18 setembro 2015

Sobre plágio


Está havendo alguma confusão entre elaboração de texto pelos grupos e cópia indevida, não referenciada, de materiais de outrem. Uma coisa é usar o material produzido por terceiros, para embasar, ilustrar ou discutir pontos de sua argumentação, sempre citando a fonte (autor e localização do recurso). Outra coisa é valer-se de outro material como se este fora produzido por você, como se ele fosse a sua argumentação; pior ainda é fazer isso sem referenciar as fontes. Neste caso estamos falando de plágio, que é um crime. 

A função pedagógica de pedir que os alunos escrevam, pesquisem outras fontes e discutam com elas é para estimular o amadurecimento intelectual e o raciocínio crítico. Recortar conteúdos e simplesmente colar nos blogs discentes em nada contribui para a formação dos alunos, estando o recurso devidamente referenciado ou não. A diferença é que no primeiro caso pode-se estar violando direitos de divulgação e no segundo, além disso, há a ocorrência de crime de plágio.

A UnB carece de um código de ética. Em universidades mais sérias a apresentação de trabalhos com plágio pode, em alguns casos, levar à expulsão dos alunos envolvidos. Há casos nos quais títulos de pós-graduação foram cassados após a comprovação do plágio. Minha política pessoal, como professor, é composta por três etapas:
a) anular a atividade do aluno (dar zero);
b) orientar sobre a questão (está sendo feito neste post);
c) na hipótese de reincidência, levar o caso para as instâncias superiores da universidade, podendo resultar em reprovação ou mesmo expulsão do curso, se o ato for de má fé e for caracterizado como falsidade ideológica.

Um post sobre o assunto, com um divertido vídeo, está disponível no blog de Metodologia CI, em http://metodologiaci.blogspot.com.br/2011/03/citar-referenciar-para-nao-cometer.html 

___________
André Lopez

3 comentários:

  1. "A ação teria que ser mais abrangente: na formação dos professores, na confecção de materiais didáticos, no controle escolar etc. etc. O problema é que isso demandaria legisladores e gestores públicos com outra cultura política e social." (Grifo nosso). Fonte: http://metodologiaci.blogspot.com.br/2011/03/citar-referenciar-para-nao-cometer.html André Porto Ancona Lopez - 26 de abril de 2011 12:53 – O fato é: Não deve e não pode ser um problema pela questão de demandar legisladores e gestores públicos com outra cultura política e social. Hoje estamos vivendo e sentindo na “carne” o que é o descaso com o correto e com a ética, por isso se faz necessária a mudança mesmo que tardia. Professor louvo-o por suas ações e precisamos de mais incentivadores/multiplicadores para mudar esse pensamento e cultura, a única forma de se acabar com o mal é cortando-o pela raiz, o que nos leva a fala do Professor, tanto quanto você anseio por mudanças e acredito que muitos como nós e, sei que não é possível mudar tudo de uma só vez, mas se for dado o primeiro passo onde a ética prevaleça sobre todas as coisas, acredito ser possível mudar todo o restante, inclusive a cultura errada enraizada. Devemos, cada um de nós, assumir seu papel como cidadão.

    ResponderExcluir
  2. Tentei destacar "O problema é que isso demandaria legisladores e gestores públicos com outra cultura política e social." Mas o sistema do Blog não permitiu, ou pelo menos para mim não aparece.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grato pela participação.

      Realmente é uma questão de postura geral, em parte e de ignorância de outra (pois os alunos passaram a vida escolar inteira sendo ensinados a recortar e colar...

      Os comments aqui não aceitam itálico ou negrito sem inserir códigos de edição. Para as próxima sugiro o uso de MAIÚSCULAS. .

      Excluir

clique para comentar