Recebi e-mail do grupo DiploArte (DA) que indicava um certo desconforto com os comentários que o grupo Fundo de Garagem (FG) fez na atividade "Blog da vez":
(...) pedimos (...) [cautela] com as postagens no nosso blog, [pois] estamos (inclui a sala) sendo vistos por muitos lugares (...) (por 17 cidades). Não sei se entenderam a dimensão do que é o blog ainda.Queremos evitar discussões online de coisas pequenas, (...) [que não ajudam ninguém] (...) [como] a questão dos marcadores. Nós monitoramos o nosso blog em todos os seus quesitos, incluindo quantas vezes entraram em cada postagem. (...) Foi a melhor maneira de saber o que mais interessa aos leitores. Tem postagens nossas que já foram visitadas mais de 600 vezes mesmo sendo tão poucas. Enquanto as postagens forem poucas vamos continuar do jeito que (...) acharmos melhor.Não queremos entrar em debates arquivísticos pela internet, pois a escrita é falha, e provoca muitos e muitos mal entendidos difíceis de reparar depois.Já avaliaram o blog, agradecemos a sinceridade, de verdade, mas para dicas e outras coisas, quaisquer coisas, colocamos o nosso contato para isso, por favor façam por email.Agradecemos a preferência e voltem logo.
Não sei se houve algum outro comentário mais jocoso ou mais ofensivo do FG ao DA do que o que acabei de ver no blog minutos atrás. Alguns coments aparecem deletados. Não achei nada de grave no que vi agora. Pelo contrário: fortalece a discussão e mostra (para as mais de 17 cidades que acesssam o blog) como é o processo de discussão acadêmica. Lembrem-se que esses blogs são, ANTES DE TUDO, instrumentos didáticos. As críticas construtivas, mesmo que postadas com acidez ou ironia devem ser publicamente assimiladas. Isso é a riqueza da universidade: o poder discordar. Se fosse para fazer uma coisa fechada não haveria necessidade de construirmos blogs públicos.
É isso mesmo: construímos vitrines, que podem, potencialmente, serem apedrejadas. Faz parte do jogo. A discussão on-line e pública das coisas pequenas é o que mais ajuda no processo todo. Não sei se é um sinal dos tempos ou do ambiente "conspirativo" de Brasília, mas nunca vi uma rejeição tão grande aos processos de transparência como os que tenho presenciado na UnB, em todas as esferas.
Lembro-me quando Janice Gonçalves foi criticada na defesa de seu mestrado por ter colocado na dissertação os instrumentos que usou para coletar e analisar partituras musicais (a base empírica de sua pesquisa). O autor da crítica disse que esse tipo de instrumento a gente não fica mostrando para todo mundo, porque dá a impressão que o trabalho não é tão bom. Mesmo quem já teve o prazer de ouvir a Janice contra-argumentar, sempre com calma e simplicidade, iria ter se deliciado com a resposta dela, com argumentos brilhantes e lógica incontestável, que fez valer aquela opção metodológica.
Ah, mas ficar trocando opiniões sobre o que precisa ser melhorado vai "sujar" o produto final? Vai deixar aquele post perfeito, brilhante, imaculado cheio de marcas? Não vai ser aquele produto final limpo e clean? É verdade. FELIZMENTE, porque daí vai ser possível mostrar (para a classe, para as 17 cidades, para o mundo) que o processo de análise diplomática em blogs é árduo, cheio de idas e vindas etc. Lembrem-se que em Ciência, tão importante como o resultado final, é o caminho, o percurso metodológico.
Sim a escrita é falha. É mais falha ainda se não for praticada. Vez por outra acho inúmeros erros no que posto. Muitas vezes apontados por outrem. O que faço? Vou lá, corrijo, tento aprender para não repetir o erro. Outra coisa é a dinamicidade da escrita da Internet: dou 9 Tonhonhoins para a criação dessa unidade de avaliação de quesitos pelo FG.
Muitas vezes meus blogs são alvos de críticas (por sinal duas delas já foram rebatidas pelo Matheus: uma em 2009 e outra ontem). Já recebi sugestões para vetar comentários anônimos, para filtrar os comentários antes etc. Não! Liberdade de expressão não é só o direito de falar o que se quer, porém sujeitar-se a ouvir o que não quer e ter que lidar com isso. A melhor forma de fazê-lo é rebater com competência o que merece ser rebatido (não vou perder meu tempo com bobagens de anônimos sobre a greve) e melhorar o que tem que ser melhorado e, quem sabe, fazer uma segunda versão, agora "perfeita" daquele post que não estava tão maravilhoso assim, mostrando com honestidade e transparência o processo de elaboração.
Ciência é, ANTES DE TUDO, debate, que incluí até os miiiiiinimos detalhes...
Ai, ai, ai. É a velha história da imagem. Também não vi nada demais nos comentários do grupo. Muito pelo contrário: achei bem fundamentados. As pessoas precisam parar pra pensar que é o erro que possibilita o acerto. E agradecer pelo fato de que alguém realmente observou o seu trabalho a ponto de refletir sobre ele e indicar pontos de melhoria. É preciso que essa maneira de pensamento seja eliminada desse trabalho com blogs. A ideia de criar mecanismos de entrosamento, fazer girar os blogs observados, é exatamente essa. Dou meus parabéns ao grupo FG pela coragem e pela maneira com que expôs as contradições. E mais: o blog ser observado por X pessoas não deve ser um empecilho pra que vcs brinquem, falem, critiquem e façam disso aqui um laboratório pra errar e acertar diversas vezes, desde que esteja tudo dentro da proposta de trabalho. Muitas dificuldades serão encontradas nesse de caminho dúvidas. E muitas outras dúvidas virão. Mas elas são essenciais dentro do processo de construção do conhecimento. O Thiago escreveu um bom texto no blog de metodologia sobre os muitos “talvez” do mecanismo de se fazer ciência. Vale a pena conferir.
ResponderExcluirhttp://metodologiaci.blogspot.com/2010/04/ciencia-e-ciencia-da-informacao.html
Abraços
Então galera. Analisei os comentários do FG no blog da vez, DA. Bem, como o Rodrigo já disse o FG fundamentou muito bem seus comentários e eu acrescento: foram ÉTICOS. Um dos pontos possitivos de trabalhar com blogs é que o aprendizado deixa de ser endógeno. A construção do conhecimento passa a ser vista, compartilhada e criticada. O blog dos meninos do DA está lindo! Dou 10 tonhonhois! Mas realmente pode melhorar em muita coisa.
ResponderExcluirBlábláblá blabláblá
ResponderExcluirGrato pelos discursos!!
Não tenho problema com imagem mais do que o normal, mas dou a cara a tapa postando tudo com meu nome
Não lembro de NENHUMA sugestão ou discussão de melhoria de nenhum tutor, ou monitor, ou mestrando nem por email, nem ao vivo muito menos no blog que participo, pq?
Falar besteira já vi bastante esse semestre...
Gosto muito de debates, de trocar idéias, prefiro-as do que ter aula, de longe...Mas não sou fã de carteirinha de discussões online, geram mais inimizades do que entendimentos, pois a escrita É falha..
Bom que estamos servindo de cristo dessa tarefa, quero mesmo que melhore esse tipo de ensino, acredito nele. E óbvio que é desconfortável receber críticas, ainda mais pelas horas e mais horas de sono perdidas que dá fazer esse tipo de trabalho.
Será que a dedicação da turma está sendo incentivada da maneira correta? Os blogs devem responder essa questão, visite-os...
No mais visitem diploarte.blogspot.com e comentem a vontade
A avaliação em números sempre é algo questionável, eu, pessoalmente, sou a mesma pessoa ao vivo e on-line. O problema é que cada um ler com a acidez que for conveniente, é natural isso. Por isso devemos nos apegar aos conteúdos e não as pessoalidades. É óbvio que quando damos o máximo de nós, críticas são chatas, mas a perfeição é utopia e costuma ter uma estaticidade mais chata ainda e cada um tem olhos diferentes..
ResponderExcluirComo profissionais da informação, devemos defender a disseminação natural dela, o mais real possível, sincero. E eu, como membro do FG, atesto que prezamos por isso. E assim sendo, reitero um desacordo pessoal com o que foi dito em um dos e-mails: creio que este espaço, melhor do que quase todos, devem envolver o falar arquivístico por que a essência do blog é acadêmica; popularidade, audiência, boa imagem depende não de quem produz, mas dos olhos de quem vê. A aceitação a frustrações, por exemplo, pode ser mais bem vista que a defesa da auto-perfeição. E aqui vejo um equívoco.
Aqui falei minha opinião, não a do FG.
Broder, tudo é pessoal, engano é querer separar essas coisas, e tudo é teatral, todas as nossas relações...quem está atrás de perfeição? Eu não
ResponderExcluirNão sei se li errado mas pedir para ser cauteloso nas postagens é sinônimo de pedir para parar de postar? Ou de censura? Devo estar lendo errado...
"agradecemos a sinceridade, de verdade" da avaliação de vocês, foi exatamente o que escrevi, ou não?
O resto é Blábláblá blábláblá
Mesmo com todo o meu bom humor, tá perdendo a graça pra mim... uma tempestade foi formada
Não é pessoal porque em 1º lugar não sou seu broder, e nem sei se te conheço.
ResponderExcluirNo nosso blog as relações de pessoalidade são dadas ao tratarnos diretamente com o leitor em prol de uma aproximação amistosa e irreverente, mas sem forçar a barra. No que se trata da relação entre os blogs procuramos ser impessoais porque sabemos que há sempre alguem que se ofende e também nem todos se conhecem.
Como vocês bem disseram, estão levando pro pessoal, então falamos línguas diferentes. Enfim, como pode ser pessoal se não nos conhecemos? Creio que o problema aqui é baixa tolerância a frustrações.
A nossa avaliação foi muito estudada pra ser impessoal por questões éticas e pela transparência das nossas opiniões; também foi sincera como você bem disse e esperamos reciprocidade, não uma falsa sujeição a opiniões sem saber lhe dar de forma madura com elas.
Esta é nossa palavra final sobre o assunto que está sendo levado pra fora do nível acadêmico, portanto já não nos interessa mais. O que importa, a avaliação, foi feita sem considerar cautela, mas ética e transparência. Se vai pegar mal pro blog, só depende se vocês tratarem dessa forma. Se vocês tem seguidores tão fiéis, a nossa humilde avaliação não vai estremecer as suas bases consolidadas.
Fundo da Garagem
http://fundogaragem.blogspot.com/