19 junho 2011

Atividade extra para o feriadão...

Ao navegar pela 'net', me deparei com uma reportagem do G1, aqui, que dizia mais ou menos assim: "(...) o arquivo de Albert Einstein será digitalizado e disponibilizado na internet dentro de um ano. O arquivo contém mais de 80 mil documentos do cientista judeu (...)". Até aí, tudo bem. Mas, o que mais me chamou atenção foi a afirmativa do diretor do "Arquivo Albert Einsteins", da Universidade Hebraica, que dizia "é a coleção mais importante de seus documentos e uma coleção importante da história do século 20". Além do mais, a reportagem afirmava que a coleção inclui cadernos de pesquisa, correspondências e artigos.
Eu não sei se foi culpa da tradução para o português, mas o fato é: o arquivo pessoal de Albert Einsteins não é uma coleção. Uma coisa é o cara ter uma colação de latinhas de cerveja ou de a menina ter uma coleção de bonecas. Mas, querer dizer que um fundo arquivístico pessoal e uma coleção são a mesma coisa, aí é demais para o meu coração. Rs!
Vale ressaltar que a coleção (a reunião artificial de documentos que apresentam alguma característica em comum) difere do fundo de arquivo pela ausência de organicidade. Assim, um fundo arquivístico apresenta subdivisões orgânicas, onde os documentos de arquivo são organizados em séries. Já em uma coleção o máximo que podemos ter é uma organização baseada em um sistema de ordenação geográfico, cronológico, onomástico, entre outros.

Assim, venho propor uma atividade extra.

1. Discuta a diferença entre arquivo pessoal e coleção.

2. Quais são as principais espécies documentais que aparecem nos arquivos pessoais?

3. Como discutir a tipologia nos arquivos pessoais?

4. Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?

Essa atividade é opcional e individual;
Prazo: até o dia 26/06/2011, às 23:59.

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Adrielly Torres

35 comentários:

  1. Por favor, respondam as questões uma a uma, numerando-as, se possível. Obrigada.

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  2. 1. Discuta a diferença entre arquivo pessoal e coleção.
    A lei 8159/1991 dispõe sobre os arquivos públicos e privados e no capítulo III da mesma lei define os arquivos privados:
    “Art. 11. Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades.
    Art. 12. Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história e desenvolvimento científico nacional.
    Art. 13. Os arquivos privados identificados como de interesse público e social não poderão ser alienados com dispersão ou perda da unidade documental, nem transferidos para o exterior.
    Parágrafo único. Na alienação desses arquivos o Poder Público exercerá preferência na aquisição.
    Art. 14. O acesso aos documentos de arquivos privados identificados como de interesse público e social poderá ser franqueado mediante autorização de seu proprietário ou possuidor.
    Art. 15. Os arquivos privados identificados como de interesse público e social poderão ser depositados a título revogável, ou doados a instituições arquivísticas públicas.
    Art. 16. Os registros civis de arquivos de entidades religiosas produzidos anteriormente à vigência do Código Civil ficam identificados como de interesse público e social.” (Lei 8159/1991)
    Enquanto coleção é (a reunião artificial de documentos que apresentam alguma característica em comum) e a diferença entre os dois é a maneira da sua produção e sua função, conforme a Bellotto a seguir: “a forma/função pela qual o documento é criado é que determina seu uso e seu destino de armazenamento futuro”. (2006, p.36).
    Os documentos de arquivo pessoal devem ser analisados minuciosamente devido sua peculiaridade não regulamentada e seu contexto de produção. “Os documentos produzidos e reunidos por indivíduos ao longo de sua existência representam seu desempenho e funções na sociedade, sua vida familiar, suas idéias, preconceitos, afetos, desafetos, etc. Esse processo de produção do arquivo pessoal, longe de ser regulado por regimentos, estatutos ou outra norma, resulta em um conjunto variado de documentos distintos em forma e em estrutura.” (OLIVEIRA, 2009, p. 2).

    2. Quais são as principais espécies documentais que aparecem nos arquivos pessoais?

    As principais espécies documentais nos arquivos pessoas são reflexos das atividades, funções do titular no decorrer de suas atividades. Certidão de nascimento, cartas, projeto de pesquisa, álbuns fotográficos. “Nos arquivos pessoais, em linhas gerais, é comum encontrarmos registros que representam o nascimento, as bodas, as grandes viagens e a morte, eventos marcantes na existência de um indivíduo. Os registros podem ser explícitos ou simbólicos.” (OLIVEIRA, 2009, p.4).

    continua.

    Por: Israel Gomes da Silva

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  3. Partindo do estudo da produção e recebimento desse arquivo pessoal e da atividade pela qual o fundo arquivístico se predispões a exercer no decorrer de suas atividades, pois os documentos não são de cunho funcional e administrativo. conforme Bellotto (2006, p. 256) ”são papéis ligados à vida familiar, civil. Profissional e à produção política e/ou intelectual, cientifica, artística de estadistas, políticos, artistas, literatos, cientistas etc.”

    A tipologia nos arquivos pessoais são melhor analisadas se partirmos da analise da função do documento nas atividades do arquivo pessoal e os seus referidos tramites.

    4. Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?
    Não temos nenhuma legislação a esse respeito (eu não encontrei), entretanto a arquivologia trabalha com a idéia de conjunto documental, sendo seu princípio norteador (respeito aos fundos) se desdobra em dois: principio da proveniência e da organicidade. Pelo motivo argumentado na oração anterior penso não ser coerente, adequado eliminar do arquivo os documentos não arquivístico. No tratamento dos arquivo pessoal sugere que se for separados (não que não ocorra em outros arquivos ) devido a diversidade de suporte fazer referencia.
    O arquivo pessoal ser chamado como coleção não me parece nenhum equivoco ou ofensa (já que em parte se caracteriza dessa maneira) a arquivologia já que a mesma não possui claramente regulamentado que documentos devem ser considerados para formação de um arquivo pessoal (nesse caso arquivo pessoal arquivístico). A questão que levanto não é se a arquivologia deve ou não definir que documentos devem ser incluídos, considerado de arquivo pessoal e sim que os arquivos pessoais cumprem razão de ser diferente na nossa sociedade e por esse motivo não vejo por que ser tratado na analise tipológica como os arquivos públicos, econômicos, sociais.

    ¹BELLOTO, Heloísa. arquivos permanentes. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006. 320p.

    ²OLIVERIA, Lucia. http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/bolsistas/2010/FCRB_Selecao_de_Bolsistas_2010_Analise_tipologica_dos_documentos.pdf

    Por: Israel Gomes da Silva

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  6. 1- Podemos considerar que um acervo pode ser tanto um fundo quanto uma coleção. No entanto, um fundo é composto por documentos de arquivo, aqueles que servem como objeto de prova de determinada ação. Fará parte de uma coleção aqueles documentos que não podem ser considerados de arquivo.

    Nos arquivos pessoais, há a formação de fundos que, segundo Belotto, consistem em um conjunto de documentos produzidos e/ou acumulados por entidade pública ou privados e pessoa ou família no exercício de suas funções e atividades, guardando entre si relações orgânicas.

    Em uma coleção, segundo o DTA (Dicionário de Terminologia Arquivística), existe a reunião artificial de documentos que, não mantendo relação orgânica entre si, representam alguma característica em comum.

    Ou seja, os documentos de um arquivo pessoal se diferenciam basicamente dos itens de uma coleção, por fazerem parte de um fundo documental, isto é, por possuir caráter orgânico em função de uma atividade. Para a formação de uma coleção, os itens são reunidos intencionalmente de acordo com as suas características em comum.
    --

    2- As espécies encontradas em fundos pessoais são mais peculiares e se diferenciam das espécies institucionais, já que os documentos pessoais são reflexos das relações sociais desenvolvidas pela pessoa ou família ao longo da vida. Entretanto, existem algumas espécies que podem ser encontradas mais comumente na maioria dos arquivos pessoas, tais como: certificados, correspondências, comprovantes, fotografias, anotações, relatórios e etc.
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    3- O estudo da tipologia documental permite estabelecer a relação entre os documentos com as funções e atividades do titular de um arquivo. O processo de produção de documentos pessoais não seguem normas e padrões, o que dificulta a identificação do tipo documental. Entretanto, os documentos de um arquivo pessoal de algum modo possuem referências no momento histórico ao qual foram produzidos o que torna mais fácil o estudo dos tipos documentais.
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    4- Eu concordo com o Israel que considerar arquivos pessoais como coleção não é nenhum equívoco. Terry Cook aborda em seu texto: “Arquivos Pessoais e Arquivos Institucionais: para um Entendimento Arquivístico Comum da Formação da Memória em um Mundo Pós-Moderno”, que em boa parte da Europa os arquivos pessoais e públicos reforçam suas diferenças quanto as suas distintas origens e estruturas legislativas. Segundo o autor, os arquivos nacionais não recebem documentos pessoais de indivíduos particulares, sendo esta uma função da biblioteca nacional, universidade, museus, institutos de pesquisa ou documentação temáticos ou especializados. No texto, o autor traz para discussão a ideia de que em até que ponto a acumulação natural de documentos públicos pode ser comparada à acumulação de documentos pessoais.

    A falta de legislação corrobora para essa situação. Eliminar os documentos de arquivo não é uma solução, até porque por algum motivo, conhecido ou não, os documentos foram ali reunidos. Se custodiar documentos pessoais implica em preservar a memória do titular do arquivo e não se sabe se esses documentos de alguma forma tiveram alguma representação histórica relevante na vida do indivíduo, não é certo simplesmente descartá-los e fingir que esses documentos não fizeram parte da vida do indivíduo.

    A meu ver, já que esses documentos não possuem atributos orgânicos e aparentemente não são objetos de prova, o mais correto seria encaminhar esses documentos não arquivísticos para instituições responsáveis e especializadas por reunir documentos intencionalmente para disponibilizar o acesso, tais como: museus, bibliotecas e etc.
    --

    Referências bibliográficas:

    BELLOTO, Heloísa. arquivos permanentes. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006. 320p.

    OLIVERIA, Lucia. http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/bolsistas/2010/FCRB_Selecao_de_Bolsistas_2010_Analise_tipologica_dos_documentos.pdf

    Arquivos Pessoais e Arquivos Institucionais: para um Entendimento
    Arquivístico Comum da Formação da Memória em um Mundo Pós-
    Moderno. Terry Cook

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  7. 1 -

    Coleção não é arquivo, pois não apresenta subdivisão orgânica. A diferença básica entre arquivo e coleção é que o primeiro tem caráter orgânico (estabelecido por meio das séries que o formam dispostas segundo uma sequência lógica), sendo a prova de uma atividade; enquanto que o segundo não mantém organicidade, não é prova de uma atividade. Um arquivo pessoal é aquele que tem como objetivo, manter, guardar, tratar e disponibilizar documentos que tenham sido produzidos e acumulados por uma pessoa física durante suas atividades e funções. O documento para estar inserido em um arquivo pessoal seria criado por pessoas físicas e jurídicas de direito privado estabelecendo relacionamento na sequência de tempo (organicidade).

    O fato é que dependendo da função e do contexto para qual o documento foi criado ele irá assumir uma configuração diferente. Ou seja, um objeto que retrate uma atividade que eu fiz, como uma sacola, sendo guardada como prova de uma compra, pode ficar no meu arquivo pessoa, mas se eu a guardo somente por ter achado bonita ou por ter ganhado de alguém, ela vai fazer parte da minha coleção de sacolas. Mas a verdade é que se confundimos coleção com arquivo no âmbito dos arquivos públicos, devemos ter mais cuidado ainda quando estivermos trabalhando com documentos de caráter particular, já que é normal fazermos coleções de tudo o que nos agrada, ficando mais complicado separar os documentos de arquivo daqueles que não o são.

    2 -

    Basicamente teremos documentos que refletem as ações profissionais, pessoais. São documentos ligados à atividade familiar, civil, produção artística... Mas conforme expresso por Bellotto, no caso dos arquivos pessoais as tipologias são, em geral, bastante semelhantes. Temos certidões, fotografias, cartas, CDs, contas (água, luz, telefone, IPTU, IPVA), contratos (aluguel, escola, faculdade), ingressos (para shows, jogos), diplomas, convites (de aniversário) entre outros.

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  8. 3 -

    Toda a documentação será o reflexo da atividade realizada pelo indivíduo desde seu nascimento até sua morte, ou seja, reflete cada momento da vida. Essa documentação deve desde cedo ser organizada de modo a considerar sua função. Para isso, sugiro uma organização cronológica. Existem certos documentos que poderão ser eliminados com base na legislação, como as contas de IPTU, IPVA (cinco anos, contados a partir do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado). Mas outros documentos deverão ser preservados, pois refletem algo mais “íntimo”, como cartas, cadernos, diplomas, fotos, convite de casamento. Na realidade, a melhor forma de garantir a organicidade é que o próprio produtor faça a gestão dessas informações. Mas caso isso não seja possível, caberá aos responsáveis tentar estabelecer relações entre eles, com base em depoimentos de parentes, amigos e na própria análise da documentação.

    4 -

    Primeiramente, devemos averiguar se esses documentos que não são de arquivo estão reunidos por fazerem parte das atividades desenvolvidas pelo indivíduo ou se integram o fundo de forma não orgânica (se foram acumulados por simples descuido ou qualquer outro motivo). Acredito que se esses documentos que não são arquivísticos (como bichos de pelúcia, roupas) forem prova de alguma atividade eles deverão ser mantidos juntos dos demais, devem ser mantidos junto com o restante do fundo, pois fazem parte desse fundo pessoal, da história do indivíduo. Caso contrário, acredito que podemos desmembrar e passar a guarda desses documentos não arquivísticos para uma instituição especializada, a fim de não perder informações, ou até mesmo descartá-los.

    Porém como mencionado anteriormente, é muito difícil separar as coleções dos arquivos pessoais. A meu ver, tudo o que for reflexo da atividade de um indivíduo, mesmo sendo característico de coleção, deve ser mantido agregado com o fundo, até mesmo tendo em vista o Princípio de Respeito aos fundos e da Ordem original, já que devemos sempre preservar a organicidade.

    Fonte:

    http://www.sincovaga.com.br/DL/Comunicados/GUARDA%20DE%20DOCUMENTOS%20comunicado.pdf

    BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivos permanentes: tratamento documental. 4º ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006.

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  9. 1. Existem algumas similaridades importantes entre os arquivos pessoais e os públicos. Primeiro ambos são componentes de registro derivados de uma atividade; os arquivos são evidências das transações da vida humana, seja ela organizacional, e, por conseguinte oficial, seja individual, e, portanto pessoal. Diferentemente dos livros, programas de televisão ou obras de arte, eles não são intencionalmente criados por motivos próprios, com a possível exceção dos textos autobiográficos, mas surgem, antes, dentro de um contexto, como parte de alguma outra atividade ou necessidade, seja pessoal, seja institucional. Os arquivistas, tanto nos arquivos públicos quanto nos pessoais, frequentemente usam procedimentos técnicos e métodos práticos semelhantes, em termos de como acessam, descrevem, armazenam fisicamente e conservam os arquivos e os colocam à disposição para fins de pesquisa.
    Essa ideia da diferença fundamental entre arquivos públicos e arquivos pessoais é muito difundida no pensamento arquivístico tradicional e na maior parte da literatura sobre o assunto. Os arquivos públicos ou institucionais são apresentados como acumulações naturais, orgânicas, inocentes, transparentes, que o arquivista preserva de modo imparcial, neutro e objetivo. Essa é a teoria arquivística clássica. Em contraste, os arquivos pessoais são apresentados como mais artificiais, antinaturais, arbitrários, parciais, algo realmente mais próximo de um material de biblioteca, publicado, como as autobiografias e as memórias, do que de documentos de arquivos oficiais e públicos. Na verdade, os arquivistas que trabalham com arquivos pessoais são vistos como mais próximos dos bibliotecários, documentalistas e historiadores do que de profissionais encarregado de registros públicos.
    O processo de produção do arquivo pessoal, longe de ser regulado por regimentos, estatutos ou outra norma, resulta em um conjunto variado de documentos distintos em forma e em estrutura. Por muito tempo esses documentos produzidos na singularidade do cenário da vida privada foram entendidos como documentos descaracterizados de sua natureza arquivística e, portanto, foram entregues às bibliotecas. (Lucia Maria de Oliveira)

    2. De acordo com Ieda Pimenta Bernardes a espécie documental é caracterizada pela configuração que assume um documento de acordo com a disposição e a natureza das informações contidas nele. Assim podemos pressupor que nos arquivos pessoais, iremos encontrar documentos da vida pessoal e profissional da pessoa. Geralmente são fotografias, cartas, certidões, certificados, diplomas, manuscritos, livros, contas, contratos, comprovantes, convites...

    3. Para Delmas o objeto da Tipologia é a lógica orgânica dos conjuntos documentais. Já Heloísa Belloto diz que para fazermos uma abordagem da análise tipológica é necessário ter pleno conhecimento: da estrutura orgânico-funcional da entidade acumuladora; das sucessivas reorganizações que tenham causado supressões ou acréscimos de novas atividades e, portanto, de tipologia/séries; das funções definidas por leis/regulamentos; das funções atípicas circunstanciais; das transformações decorrentes de intervenções; dos processos, pois eles têm uma tramitação regulamentada.
    A arquivística clássica prevê que ao discutir tipologia é necessário ter em mente a organização estrutural e/ou funcional da entidade produtora dos documentos, bem como assimilar todos eles organicamente no contexto de seu trâmite. Mas os arquivos pessoais não costumam apresentar caráter funcional e estrutural e na maioria das vezes não possuem relações orgânicas, geralmente são documentos que demonstram as funções e atividades de seu produtor e seu processo de produção não segue normas ou padrões.

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  10. 4. Com os arquivos pessoais inspirando e documentando trabalhos acadêmicos e de ficção (literatura e cinema), dando origem a exposições e motivando a publicação de instrumentos de pesquisa, houve o aumento dos recolhimentos, da organização e da disponibilização dos documentos de origem privada em entidades especializadas públicas ou particulares. A diversidade destes fundos aponta para a riqueza de pesquisas, análises e reflexões que eles contêm. A variedade documental e as restrições de acesso e consulta formulado por legislação em vigor impõe a permanência de uma reflexão sobre a adoção de critérios de uso de arquivos pessoais sob a guarda de instituições públicas.

    Bibliografia:

    BELLOTTO, Heloísa Liberalli - Como fazer análise Diplomática e análise Tipológica de documentos de Arquivo. São Paulo: Arquivos do Estado, Imprensa Oficial, 2002. (PROJETO COMO FAZER, 8).

    CARDOSO, Maria Cecília de Castro - A Memória e a Pesquisa Nos Arquivos Pessoais do IEB-USP.

    COOK, Terry - Arquivos Pessoais e Arquivos Institucionais: para um Entendimento Arquivístico Comum da Formação da Memória em um Mundo Pós- Moderno.

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  11. 1) Além dos argumentos ditos acima do post da monitora Adrielly, coloco outra diferença básica entre arquivo pessoal e coleção: de acordo com o Prof. André Lopez, arquivo pessoal e coleção são duas coisas absolutamente distintas, enquanto o primeiro é resultado das atividades realizadas pelo mesmo, ou seja, a documentação que é gerada, guardada e tratada é fruto destas atividades. Já a coleção pode ser encarada como um hábito ou até mesmo um hobbie do colecionador, os materiais que este guarda não foi resultado das atividades realizadas pelo mesmo, a maioria dos materiais de coleção é fruto de compra, troca ou doação. Essa definição citada acima é muito esclarecedora e ajuda a tirar a dúvida da maioria das pessoas, pois é comum a confusão em se saber o que é coleção e o que é arquivo pessoal.
    2) As espécies documentais que são mais comuns são: cartas, fotografias, certidões de nascimento e casamento e filmes. Essas são as espécies mais comuns porque as pessoas têm o hábito de guardar fotografias e filmes de família, cartas recebidas por paixões e familiares e principalmente certidões.
    3) Como em todos os aspectos do arquivo pessoal, a tipologia é apenas mais um objeto dificílimo a ser analisado. Para tratar informações arquivísticas de apenas uma pessoa é necessário ter extremo conhecimento da mesma, ser conhecedor, principalmente, de sua biografia. A tipologia, nestes casos, deve acompanhar o objeto a ser destacado, é como no caso do arquivo do Einstein, a tipologia mais comum será a de artigos, cartas, cadernos de pesquisa, manuscritos, etc.
    4) Há duas saídas para este caso. A primeira eu pesquisaria se o arquivo pessoal que se encontra num acervo público pertence à alguém que fez parte da história do órgão, se foi de extrema importância e influência para o mesmo. Se a resposta for sim, eu iria sugerir que fosse montado um espaço no próprio órgão em que estes documentos pudessem ficar em destaque e que instigasse as pessoas a conhecer melhor a história desta pessoa. A segunda saída seria se a resposta acima fosse não, a partir deste momento teria que encontrar o verdadeiro produtor arquivístico daquele acervo pessoal e entregar-lhe o material, se o mesmo não estiver mais vivo deve procurar seus familiares.

    Thanner Machado

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  12. 1. Então, arquivo é a acumulação pela pessoa nas suas atividades. Essa 'atividade' tem que ser bem definida, principalmente em arquivos pessoais. Atividade eu entendo pelos documentos que a pessoa é o produtor arquivístico. No arquivo pessoal só um estudo da biografia da pessoa pode determinar o que é atividade e o que é coleção (depende do contexto). Um mesmo documento pode ser arquivo aqui e coleção ali.

    2. Fotografia e Filmes

    3. O principal é buscar a função daquele documento no arquivo pessoal. Como é pessoal é difícil de se preocupar com a 'forma', mais difícil ainda é determinar 'espécies'.

    4. Entendo documentos de arquivo aqueles documentos que foram produzidos nas atividades da pessoa, logo fazem um fundo. Não é porque está junto que faz parte do fundo. Nesse caso me parece que a instituição recebeu um fundo e uma coleção. O que ela vai fazer com os documentos que não são de arquivo depende da instituição e porque ela está com a guarda dos documentos que foram acumulados por outra pessoa.

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  13. 1 – Os arquivos pessoais são documentos produzidos e/ou recebidos por pessoas físicas no exercício de suas atividades e funções, considerando os diversos tipos de suportes nos quais a informação possa ser registrada.
    Os arquivos pessoais têm relação de organicidade com o seu produtor, tanto quanto com os demais documentos que compõem o acervo. Por esta relação, espelham as atividades de seus produtores; são, pois, metarrepresentações da (parcela) realidade que os produziu.
    Já as coleções são reuniões artificiais de documentos que possuem algum caractere em comum, não contento alguma relação orgânica; são, portanto, reunidos intencionalmente.

    2 – Algumas das principais espécies documentais dos arquivos pessoais são: contratos; recibos; faturas; declarações; relatórios; certificados; correspondências; certidões; convites; diplomas.

    3 – De modo similar aos arquivos institucionais, os arquivos pessoais podem ser geridos e organizados considerando as suas tipologias documentais.

    4 – Apesar de serem documentos não arquivísticos, acredito que tais documentos (tridimensionais ou não) devam ser mantidos juntos com os documentos arquivísticos; no entanto, devem ser tratados diferenciadamente, considerando suas características informacionais e seu suporte, atentando-se quanto ao seu tratamento, armazenamento, conservação, etc.

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  14. Postado Por: Carina Pradera

    1. Dentre as divisões entre arquivo e coleção, existe uma característica básica dentre as acumulações dos documentos. O arquivo como prediz o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística que arquivo é o “Conjunto de documentos produzidos e acumulados... no desempenho de suas atividades...” e coleção como “coleção de documentos... reunidos intencionalmente...”. Fica claro que um está intrínseco a produção orgânica (produzido pelo mesmo) e a coleção opostamente junta, reuni documentos que podem ser tanto orgânicos ou não. Um arquivo pessoal é caracterizado pela reunião de documentos de uma pessoa física. Uma característica essencial que a diferencia dos demais conjuntos estabelecidos, é que o arquivo pessoal é particularmente todo subjetivo. Necessita dá análises de suas produções de acordo com a vida da pessoa possuidora do fundo. Um arquivo pessoal de um grande historiar/professor não será o mesmo de um cantor profissional, e assim por diante. Dentre um arquivo pessoal além da multiplicidade de documentos, há a relação pessoal e a classificação de acordo do desejo dela ou de suas funções.
    2. Certidões,Habilitação, Correspondências, Diários, Rascunhos, Declarações, Relatórios, Projetos, Contratos; Álbuns;

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  15. Continuação...

    3. Como a conceituação prevista sobre tipologia está intrinsecamente ligada a função e a espécie, as funções dos documentos ligadas são mais específicas a determinadas tarefas relacionadas por cada pessoa em si. Qual foi a sua atuação profissional, sua produção intelectual, não se esquecendo de destacar aos documentos de prova de atividades que necessitam de habilitação jurídica, como certidão, habilitação, contratos dentre outros. É através destes documentos que se pode prescrever a vida e percurso de uma pessoa e como sua vida foi desenvolvida.
    4 . Um documento recebido dentro de um arquivo para a devida guarda e tratamento tanto a avaliação, descrição, eliminação, entre outros se caracteriza por documentos produzidos pelas pessoas. Imaginando um arquivo pessoal, por exemplo, de um grande escritor e que tal guardava consigo vários poemas que gostava. Acho interessante mantê-lo no arquivo, mas relacionado como poemas colecionados ou guardados para tanto a pessoa ou outros possam ver como tal pessoal colecionava e desempenhava tal papel e como parte também de uma atividade desenvolvida por tal. Dentre um arquivo é imprescindível a organicidade, prevalecendo o principio da proveniência e o respeito aos fundos. Dentre um arquivo pessoal existe a dificuldade, que terá que ser avaliada e relacionada pelo arquivista, sendo sempre relacionado e tratado da forma devida. Devemos considerar todo o contexto em si, se tal documento mesmo não sendo arquivístico e for devolvido, terá tratamento? Irá para um museu? Será que se o arquivo o relacionar terá uma usabilidade melhor de procura? Acho que tem que estabelecer os prós e contras. Destaco que de acordo com a teoria não seria o correto, mas através da política de preservação de memória, necessita-se preservá-la. Acho que seria interessante se o Arquivo Nacional atuasse com maior força e incentiva-se a preservação de documentos pessoais juntamente também com um trabalho com os museus.

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  16. 1. Pomian define coleção como: “[...] qualquer conjunto de objetos naturais ou artificiais, mantidos temporária ou definitivamente fora do circuito das atividades econômicas, sujeitos a uma proteção especial num local fechado preparado para esse fim, e expostos ao olhar do público”.

    Já o Dicionário de Terminologia Arquivística coloca uma coleção como a reunião artificial de documentos que, não mantendo relação orgânica entre si, apresentam alguma característica comum.

    Quanto aos arquivos pessoais, estes são o conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma pessoa durante a sua vida. São fotos, textos, cartas, objetos que guardam em si grande carga de testemunho da vida e da obra do seu titular. Quando relacionados a uma personalidade pública, estes conjuntos documentais configuram-se, ainda, em importante fonte para a pesquisa da vida cotidiana do produtor e suas intersecções com a realidade social, política e cultural à qual pertence.

    Bellotto (2007, p. 207) coloca que os arquivos pessoais são: “papéis ligados à vida familiar, civil, profissional e à produção política e/ou intelectual, científica, artística, de estadistas, políticos, artistas, literários, cineastas, etc. Enfim, os papéis de qualquer cidadão que apresentem interesse para a pesquisa histórica, trazendo dados sobre a vida cotidiana social, religiosa, econômica, cultural do tempo em que viveu ou sobre sua própria personalidade e comportamento”.

    A principal diferença, contudo é que os arquivos pessoais são dotados de unicidade, organicidade e acumulação natural, sendo produzidos em decorrência das atividades de seu titular, pertencendo a um contexto de produção, enquanto que a coleção é um conjunto de documentos com características semelhantes reunidos de forma intencional. Segundo Silva (2008: 66), uma coleção apresenta “múltiplas proveniências. O arquivo não é uma coleção porque é uma produção natural”. E de acordo com Oliveira (2008: 39), “os arquivos pessoais trazem em si elementos de traços da personalidade, de juízos de valor, preconceitos, anseios, opiniões sobre assuntos diversos que expressam os interesses e atividades dos produtores dos arquivos e das pessoas com as quais se relacionaram”, expondo assim além da trajetória de vida, os valores gostos, costumes e valores de quem os guardou o que não ocorre com as coleções.

    2. As principais espécies são: notas, cartas, bilhetes, cartões, fotografias, documentos de trabalho, registros de viagens, diários, diplomas, comprovantes e recibos.

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  17. continuação...


    3. De acordo com Lúcia Oliveira(2009), “os documentos produzidos e acumulados na vida privada registram a intimidade, as atividades profissionais e de negócios, as relações familiares ou sociais de seus titulares. No decorrer do processo de arranjo e de descrição desses arquivos produzidos e acumulados fora de um sistema regulador institucional, a análise dos documentos em seus diversos níveis é uma etapa de fundamental importância para a reconstrução do contexto arquivístico.

    A utilização da metodologia da Tipologia Documental permitirá reconhecer os tipos de documentos produzidos no âmbito da vida privada que retratam o comportamento social e de polidez, identificar os modelos de homogeneização das ações e atividades sociais, as demonstrações dos sentimentos, e pensamentos que foram traduzidos em registros arquivísticos. Há grande dificuldade em estudar a questão nos arquivos pessoais, justamente porque seus documentos não seguem uma padronização no seu processo de produção

    Apesar de não regulados por normas oficiais, os documentos produzidos no âmbito da vida pessoal são regulados pelas normas sociais de civilidade e polidez que expressam os relacionamentos entre os diversos pares do titular do arquivo, entre si e com o próprio, as circunstancias sociais, os eventos, os atos, etc. O estudo da tipologia não só permitirá delinear modelos de registros e formas de comunicação entre as pessoas, bem como os comportamentos aceitos socialmente nas situações propostas como objeto de estudo.”

    Assim como dito pela autora ver-se que o estudo tipológico em um arquivo pessoal é de suma importância para que se possa identificar os documentos que o compõe, e arranjá-los da forma mais coerente possível com seu contexto de produção.

    4. De acordo com Lopez, “o documento, quando não consegue ser inserido no contexto de geração arquivística, mesmo que seja material de arquivo, não poderá mais ser considerado como tal”.

    Devendo-se então fazer com o documento passe a compor uma coleção e não um fundo de arquivo. Pondendo o arquivo fazer referência a ele, uma vez que pertencia orinalmente à esse conjunto documental.

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  18. Postado por iverson Thiago 09/0007760

    1. Discuta a diferença entre arquivo pessoal e coleção.
    Arquivo pessoal é fruto das atividades desenvolvidas, por exemplo, por uma pessoa. Sendo assim os documentos gerados no decorrer da vida dessa pessoa tem uma relação orgânica. Essa relação não é evidenciada quanto tratamos de coleções, pois essas resultam simplesmente de algo que se gosta, seria mais um hobbie.

    2. Quais são as principais espécies documentais que aparecem nos arquivos pessoais?
    A questão da tipologia nos arquivos pessoais é por si só muito vasta, isso se deve ao fato de que os documentos dos arquivos pessoais são àqueles decorrentes da vida da pessoa ou núcleo familiar. Considerando as pessoas/ famílias que conheço as tipologias que mais aparecem são: álbum de fotografias, cupons fiscais, boletos bancários, certificados de cursos, diplomas de graduação etc.
    3. Como discutir a tipologia nos arquivos pessoais?
    A primeira coisa, que se tem que ter em mente, é o conhecimento profundo das atividades da pessoa, neste ponto, essa questão se assemelha ao tratamento dispensado aos arquivos institucionais. Acontece que essa tarefa não é fácil de realizar quando se trata de arquivos institucionais, imagine então um arquivo pessoal. Segundo Claudia Moi “Aparentemente, a organização de arquivos pessoais poderá nos parecer básica e simples, quando comparada aos de instituições públicas ou de grandes empresas privadas. No entanto, a peculiaridade dos tipos documentais encontrados nesses arquivos, bem corno a complexidade de atividades, ações e funções realizadas por um indivíduo ao longo de toda sua vida, revelam ao arquivista um grande desafio no momento do seu tratamento técnico. A autora Ana Maria Almeida de Camargo, tenta ao analisar, o fundo de Plínio Salgado, estabelecer soluções para essa questão – “os arquivos pessoais podem ser arranjados e descritos: "... de acordo com sua estrutura interna e não a partir dos assuntos ou temas a que porventura estejam associados aos documentos que conserva (...). A reconstituição da organicidade de tais arquivos, num processo de descrição coerente com o princípio de proveniência, encontra paralelo em certas instituições pouco burocratizadas e com jurisdição imprecisa, onde é preciso estabelecer, a partir de uma perspectiva funcional e mediante estudos prévios, as áreas de ação e as atividades que redundam em produção de documentos."


    4. Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?
    Essa questão não precisa imaginar ou supor, pois temos um exemplo bem real. Quando a turma de diplomática e tipologia documental (1/2011) visitou o CEDOC, “descobrimos” que ali existem documentos que não são de arquivo. Estes documentos já estão lá mais ou menos uns 3 anos. Pegando esse caso especifico, é possível determinar algumas soluções possíveis.
    • Pode-se reservar um local isolado fisicamente, dos documentos de arquivo, propriamente dito, criando-se assim um novo fundo.
    • Caso o setor, órgão ou instituição que enviou a documentação para o arquivo citado acima, ainda exista pode-se pensar na idéia de devolver a documentação, caso isso não seja possível, é recomendável que adote a primeira solução.
    Não sei se a próxima alternativa é viável, talvez seja até absurda. Mesmo não sendo documento de arquivo, a questão descreve que esses documentos estão inseridos no fundo de determinada pessoa. Talvez seja interessante, anexar esses documentos a esse fundo.
    Iverson Thiago

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  19. 1. O arquivo pessoal, é resultado da união de diversos documentos que resultam da atividade desenvolvida pela pessoa em alguma área especícifica do conhecimento, que despertem interesse cientifico, artistico e social. Trabalhos estes, que podem utilizados para pesquisas posteriores, por sua relevância. Dentro do arquivo pessoal, a produção documental é inerente ao exercício de uma atividade, ocorrendo relações de organicidade entre os documentos.

    A coleção refere-se a um conjunto, que por algum motivo, o detentor optou por guardar. Pode ser para efeitos de lembrança, ou simplesmente por simpatia com o objeto em questão. De fato a relação entre os itens da coleção é estabelecidade de forma proposital. Diferentemente do que ocorre em um arquivo, além disso, os documentos ai presentes não atendem ao requisitos para serem considerados documentos de arquivo.



    2. Em geral, as especies que poderiam ser identificadas no arquivo pessoal, estariam relacionadas à fatos importantes da vida da pessoa e à sua produção no ramo do conhecimento em que esteve inserida. Algumas das especies detectadas, poderiam ser: certidões, fotografias, projetos, cartas, diplomas e anotações.


    3. O estudo das tipologias nos arquivos pessoais, pode ser traçado com base no estudo das funções e das especies contidas, da mesma forma que deveria ocorrer nos demais arquivos. O que diferenciará o estudo da tipologia nos arquivos pessoais dos demais, será a presença de documentos que estão relacionados ao individuo e a relevância das atividades desenvolvidas por ele, incluindo aspectos de sua vida íntima, relacionados à sua interfencia no aspcto “social”, através do seu seu trabalho intelectual. Esse estudo auxiliará no entendimento do trâmite dos documentos, por exemplo, auxiliando na formação de seu arranjo.


    4. De acordo com Heloísa Belotto (Arquivos permanentes, 2006, pg.267), no momento do recolhimento do fundo pessoal para um arquivo, deve-se frizar que a instituição que está recolhendo essa documentação não pode aplicar sobre ela a tabela de temporalidade e o descarte é impossivel. Para tanto, os herdeiros desse fundo devem ter atuação ativa no momento da seleção do que deve ser encaminhado ao arquivo.
    Se esses documentos que não são de arquivo, foram encaminhados juntamente aos demais que pertencem ao fundo, em minha opnião, de alguma forma devem ser ao menos relacionados aos que de fato pertencem ao arquivo pessoal. Além disso, mesmo que demandem de tratamento diversificado, devem estar inseridos/mantidos no fundo, tomando em consideração o principio do respeito aos fundos.

    Postado por: Nayara Alves

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  20. 1) Arquivo pessoal é aquele arquivo de pessoa física, o qual pertence ao fundo suas documentações criadas e guardadas ao longo da vida, sem a intenção de serem reunidos, para um futuro histórico e/ou cultural. Exemplos: carteira de habilitação, passaportes, certidão de casamento, boletos bancários e etc.

    Coleção é um conjunto documental onde características em comum se reúnem intencionalmente, pois os documentos são objetos da mesma natureza ou têm qualquer relação entre si. A coleção pode ser organizada, assim como o documento de arquivo, em um plano de classificação ou um quadro de arranjo. Exemplos: coleção de quadros, coleção de antiguidades, coleção de rolhas de vinho, coleção de cartões telefônicos e etc.

    2) Dentre muitas espécies documentais encontradas em um arquivo pessoal, posso destacar algumas como: certidões, contratos, fotografias, diários, fitas de vídeo, cartões, correspondências, comprovantes, livros, convites e documentos de identificação ou comprovação (CNH, CRLV, boletos bancários pagos...)

    3) Bellotto diz que para a análise tipológica de um documento devem ser analisados a estrutura orgânico-funcional da entidade acumuladora, as sucessivas reorganizações onde tenham contribuído para o acréscimo ou retirada das tipologia ou séries, as funções definidas por leis ou regulamentos; as funções que diferem do diário e do comum, as transformações decorrentes de intervenções e os processos documentais. Digo então ser bastante complicado o fato de fazer o levantamento tipológico de um fundo pessoal. Não há lei ou regulamentação que obrigue ou que instrua à conservação e a organização dos arquivos pessoais, portanto faz-se de forma aleatória e pessoal, apenas levando em consideração a função daquele documento e se possível o seu trâmite e seu contexto.

    4) Acredito que documentos não-arquivísticos recebidos por entidade pública vindo de um arquivo pessoal deve fazer parte de documento de museu. Não haverá sentido, por exemplo, um arquivo guardar, avaliar e classificar um par de tênis, bolinhas de ping-pong e uma lâmpada queimada só por terem feito parte da vida de uma pessoa. Deve lembrar que este tipo de material (documento não-arquivístico) não ficará em um arquivo e sim em um museu, onde receberá tratamento e organicidade de acordo com princípios museólogos, e não mais arquivísticos.

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  21. 1. Discuta a diferença entre arquivo pessoal e coleção.
    Segundo Marilena Leite Paes, coleção é um conjunto de documentos, sem relação orgânica e aleatoriamente acumulados. Ou seja, na coleção não é respeitado o princípio da organicidade, que diz que as relações administrativas orgânicas se refletem nos conjuntos documentais. A organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, funções e atividades da entidade produtora/acumuladora em suas relações internas e externas.
    Segundo Viviane Tessitore, nos arquivos pessoais, o indivíduo não possui estruturas que sirvam de base para o arranjo de sua documentação. No entanto, sua produção documental acumula-se organicamente e essa organicidade está estreitamente ligada aos papéis sociais que a pessoa desempenha ao longo da vida.
    2. Quais são as principais espécies documentais que aparecem nos arquivos pessoais?
    Vida Pessoal e Familiar: identidade, CPF, cartas, certidão, contas, contratos,convites, escritura, nota fiscal,passaporte.
    Atividades profissionais:relatórios, projetos, pareceres, monografia.
    3. Como discutir tipologia nos arquivos pessoais?
    Segundo Viviane Tessitore, se fôssemos comparar um indivíduo a uma instituição, diríamos que os papéis desenvolvidos pela pessoa correspondem às diversas funções exercidas, as quais acabam por constituir-se em grandes áreas de atuação, concomitantes e com um grau apreciável de estabilidade(vida pessoal e familiar, atividades profissionais, atividades políticas).
    A organização dos arquivos pessoais tem envolvido duas categorias de arranjo: o fundo e as séries. Ana Maria de Almeida em “Arquivos pessoais: uma proposta de descrição” diz que poderíamos admitir a possibilidade de manter a organização por séries no que se refere à disposição física dos documentos, desde que essas séries sejam rigidamente tipológicas, o que não é tarefa simples já que as fronteiras entre tipo, classe, formato são bastante tênues.
    4. Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?
    Contextualizando: Se o STJ recebe documentos que não são de arquivo inserido no fundo de um ex ministro da casa, o tratamento dependerá de que tipo de documento estamos falando e do contexto dado a ele, pois o conceito de documento é muito amplo.Por exemplo, se estamos falando de uma vestimenta usada nas seções por um ex ministro da época do extinto TRF( Tribunal Federal de Recursos, existente antes da criação do STJ) é um tipo de documento que deve ficar sob a guarda do Museu da instituição, e é o que de fato acontece: http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=743

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  22. 1.Diferença entre arquivo pessoal e coleção

    De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística arquivo pessoal tem como definição: Arquivo de pessoa física. E arquivo como: o conjunto de documentos produzidos e acumulado por uma, pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades, independentemente da natureza do suporte. Também encontramos no mesmo instrumento a definição para coleção: Conjunto de documentos com características comuns, reunidos intencionalmente.

    Diante dessas definições é possível chegar à conclusão que coleção é uma reunião artificial de documentos sobre determinado assunto, é uma construção intencional. E arquivo pessoal é uma construção orgânica, onde esses documentos são reunidos diante das atividades desenvolvidas por uma pessoa. Não é uma reunião documental intencional, visto que os documentos são acumulados com o passar do tempo e das atividades.


    2.Espécies documentais presentes nos arquivos pessoais

    Os documentos presentes nos arquivos pessoais são frutos das atividades desenvolvidas por uma pessoa, como nascimento, trabalho, formação profissional. Nesses itens podem-se citar os seguintes documentos: Nota fiscal, Certidão, Comprovante, Contratos, Diplomas, Histórico Escolar, Cartas



    3.Tipologia nos arquivos pessoais.

    Para discutir a tipologia nos arquivos pessoais é necessário entender o contexto de criação do documento, partindo dos aspectos familiares e atividade intelectual da pessoa. Como nos arquivos institucionais, a identificação/estudo das tipologias dos arquivos pessoais deve partir das funções de cada documento.


    4.Documentos que não são de arquivo, mas estão inseridos no fundo de determinada pessoa.

    Esses documentos devem ser encaminhados a instituição responsável por mantê-los (exemplo: Museu, Centro de Documentação), que fica responsável por dar o tratamento ideal tipo de suporte. Apesar de esses documentos encontrarem-se guardados em locais diversos, eles devem possuir uma referência que liga um ao outro, indicando maiores fontes de pesquisa, sem perder a organicidade da geração desses documentos.

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  23. 1. Bom, começarei com a definição de arquivo pessoal para o Dicionário Brasileiro de terminologia arquivística, e para o Dictionary of archival terminology 3. Ambos os dicionários conceituam como: “Arquivos pessoais Documentos privados acumulados ou pertencentes a um indivíduo e sujeitos à sua eliminação”, “Arquivo pessoal. Arquivo de pessoa física.” O Manuel D’Archivistique publicado na França em 70 também traz definições para os vários tipos de arquivo pessoal que eles enumeram, como também dispõe sobre o tratamento arquivístico dos mesmos, muito interessante, mas vamos ao que a monitora questionou,rs.
    A definição de arquivo pressupõe organicidade, e a coleção não abrange essa determinação. Os arquivos pessoais seriam os documentos que foram acumulados no decorrer da vida do titular daquele arquivo. Ou seja, tudo aquilo que tem função de provar uma atividade é o documento de arquivo por excelência. Já o acervo não se constitui como um arquivo porque os documentos foram sendo acumulados por várias pessoas, de maneira artificial.

    2. São aqueles documentos corriqueiros, do dia-a-dia, que serão as principais espécies documentais de arquivos pessoais, tais como documentos relativos a atividade financeira do sujeito em questão, documentos acerca da saúde –como receitas e laudos médicos -, documentação como certidões, documentação de vida acadêmica, como certificados, históricos e declarações.

    3. Tendo em vista que a tipologia pressupõe uma lógica orgânica e conhecimento da estrutura do órgão ou entidade produtora do documento, eu organizaria cronologicamente, porque esta organização por si só, já traria lógica para o processo de busca e recuperação da informação.

    4. Os documentos não arquivísticos devem ser mantidos junto ao seu fundo, e se essa opção não for viável, deve se alocá-los como coleção.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
    -Gonçalves, Martina Spohr. De procedimentos a metodologia: políticas de arranjo e descrição nos arquivos privados pessoais do CPDOC. / Martina Spohr Gonçalves. – 2007- ---BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivos permanentes: tratamento documental. 4º ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006.
    -Livro de arquivo, As publicações da Fundação Casa de Rui Barbosa. In:< http://livrodearquivo.blogspot.com/p/apendices.html> Acesso em 26 de junho de 2011.

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  24. 1.Discuta a diferença entre arquivo pessoal e coleção.
    O arquivo pessoal é algo que advém das atividades desenvolvidas pelo indivíduo ao longo de sua profissão ou de sua vida em geral. O documento é considerado uma coleção justamente por não conseguir manter uma relação orgânica capaz de conectar os demais acontecimentos entre si.

    2.Quais são as principais espécies documentais que aparecem nos arquivos pessoais?
    As espécies variam de acordo com as áreas desenvolvidas pelo individuo, ou seja, isso vai depender do exercício de atividades que cada um desempenha ao longo de sua carreira.

    3.Como discutir a tipologia nos arquivos pessoais?
    Para que se inicie qualquer discussão é preciso primeiro que se conheça as funções desenvolvidas pelo indivíduo para que se possa chegar a um consenso de tipologias. Isso pode ser feito através de uma coleta de dados que vai possibilitar o conhecimento do conjunto documental o que certamente vai identificar as relações entre as espécies e as funções.

    4.Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?
    A meu ver, a instituição deve permanecer com os documentos, porém, a então custodiadora, dependendo de suas condições financeiras, deve separar/criar um espaço diferenciado para que a mesma seja guardada ou até mesmo exposta ao público de maneira apropriada à suas características. A instituição deve conservar os documentos, atentando sempre para suas possíveis diferenças, só assim é possível classificar e organizar essa documentação de forma correta.

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  25. 1 – Schellenberg (2006, p. 270) utiliza o termo “coleção” para designar tanto os arquivos privados como os documentos pertencentes a uma coleção que foi reunida por determinada entidade ou pessoa. Segundo Schellenberg, a coleção natural (ou coleção orgânica) é um “aglomerado de material documentário que se forma no curso normal dos negócios ou da vida de entidades privadas – individuais ou coletivas”, sendo produto de atividade orgânica. A coleção artificial, por sua vez, seria constituída “depois de ocorridas as ações a que se relacionam, não concomitantemente”, sendo consideradas “verdadeiras” coleções pelo fato de várias das peças que a compõem terem sido reunidas para fins que serão determinados por aquele que realizou tal ação. Estes conceitos permitem entender que a principal diferença entre estes conjuntos documentais encontra-se na organicidade, que está presente no arquivo pessoal e inexiste na coleção. A “maneira pela qual eles vieram a existir” não determina somente a existência ou não do caráter orgânico do conjunto, mas também como deve ocorrer o tratamento (técnico e intelectual) deste.
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    2 – É possível existir um amplo universo de espécies documentais nos arquivos pessoais, visto que os documentos existentes nestes arquivos são resultantes das atividades realizadas por seu produtor, e tais atividades também podem ser as mais diversas devido ao caráter discricionário de sua realização. Contudo, tais documentos ainda refletem a função dos documentos de arquivo, que é servir como prova para as atividades realizadas por seu produtor, logo é possível prever que estejam presentes nestes arquivos documentos que provem atividades inerentes à vida do seu produtor, como certidões, diplomas, contratos, documentos de identificação pessoal, entre outros.
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    3 – Pelo fato de as normas, no domínio dos arquivos pessoais, “não existirem ou serem muito flexíveis” (CAMARGO, 1998), resultando em seu tratamento inadequado, o processo de determinação de suas tipologias torna-se mais complicado do que aquele aplicado a documentos de uma instituição. Contudo, ao se levar em consideração não somente as funções destes documentos, mas também seu contexto de produção, o processo de identificação das tipologias documentais de uma documentação de arquivo pessoal é facilitado, possibilitando a melhor identificação das tipologias existentes.
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    4 – Apesar de não possuírem atributos que os determinem como arquivísticos, tais documentos podem possuir alguma ligação com o produtor do fundo em questão. Se for possível averiguar a existência deste vínculo, ainda que não-orgânico, deveria ser aplicado, se necessário, o tratamento adequado para estes documentos, de modo que possibilite o posterior acesso a informações que porventura se encontrem neles. Por vezes, quando constatada a necessidade de preservação destes documentos, é averiguada uma necessidade de tratamento que outras áreas de atuação poderiam oferecer, sendo recomendada a destinação destes documentos a instituições que atuem nestas áreas e que permitam o tratamento do documento para seu posterior acesso por parte daqueles que se mostrarem interessados e aptos para realizar tal acesso.
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    Referências:

    CAMARGO. Ana Maria de Almeida. Contribuição para uma Abordagem Diplomática dos Arquivos Pessoais. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 11, n. 21, p. 169-175, 1998.
    SCHELLENBERG, T.R. Arquivos Modernos: princípios e técnicas. 6. Ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. 388 p.

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  26. 1. Discuta a diferença entre arquivo pessoal e coleção.
    Segundo o Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia, o arquivo pessoal é constituído de “documentos privados acumulados por um indivíduo, a ele pertence e dos quais pode dispor a seu bel-prazer”. Citando a mesma fonte, é definida coleção como “reunião artificial de documentos, sem relação orgânica, agrupados de acordo com uma característica comum”. Com essas definições já é possível fazer uma distinção clara entre os arquivos pessoais e coleções. Conforme já tratado em uma das aulas de Diplomática e Tipologia pelo Professor André, as coleções não são documentos de arquivo, não possuem caráter orgânico, são de acumulação artificial. Já os arquivos, também incluídos nesses estão os arquivos pessoais, são acumulados no decorrer de atividades e possuem caráter probatório ou informativo, características que não são identificadas em uma coleção.
    Pensando ainda na aula ministrada, e aprofundando um pouquinho mais o tema, cito Bellotto. De acordo com seu trabalho, as bibliotecas têm o caráter de coleção e não os arquivos (já que as bibliotecas “reúnem artificialmente o material que vai surgindo” e os arquivos recolhem “naturalmente o que produz a administração pública ou privada à qual serve” – podemos pensar também nessa característica aplicada aos arquivos pessoais).
    2. Quais são as principais espécies documentais que aparecem nos arquivos pessoais?
    O livro Diplomática e Tipologia Documental, da Bellotto, possui um glossário de espécies documentais. Selecionei algumas que acredito que se apliquem aos arquivos pessoais e vou reproduzir também um pequeno conceito de cada uma.
    a) Aviso: “notícia ou ordem enviada, transmitida ou afixada destinada a uma pessoa ou a uma coletividade”;
    b) Atestado: “é, em geral, a favor de uma pessoa e confeccionado a seu pedido” (ex: atestado de comparecimento, atestado de saúde admissional, demissional, etc.);
    c) Carta de recomendação: “Pedido que se faz a alguém, em geral a uma autoridade, para convencer o destinatário das qualidades de uma pessoa, para obter uma indicação a empregos ou a favor de um objeto”;
    d) Certidão: “Documento emanado de funcionário de fé pública, mediante o qual se transcreve algo já registrado em documento de assentamento, elaborado este segundo as normas notariais” (ex: certidão de casamento, nascimento, óbito, etc);
    e) Nota Fiscal: Documento fiscal que é produzido para comprovar a compra ou venda de bens ou serviços.

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  27. continuação:


    3. Como discutir a tipologia nos arquivos pessoais.
    No caso da diplomática, o objeto de estudo são os caracteres internos e externos do documento. Já a tipologia estuda o documento dentro da função que o gerou (ou acumulou). Pensando nos arquivos pessoais, a tipologia deve ser analisada de acordo com a pessoa física que formou o fundo, ou seja, de acordo com as funções que a documentação adquire dentro do contexto arquivístico pessoal.
    4. Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?
    Esse é um problema recorrente nas instituições arquivísticas brasileiras por um fator principal: as pessoas que estão trabalhando nos arquivos setoriais não sabem a diferença entre documentos arquivísticos e não arquivísticos, não entendem nada do caráter orgânico da documentação que acarreta a sua guarda. Por isso, acabam arquivando (e pior, recolhendo aos arquivos permanentes) documentação sem nenhum tratamento. Nesses casos, ao meu ver, o arquivista deve analisar a documentação, se existe alguma relação entre esses documentos e os outros que estão inseridos no fundo pessoal. Caso essa relação não exista, eles devem ser armazenados separados dos documentos que são de arquivo (que estarão inseridos no quadro de arranjo) como itens de coleção e não de arquivo.

    FONTES:
    BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivos Permanentes: tratamento documental. 4ª Ed. FGV Editora, 2006.
    BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Diplomática e Tipologia Documental em Arquivos. 2ª Ed. Briquet de Lemos, 2008.
    CAVALCANTI, Cornélia Robalinho de Oliveira; CUNHA, Murilo Bastos da. Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia. Briquet de Lemos, 2008.

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  28. 1-Discuta a diferença entre arquivo pessoal e coleção.

    A coleção difere do fundo de arquivo pela ausência de organicidade. Arquivo é sempre orgânico. Se não tiver contexto arquivístico é coleção. Se for guardado como recordação é documento de arquivo. A diferença entre arquivo e coleção é a constituição de séries.O documento de arquivo tem subdivisões derivadas de sua organicidade, é o conjunto de documentos produzidos no exercício de suas atribuições.A coleção não tem subdivisões orgânicas( pode ser onomástica, geográfica, cronológica)

    2-Quais são as principais espécies documentais que aparecem nos arquivos pessoais?

    Nos arquivos pessoais é possível encontrar documentações como cartões, fotografias, cartas, documentos como certidão, passaporte, diplomas, comprovantes de pagamentos entre outros.

    3-Como discutir a tipologia nos arquivos pessoais?

    A particularidade do documento arquivístico, ao mesmo tempo único e múltiplo (quando inserido na série documenta)l representou um desafio a ser superado na tentativa de conceituação do tipo documental. A tipologia permite conhecer o processo de formação da documentação, pois facilita o tratamento adequado. A tipologia permite entender que no arquivo pessoal o documento tem uma função e que pode ter, em outro lugar, outra função, tornando-se um documento diferente. O objetivo da tipologia é estudar o documento enquanto componente de conjuntos orgânicos, isto é, como integrante da mesma série documental, advinda da junção de documentos correspondentes da mesma atividade. A definição da tipologia permite averiguar as particularidades do produtor, destinatário, legislação, tramite, ordenação e proceder a avaliação dos documentos, inserindo-os nas séries pertinentes. Necessidade de, ao estudarmos o documento de arquivo,compreender a circunstancia de criação, o procedimento de como e para que foi criado e de qual série faz parte.




    4-Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?

    Dar um tratamento não- arquivístico é a solução mais viável para o problema, como coleção. Se o contexto dos documentos não forem entendidos não se pode dar um tratamento arquivístico.

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  29. 1. Discuta a diferença entre arquivo pessoal e coleção.

    Logo nas primeiras aulas de Diplomática e Tipologia Documental discutimos incessantemente as questões sobre coleção versus fundo arquivístico, e a diferença básica está na organicidade.
    O conceito de organicidade está relacionado à Biologia, ao que é orgânico, natural. Aplicado à Arquivologia, esse conceito abrange a ideia de que um fundo documental é produzido naturalmente, ou seja, a partir das atividades de um indivíduo ou organização, provando-as, de modo que cada um de seus documentos está interligado, como as células de um organismo vivo (analogicamente falando).
    Já uma coleção é um conjunto de objetos, documentais ou não, agrupados e ordenados artificialmente. Como os livros de uma biblioteca, que possuem os mais diversos assuntos e autores, mas sem ligação orgânica entre eles. Cada exemplar está naquele conjunto porque alguém assim o quis. Alguém pensou e tomou a decisão artificial que incluiu ou excluiu determinado livro do acervo. Isso não acontece com os documentos de arquivo.
    A diferença entre um fundo arquivístico pessoal e um fundo de uma organização está basicamente no produtor. As teorias e princípios da Arquivologia atingem ambos os fundos. Logo, tudo o que foi dito sobre organicidade de fundos arquivísticos se aplica, evidentemente, a um arquivo pessoal. Ele precisa ter sido produzido naturalmente a partir das atividades do indivíduo e precisa ter sido guardado como prova dessas atividades, já a coleção pessoal é um agrupamento de objetos seguindo uma lógica artificial de um indivíduo.

    2. Quais são as principais espécies documentais que aparecem nos arquivos pessoais?

    Um arquivo pessoal deve ser composto por documentos que reflitam a vida do indivíduo produtor do arquivo. Então, nesse acervo encontraríamos espécies documentais como documentos de identificação (RG, CPF, CNH, passaportes, Certidões de Nascimento, Casamento, Óbito), documentos de bens (Escrituras de imóveis, documentos de veículos, Notas Fiscais), documentos financeiros (contas de água, luz, telefones, gás, impostos, faturas, boletos, cheques), documentos profissionais (contratos, certificados, diplomas, prêmios), e outros (diários, testamentos, etc.).

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  30. 3. Como discutir a tipologia nos arquivos pessoais?

    A tipologia relaciona as funções de um determinado documento ou de uma série documental com o fundo arquivístico no qual estão inseridos.
    Num fundo institucional, as funções arquivísticas dos documentos podem ser facilmente identificadas por um observador externo que estude profundamente a instituição e suas atividades. Porém esse tipo de observação se torna um pouco mais complicada em se tratando de um fundo arquivístico pessoal, pois a falta de regulamentações internas sobre a organização desses fundos faz com que muitas vezes a organicidade daqueles documentos esteja claramente visível apenas dentro da cabeça do produtor do fundo.
    É sabido que a ideia de manter a organização original de conjuntos documentais acumulados é bastante criticada na arquivística contemporânea, porém, para os arquivos pessoais, eu vejo esta ideia como uma possível solução para uma identificação mais precisa das funções arquivísticas dos documentos.
    Perdida a organização original, se perde muitas informações sobre a função de cada documento no fundo e sobre a organicidade, de acordo com a vontade o produtor arquivístico.

    4. Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?

    A instituição não é obrigada a isso, mas acho que ela pode manter esses documentos não-arquivísticos junto ao fundo da pessoa. O órgão não deve tentar organizar esses documentos como documentos de arquivo, mas pode separá-los e identificá-los como outra coisa, que faz parte dos documentos de memória daquela pessoa que produziu o fundo arquivístico.

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  31. 1 – Acredito que não é necessário se prolongar nas acepções a respeito do primeiro questionamento. Os arquivos pessoais são formados por documentos produzidos ou recebidos por determinada pessoa no decorrer de sua vida, tais documentos são agrupados de maneira orgânica, e dependem diretamente do desenvolvimento de uma atividade. Já as coleções são fruto de um agrupamento artificial, de modo que as partes que a formam não estabelecem nenhuma relação orgânica entre si. Observo ainda que nos arquivos pessoais é possível graças as relações orgânicas determinar as tipologias dos documentos que o formam, enquanto nas coleções os agrupamentos serão formados sempre por mesmas espécies e que possuirão a mesma função, independente de quem produziu ou da onde veio “a figurinha faltante para o álbum”.
    2 – Bom no que se referem a documentos essencialmente administrativos acredito que a maioria dos arquivos pessoais possuem notas fiscais, declarações, boletos, contratos etc. Além de documentos que de alguma formam retratam a vida do indivíduo de forma seqüencial como seus registros, certificados e diplomas da vida escolar e acadêmica, cartões, carteirinhas etc. E documentos que possuem maior valoração sentimental e que podem retratar momentos e pessoas específicas como convites, cartas, cartões, fotografias, filmes e até mesmo livros.
    3 – Para o estabelecimento das tipologias é necessário inicialmente entender a vida do indivíduo e as atividades que desenvolvia, caso o arquivo seja montado sem a presença do titular do fundo, é importante também entrevistas com pessoas próximas, para que possam ser evitadas avaliações subjetivas a respeito das funções dos documentos.
    É mais interessante que o Arquivo seja montando com seu titular ainda em vida, pois assim será possível entender as funções e o real valor que cada documento terá dentro do fundo. Uma fotografia, por exemplo, é praticamente impossível determinar a função ou o valor que ela possui sem conhecer o posicionamento do produtor e ou o contexto desta dentro das atividades do titular do fundo.
    4 – Se esses documentos estiverem organizados de alguma forma, seria interessante buscar entender esta organização, mesmo que não seja orgânica, e respeitá-la e inserir de algum modo dentro do fundo. Caso sejam meras reuniões artificiais seria interessante encaminhá-las a outras instituições que possam custodiá-las de uma melhor forma, como aqui já mencionado. Dependendo da pessoa e da representatividade social desta não vejo problemas em o Arquivo mesmo prover a difusão.

    Márcio Lima

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  32. 1.Discuta a diferença entre arquivo pessoal e coleção.

    T. R. Schellenberg, em Arquivos Modernos, no cap. 15, pg. 270 e 271, considera que existem dois tipos de coleções: as naturais e as artificiais. Pelo que entendi, o autor chama de coleções naturais o que eu entendo por arquivo pessoal, tanto que ele também denomina de coleções de papéis privado. E a definição de coleções artificiais é exatamente o que os colegas já colocaram e eu também entendo por coleção.

    As diferenças entre elas: Coleções naturais/coleções de papéis privados (que entendo como Arquivo Pessoal) são aglomerados de documentos que se formam no curso normal das atividades individuais ou coletivas oriundas de uma mesma fonte e reunidas simultaneamente com as ações a que se refere. São chamadas também por coleções orgânicas que são o produto de atividade orgânica, nesse sentido, em relação à maneira como nascem é semelhante aos grupos de arquivo.
    Já as coleções artificiais (que entendo por coleções) são diferentes do arquivo pessoal, pois são constituídas depois de ocorridas as ações a que se relacionam e derivam de diversas fontes, ou seja, várias peças são “colecionadas”, reunidas.

    2.Quais são as principais espécies documentais que aparecem nos arquivos pessoais?

    As espécies documentais dos arquivos pessoais podem ser classificadas do ponto de vista material em: audiovisuais (filmes, fotografias e discos); os textuais (correspondências, diários, cartas, recibos, livros de contas, livro de pagamentos, jornais, títulos de propriedade, sermões e discursos, dentre outros.) e ainda podem existir os documentos cartográficos.Pg. 271 e 272.

    3.Como discutir a tipologia nos arquivos pessoais?

    A Tipologia Documental tem por objeto o tipo documental, que é entendido como a configuração que assume a espécie documental de acordo com a atividade que a gerou, logo, a preocupação da Tipologia é a lógica orgânica dos conjuntos documentais.
    Nesse sentido, para uma análise tipológica de arquivos pessoais vai ser preciso identificar o contexto arquivístico, que não está no conteúdo do documento e sim nas relações do documento e suas funções. Diante disso, os tipos documentais identificados num arquivo privado irão retratar as atividades, relações, comportamentos e atos da vida profissional, familiar e social de uma pessoa.

    4.Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?

    Os dois tipos de materiais (documentos de arquivo e documentos de arquivo pessoal) devem ser guardados em depósitos separados ou em partes separadas de um depósito. Não pode haver a intercalação de papéis privados com arquivos públicos.Pg. 273.
    Essa separação é necessária para a conservação da identidade e individualidade dessa documentação.

    Bibliografia: SCHELLENBERG, T.R. Arquivos Modernos: princípios e técnicas. 6. Ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. 388 p.

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  33. 1. O documento de arquivo, pessoal ou não, possui finalidades diferentes de uma coleção. A coleção é uma reunião de vários objetos que não possui organicidade e suas finalidades são apenas para exposição, já o documento de arquivo geralmente assume o caráter pobratório ou informativo.
    Segundo ISAD (G) - Versão espanhola, 1995 arquivo é um “ Conjunto de documentos, de qualquer formato ou suporte, produzidos organicamente e/ou reunidos e utilizados por uma pessoa física, família ou organismo no exercício das atividades e funções deste produtor.”
    E segundo o dicionário de terminologia arquivística coleção é “: Reunião artificial de documentos que, não mantendo relação orgânica entre si, apresentam alguma característica comum.”
    2 e 3. Os principais documentos que aparecem em arquivos pessoais, a meu ver, são documento relacionado a família e seus feitos, documentos relacionados a escolaridade, a saúde e também ao patrimônio . As tipologias geralmente são certidões, certificados, atestados, recibos, escrituras de imóveis e documentos relacionados a compras de bens móveis e imóveis.
    4. Em relação aos documentos que não compõem ou não se encaixam ao fundo de arquivo pessoal, neste caso estes documentos devem compor uma coleção pois esta recebe vários tipos de documentos e objetos que podem ou não conter organicidade. Ou estes documentos podem fazer parte de um centro de documentação que também abrande documentos de arquivo, de museu e de biblioteca.

    Por: Fabiola Alves Teixeira

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  34. 1. A diferença teórica entre as duas definições está respondida no próprio enunciado do exercício onde a coleção está relacionada com a reunião artificial de documentos sem levar em consideração a organicidade de sua produção. Porém a possibilidade de se afastar totalmente a falta de relação entre ambos os conceitos ou práticas (palavras minhas) pode nos enganar em determinadas situações. Um determinado tipo de documento produzido por uma pessoa e guardado em seu arquivo pessoal poderá vir a se constituir uma coleção dependendo do seu mantenedor. Por exemplo: as fotos de Brasília tiradas por Mario Fontenelle (Fonte: ArPDF) faziam parte do seu arquivo pessoal antes de serem descobertas. Estas mesmas fotos poderiam se tornar uma coleção nas mãos de uma pessoa que coleciona fotos antigas ou de Brasília e sua construção.
    2. Parando para pensar, particularmente percebi que recebo mais documentos que produzo. Na maioria, os que recebo são os que causam ônus para mim, como faturas de cartão, água, luz, telefone, internet, etc. Os que mais produzo são os de cunho acadêmico e outros decorrentes do meu emprego. Não sei se é assim com todos.
    3. Para os documentos pessoais, o tipo documental pode assumir formas variadas dependendo da ótica e o que se pretende provar ou mesmo ter como lembrança. Especificidade ou função dos documentos está em muito casos relacionados com valores sentimentais.
    4. Essa situação pode ser enquadrada no exemplo da pergunta número um (1) do fundo de Mario Fontenelle. Dependendo da relevância dos documentos para a instituição pública ou para o público, eles devem ser preservados e disponibilizados para consulta e exposições. Se a instituição não possuir meios de possibilitar o acesso, ela pode doar esses documentos para quem o possa fazer.

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  35. A organicidade, ou relação orgânica dos documentos, é a principal diferença entre o arquivo pessoal e a coleção. Enquanto que na coleção, os documentos são provenientes de fontes diversas, sem relação com atividades de quem os arquivam e mant~em sob sua custódia, o arquivo é um conjunto de documentos organizados e armazenados que têm relação com alguma função exercida por quem os guarda.

    NOs arquvios pessoais normalmente são encontrados fotos de famílias, docuentos relacionados a viagens, serimônias e eventos no qual a pessoa que mantém aqueles documentos participou. Os arquivos pessoais também podem possuir documentos de função administrativa, financeira, fiscal, jurídica, para a pessoa que arquiva. Por exemplo, uma cópia de um processo em que a pessoa seja parte, ou comprovantes de pagamentos de contas, ou convites para participar de eventos que estão para acontecer.
    A tipologia documental nos arquivos pessoais está relacionado a função do documento para a pessoa que o mantém sob sua guarda, tal como seu trâmite, da origem até a destinação final.
    Por fim, é importante ressaltar que uma instituição pública que recebe documentos que não estão relacionados à aquela instituição, não constituindo documentos de fundo desta, mas de outra pessoa, devem ser mantidos separados dos demais documentos, seguindo o princípio do respeito aos fundos nos arranjos documentais.

    ISRAEL DIAS 09/44530

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