Mais uma vez, temos uma universidade pública no cenário dos meios de comunicação: “Estudantes da UnB consomem álcool e drogas dentro das salas de aula”. Essa série de reportagens, publicadas a partir do dia 14 de janeiro de 2011, pelo DFTV, deu o que falar. Em uma delas, o reitor afirma que os alunos mostrados pelas reportagens fazendo o consumo de drogas podem ser suspensos ou até expulsos. Em outra, o prefeito diz que não tinha conhecimento da venda de bebida alcoólica dentro da área acadêmica. E mais, estudante e representante do DCE afirma que “(...) essa discussão sobre o consumo de drogas na UnB tira o foco dos reais problemas da universidade”. Enfim, são tantas polêmicas. A única coisa que posso afirmar é que eu, estudante da Universidade de Brasília, não me senti ofendida, pois sei que a universidade não se resume ao “corredor da morte” ou a festas regadas a bebidas e drogas, enfim.
Esse episódio me fez parar para pensar na atual relação (ambígua e contraditória) entre o Estado/Sociedade e a Universidade Pública Brasileira. Por um lado, os meios de comunicação de massa, os políticos e a população em geral a criticam e a acusam de ser improdutiva, de ser dispendiosa, de ser elitista ou de ser uma instituição distante dos anseios da população. Por outro lado, contraditoriamente, ela é, ainda, reconhecida como uma instituição séria, que oferece ensino de qualidade e que, além de difundir, produz conhecimentos relevantes, enfim, um modelo a ser seguido. O que fica claro, na minha humilde opinião, é que existem reais problemas, sejam eles acadêmicos, políticos e econômicos, e que todos nós podemos e devemos criticá-los. Mas, nunca, devemos julgar e generalizar (como muitos fizeram depois dessa série de reportagens). Vale lembrar que, antes de tudo, a Universidade de Brasília é um local de ensino e de pesquisa e, por isso, merece ser preservada e defendida.
O que vocês acharam da série de reportagens sobre o assunto? Há quem diga que, ao invés de filmar as festas noturnas regadas a bebidas e maconha, deveriam estar preocupados em mostrar as condições precárias que os estudantes são submetidos. Fica a dica.
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Adrielly Torres
O tendencionismo da TV Globo acaba tirando o foco dos fatos mais importantes que ocorrem na Universidade (problemas de infraestrutura, defazagem no números de professores, orçamento baixo para pesquisa), além do mais ainda é visível a superioridade da maioria dos cursos da UnB em comparação com os de instituições privadas do DF, o que indica o comprometimento dos alunos da instituição, não dá para avaliar e tachar a UnB apenas com o que a mídia se dispõe a mostrar. Isso não quer dizer que a UnB foi totalmente subjugada e que está “bem das pernas”, mas o espaço que a TV Globo tem sempre é para fazer críticas. Não foram mostradas as regras de convivência que já tinham sido estabelecidas e as novas que foram feitas (http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=4503). Mas como há males que vem para o bem, essas novas regras que partiram do problema que foi visto (festas fora de hora, venda de bebidas, etc), deixou bem mais claro a necessidade de uma maior organização quanto aos assuntos pertinentes à existência física dos CAs e seus direitos.
ResponderExcluirFernanda Cândido
Bem, eu gostei das 3 reportagens da Globo. o DFTV nao disse que TODOS os alunos da UnB sao bebedos ou drogados, apenas mostrou que se passa em alguns CAs e no Morredor da Morte.
ResponderExcluirMarcelo Hermes
Fernanda concordo com vc e discordo (e muito) tb. A Adrielly apontou bem essa contradição. Desde que cheguei em Brasília tenho me surpreendido com a altíssima fama da UnB, que não é devidamente contrastada com um (salutar) exercício de auto-crítica. Há até quem diga (com alguma razão) que o Marcelo Hermes exagera nesse aspecto, porém suas críticas são, geralmente, muito pertinentes (ver exemplo aqui). Talvez ele exagere devido ao surpreendente silêncio dos bons :)
ResponderExcluirPara explicar melhor o porque concordo e discordo de sua abordagem elaborei um post aqui.
Visão da globo sobre a UnB: "Sou estagiário,faço UnB."-O senhor pode contar até 10? "-Claro. Ás,dois,três,quatro,cinco,seis,sete,dama,valete e rei". Exageros? Não, não.... jamais. A mídia nunca serve pra isso.
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