novas notícias sobre isso neste blog.

Em tempo: não esqueça de VOTAR nesse blog para o prêmio internacional FRIDA, acesssando este link.  Ver post aqui

6 comentários:

  1. Esse congresso está rendendo, hein!
    Não fui, o que é uma pena, mas estou acompanhado por aqui!
    Valeu pelas atualizações!

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  2. Caro André, sua fala A formação do profissional de arquivos no Brasil foi lúcida, excelente. Os comentários na pláteia foram: é a realidade. Parabéns. Abraço, Leandra (Arquivologia-UNESP)

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  3. Vc tá parecendo o gêninho da Sheera nessa foto. "Descobriram onde eu estava hoje?" ..rs
    Mas os comentários que eu ouvi da platéia sobre a sua palestra foram outros. Depois ti conto...
    Flávia Oliveira.

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  4. Agora fiquei curioso: o pessoal da UNESP gostou e o pessoal da UnB ouviu comentários negativos. Acho que essa é a maior qualidade da Ciência: estar sempre aberta para ser discutida e nunca apresentar conclusões unânimes.
    Ps: não podia ser o Wally em vez do "geninho"? Ele tem um jeito excessivamente "Hello Kitty"...

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  5. Ficou curioso??
    Pois é, eu fui abordada com a seguinte pergunta: "essa é a opinião da UnB?"
    Respondi que não. Mas na verdade eu não sei a opinião do departamento inteiro.
    Sei que eu discordo completamente de vc.
    E a repercussão não tá só na boca do povo não, já tá rolando nas listas de discussão.
    Dá uma olhada, lá embaixo,no e-mail do RJ...
    Sinceramente, eu entendo como um retrocesso lutar tanto pelo reconhecimento de uma profissão para na hora que ela começa a vislumbrar o seu lugar ao sol "abrir as pernas" pra qualquer outro profissional assumir o seu lugar, desde que tenha o conhecimento necessário da área.
    Quanto a função acadêmica, eu concordo que não deve haver restrição para a contratação de professores de outras áreas do conhecimento, afinal não somos interdisciplinares? E além do mais, em todos os demais cursos superiores existe a contratação de professores de diversas áreas do conhecimento.
    No entanto, para exercer a função de arquivista tem que ter diploma sim. Do contrário pode fechar todos os cursos no Brasil. Do que vai servir esse diploma?
    Reserva de mercado é vista de forma perjorativa, mas foi dessa forma que se consolidaram as profissões mais reconhecidas que conhecemos. Ex. Medicina, Direito, Odontológia.
    Por acaso alguém aqui estaria interessado em extrair o dente com um boticão? Ou fazer um parto com uma parteira?
    Eles tem o conhecimento...


    From: Nei Silveira
    Sent: Tuesday, August 31, 2010 9:35 PM
    To: reflexao-e-acao@googlegroups.com ; Sindicato Plural ; Arquivistas Grupo ; Arquivo Grupo ; Servidores AN
    Subject: [arquivo] Em defessa da profissão de arquivista



    Venho manifestar minha opinião a respeito de uma nova onda que parece que está em curso, de abrir possibilidades para os chamados "especialistas" terem as mesmas prerrogativas legais que os bacharéis graduados em Arquivologia.

    Para quem defende essa posição faço uma indagação: quantos "especialistas" na área de História, Geografia, Biblioteconomia, Museologia, entre outras, tem as mesmas prerrogativas legais dos historiadores, dos geógrafos, dos bibliotecários, dos museólogos, e das demais profissões?

    Sou radicalmente contra qualquer mudança na Lei que regulamenta a profissão de arquivista para abrir possibilidades de reconhecer que os “especialistas" venham a se equiparar aos graduados em Arquivologia.

    Sabemos que outros profissionais tiveram e têm parcela significativa na construção e no fortalecimento da Arquivologia e os arquivistas. São em números expressivos aqueles que fizeram e fazem parte do desenvolvimento da profissão. Mas muitos deles não são arquivistas, e nem por isso são menos importantes, ao contrário, reconhecemos suas contribuições para a Arquivologia.

    Um piloto de Fórmula 1 é cercado por inúmeros especialistas que compõe a equipe, mas eles não são pilotos, são especialistas nas suas respectivas áreas e são de suma importância para o sucesso da equipe.

    Penso que especialidade na área de Arquivologia está no campo da pós-graduação.

    Neste contexto, conclamo todos a defender a Arquivologia e os profissionais arquivistas conforme a legislação estabelece, e a resistir a qualquer mudança na Lei neste sentido.


    Nei Inacio da Silveira
    (21)9606-3147

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  6. Em primeiro lugar "a UNB" nunca terá "uma opinião". Não somos como certas instituições que têm que pedir pareceres jurídicos para expressar opiniões. Aqui existe uma coisa que se chama pluralidade de saberes e liberdade de cátedra; ou seja podemos pensar e pesquisar o que quisermos e nossas conclusões são sempre plurais e abertas ao debate, sejam elas concordantes ou não, com o que propugna a Lei. A Igreja já chegou a normatizar que a Terra era o centro do Universo. A Lei brasileira foi a última a abolir a escravidão. Pela mesma Lei, um dia, as mulheres não votavam. A questão não é o que a Lei diz ou não diz, mas se isso é adequado ou não. Todo aquele que se nega, por princípio, discutir dada situação sob o argumento de esta já é definida por Lei tem o mesmo nível de intolerância dos inquisidores que queimaram Giordanno Bruno.

    Não sabia que havia também curso de graduação para pilotos de F1; vivendo e aprendendo.

    Engraçado se eu, como especialista sou coadjuvante, ou equipe de apoio dos pilotos-arquivsitas, por que:
    a)formo tais pilotos e não posso correr?
    b)escrevo os textos que tais pilotos leem para aprender a correr e não posso correr?
    c)elaboro e corrijo os testes que permitem tais pilotos correr, mas não posso correr?

    Mais engraçado ainda é ver nossos Arqbarrichelos indo a congressos de não pilotos e assistindo a palestras de convidados nacionais e internacionais que não tem a graduação em pilotagem.

    Como será que funciona isso nas outras equipes de pilotos no resto do mundo? Por que será que nos países de notória tradição e contribuição à Arquivologia para ser piloto basta ser bom piloto?

    Deve ser por isso que o Barrichelo é o piloto com a maior longevidade na F1 e deve ser por isso que há tanta barbeiragem nas práticas arquivístivas brasileiras.

    O alento é que nosso amado patrulheiro rodoviário está sempre vigilante!

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