Copiado do blog "Um pouco de tudo" |
Alguém aí poderia me ajudar a responder 'para que serve o Ministério da Cultura no Brasil?'. Eu me deparei com essa questão em uma nota de J. R. Guzzo (aqui), na Revista Veja do mês de março deste ano, e confesso: não sei responder. Seria para financiar, com dinheiro público, filmes, peças e outras obras que ninguém vê? Ou seria para cuidar de uma parte dos bens culturais do país, como museus, arquivos, bibliotecas, edifícios históricos e assim por diante? Uma certeza eu tive ao ler a reportagem: o Ministério da Cultura jamais tornará o Brasil um país mais culto. E esse deveria ser, justamente, o único motivo para justificar a sua existência e o dinheiro que se gasta com ele. Então, fica a dúvida: se o Ministério da Cultura não serve para nos dar mais cultura, serviria para quê?
Assim como o Ministério da Cultura, poderíamos nos perguntar 'para que serve o Ministério da Pesca?'. Ou ainda 'para que serve o Ministério do Esporte?'. O que fica claro é que muitos dos quase 40 ministérios são frutos da compulsão dos governantes. Ou seja, para responder a qualquer necessidade, desejo ou aspiração de melhoria, cria-se algum tipo de repartição pública e, sempre que for possível, algum ministério inteiro. Isto é, todos os aspectos da existência humana precisam do poder público para obter a salvação. Tudo isso pode ser comprovado quando lembramos que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu 26 ministérios do governo FHC, mas entregou 37 à presidente Dilma, que pretende criar mais dois: o da Micro e Pequena Empresa e o da Infraestrutura Aeronáutica.
O que temos são diversos departamentos encarregados de cuidar disso ou daquilo e, obviamente, uma autoridade para mandar. Temos um fenômeno de gastança descontrolada, temos ações movidas por interesse político e não por interesse social. Mas, entretanto e todavia, não temos soluções concretas. Então, venho propor: vamos exigir o Ministério dos Arquivos, o Ministério da Vergonha na cara, o Ministério da paz e do amor. Enfim. Fica o meu desabafo: vamos tratar de preservar a nossa história, o nosso patrimônio cultural e a nossa memória, porque os departamentos encarregados de fazer isso estão mais preocupados com o anúncio do corte de R$ 50 bilhões no orçamento de 2011 e sobre como eles farão para manter as regalias...
Postado por: Adrielly Torres.
Acabei de ver a postagem da Adrielly logo após sua publicação, no mesmo momento em que participo de uma reunião junto ao Decanato de Pesquisa e Pós-graduação da UnB, com todos os coordenadores de programas de Pós da instituição, para discutir as medidas amargas implantadas pela CAPES.
ResponderExcluirA receita adotada para cobrir o rombo do aumento de 26,5% dos representantes legislativos, sem comprometer a Copa e os Jogos Olímpicos, extinguiu o programa PROF de fomento e cortou cerca de 40% em nosso custeio.
O mais "interessante" foi descobrir que o corte médio do MEC (que foi da ordem de 10%) no que tange à pós-graduação nacional está ao redor de 15%.
Fazendo coro com a autora do post, cabe perguntar "Para que pós-graduação no Brasil?", "Para que universidade?"
Uma certeza eu tive ao ler a reportagem: eu não deveria ter lido essa reportagem.
ResponderExcluir"...e o Ministério da Cultura não serve para nos dar mais cultura, serviria para quê?"
ResponderExcluirPara criar cargos políticos; apadrinhamento e aumentar o excesso de burocracia. Ações de fato são poucas.
Concordo com quase toda a postagem do autor. Discordo apenas disto:
"...vamos tratar de preservar a nossa história, o nosso patrimônio cultural e a nossa memória,..."
Em vez disso, porque não se preocupar em racionalizar a Administração Pública? Por que não fazer esforço para criar, por exemplo, a Comissão de Reengenharia para a Racionalização da Administração Pública (CORRA).
Isto mesmo: criar a CORRA, Precisamos correr. Milhares de documentos se perdem no caos dos arquivos montados nos setores de trabalho. Bilhões de reais são perdidos devido ao excesso de burocracia (segundo Jornal do Senado, são 23 bilhões de reais, isto em 2005).
Racionalizar o fluxo documental torna as decisões mais ágeis e economiza recursos; o restante - preservar a memória e a história - viria naturalmente. Mas como sempre o foco é sempre "memória, patrimônio, história e blá, blá, blá..."
Parece um pensamento coletivo advindo de um paradigma que ninguém sabe quem diabos criou. Aliás, até sabemos: os Arquivos Históricos nominais.
Participei - como ouvinte - de um seminário do GesPública do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. A idéia é boa - reduzir o excesso de burocracia na Administração Pública, mas em nenhum momento o arquivo é citado.
Onde se situa o arquivo no GesPública? encaminhei esta pergunta e até hoje não obtive respostas.
Isto porque o arquivo permanece no "limbo do esquecimento". E vai permanecer enquanto o paradigma "memória, patrimônio e história" for o foco principal.É o velho ciclo: há excessiva preocupação com documentos históricos em detrimento dos documentos correntes; quando os documentos correntes "viram" históricos é que se tornam foco de preocupações, mas neste meio termo, muitos deles já terão virado lixo.
Luis Pereira.
O Minc serve, também, para financiar um blog no módico valor de R$ 1.300.000,00. Aliás, já saiu o primeiro post, confira aqui: http://kibeloco.com.br/platb/kibeloco/2011/03/22/chua-chua-parte-2/
ResponderExcluirAbraços.
Estado:uma espada e mil vontades.
ResponderExcluir"Vamos exigir o ministério dos arquivos...?" Sua proposta é tão paliativa quanto o que, supostamente, este post veio denunciar...
ResponderExcluirDetesto desabafos!
Uma certeza eu tive ao ler a reportagem: eu não deveria ter lido essa reportagem. [2]
Por: Goianu Gomes
A velha forma herdada dos porões da ditadura de bater e não mostrar a cara. E a nova forma também está presente: a crítica vazia. Uma certeza eu tive ao ler o último comentário: o brasileiro continua o mesmo.
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